Chegou o dia de analisarmos a campanha anual da equipa que representa o Bahrein, que, apesar de não ter conseguido o nível do ano passado, ainda conseguiu algumas vitórias importantes.

Os dados

Vitórias: 16 vitórias, com Sonny Colbrelli e Mark Padun em destaque com três vitórias cada um.

Pódios: 51 pódios, com o mês de Junho a ser preponderante com 16 pódios.

Dias de competição da equipa: 227 dias de competição.

Idade média do plantel: 29,9 anos, com vários ciclistas acima dos 35 anos.

Mais kms: Dylan Teuns com 13 677 km.

Melhor vitória: A vitória de Dylan Teuns na etapa seis do Tour de França, na La Planche des Belles Filles.



O mais

Apesar de não ter sido a melhor temporada para o Tubarão de Messina, Vincenzo Nibali, acabou por obter alguns resultados importantes para a sua equipa. Acabou em oitavo na Milan-Sanremo e realizou uma boa prestação no Tour dos Alpes, com quatro top ten, acabando em terceiro na geral.

No Giro de Itália constou por oito ocasiões nos dez primeiros, com grandes prestações nos três contrarrelógios individuais. O italiano acabou em segundo lugar da geral individual, apenas atrás de um virtuoso Richard Carapaz. No Tour de França, andou algo apagado, apenas constando por uma vez dentro dos dez mais, na etapa 20, onde acabou por ganhar essa mesma etapa. Nas clássicas, destaca-se o oitavo lugar da Milan-Sanremo, prova que tinha ganho em 2018.

Um dos destaques foi o belga Dylan Teuns. Começou bem o ano, com duas inclusões dentro do top dez, nas Voltas à Comunidade Valenciana e à Andalucia. Fez quinto na Omloop Het Niewsblad (clássica belga), ganha por Stybar. Ganhou uma etapa no Critérium du Dauphiné, acabando em sexto na geral.

Na Volta a França, tentou a sua sorte por algumas ocasiões, onde na etapa seis viria a conquistar a sua primeira vitória da carreira no Tour, na Planche des Belles Filles. Dylan Teuns foi sinónimo de combatividade e na Vuelta procurou a fuga inúmeras vezes. Não acabou por conseguir o triunfo, mas fechou várias etapas dentro do top ten e do grupo dos melhores. Fechou em 12.º lugar na geral individual, espreitando um lugar nos dez melhores.

Não foi a melhor época de Sonny Colbrelli, no entanto, o ciclista acabou por conseguir uma mão cheia de bons resultados. Começando a temporada com uma vitória no Tour de Omã. Mais tarde, já em agosto, no Tour da Alemanha, venceu a etapa quatro, acabando em segundo na geral. Nas clássicas de final de ano, andou bem, conseguindo vários top dez, incluindo a vitória na clássica Gran Premio Bruno Beghelli. Ao todo foram 28 top ten nesta época, incluindo seis no Tour de França.

Esteve longe de ser uma época à Rohan Dennis, mas não se pode dizer que foi mau, quando se é campeão do mundo. Começou bem o ano, no Santos Tour Down Under, onde acabou em quinto lugar da geral. A luta no Tour da Suiça foi intensa, onde acabou por ganhar o contrarrelógio individual e ficando por outras três vezes dentro do top dez. O ciclista australiano acabou a prova em segundo lugar, ficando a 19 segundos de Bernal. Em setembro, o corredor venceu e renovou o título de campeão mundial de contrarrelógio.



O menos

A época fica marcada por mais duas descobertas desagradáveis dentro do pelotão. Borut Bozic e Kristijan Koren, diretor-desportivo e corredor, ficam suspensos da Bahrain-Merida por uso ilícito de substâncias proibidas. Dois casos que vieram manchar o nome da instituição e que foram tratados de pronto pela equipa, suspendendo ambos das suas funções.

Dentro do ciclismo propriamente dito, Phil Bauhaus tarda em mostrar-se capaz de combater os melhores nomes do sprint. O alemão teve a sua vitória mais importante da carreira em 2018, no Abu Dhabi Tour, quando bateu ao sprint Kittel, Ackermann, Viviani, Greipel e Kristoff. Este ano, apenas venceu a clássica italiana Coppa Bernocchi, batendo Simonne Consonni.



O mercado

A equipa vai perder muitos nomes para 2020, incluindo o seu chefe de fila Vincenzo Nibali. O corredor de 35 anos irá rumar à Trek-Segafredo na próxima época, levando o seu irmão também, António Nibali. Nomes como: Andrea Garosio, Meiyin Wang, Valerio Agnoli, Rohan Dennis e Pozzovivo também não deverão de pertencer ao quadro de atletas para o próximo ano.

Algumas entradas sonantes para o ano que se aproxima. Mikel Landa encabeça esta lista, com a mudança da Movistar para a Bahrain, o ciclista procura afirmar-se e conquistar algo grandioso. Dentro da Movistar, a desorganização pairava, por vezes, sendo que não era o cenário ideal para o basco de 29 anos, que irá ser o principal líder para provas de três semanas. Outro excelente reforço é a entrada de Wout Poels.

Após cinco anos ao serviço da Sky/INEOS, o holandês muda de projeto. Quando é chamado à liderança não tem deixado mal a sua equipa, provas disso são: o terceiro lugar no Santos Tour Down Under e Volta ao Algarve, sétimo no Tirreno Adriático e quarto no Critérium du Dauphiné (tudo gerais individuais).

O espanhol Pello Bilbao é outra grande aquisição. Já com provas dadas nos três anos de Astana, o corredor acabou por venceu duas etapas este ano, no Giro de Itália. Grande trepador, com uma excelente ponta final. Em grupos restritos é muito perigoso em chegadas ao sprint.

Rafael Valls (Movistar) e Eros Capecchi (Deceuninck-Quick Step) chegam para dar experiência e maturidade à equipa. São dois ciclistas de muito trabalho, especialmente em terreno acidentado. Irão ser cruciais nas etapas de montanha para os seus líderes.

Para o sprint, chega o veterano Mark Cavendish. Um dos nomes mais importantes da história do ciclismo. Vindo da Team Dimension Data, onde não foi feliz, o britânico espera aqui, voltar a brilhar nos grandes palcos do WorldTour. Para além disso, será um nome muito importante para ajudar Bauhaus e Iván Garcia Cortina.

Da Dimension Data vem também o jovem corredor Scott Davies, que apesar de ter feito bons resultados quando era sub-23, ainda não se afirmou no escalão profissional. Da Katusha-Alpecin chega Marco Haller, o rolador austríaco vem para ajudar ao trabalho e no suporte à equipa nas etapas planas.

Por fim, três jovens com potencial acabam por preencher o leque de reforços até agora. A entrada do holandês Kevin Inkelaar, vindo da equipa continental da Française de Jeux, o britânico Alfred Wright e do colombiano Santigo Buitrago.



O que esperar em 2020?

Para 2020, espera-se uma Bahrain com mais pulmão para obter os seus objetivos. As entradas deste ano incluem corredores de grande nível para a montanha, será aí que a equipa irá apresentar um maior ganho. Com as saídas confirmadas de Rohan Dennis e, Vincenzo Nibali, a equipa acaba por perder “pontos” no contrarrelógio.

Espera-se também que seja o ano de ascensão de Mark Padun, Matej Mohoric e de Iván Cortina, que já têm apresentado resultados interessantes ao longo das épocas. Landa e Poels deverão ser os intitulados para comandar as provas mais importantes, com Bilbao à espreita. Ao sprint, deverá ser Cavendish, Cortina e Bauhaus a assumirem as despesas. Equipa que se encontra munida de Colbrelli para atacar as clássicas.



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