Depois dos trepadores terem tido a sua oportunidade, é a vez dos sprinters voltarem a brilhar. Teremos mais uma estreia ou veremos alguém a bisar?

Percurso

Os quase 2000 metros de desnível acumulado estão concentrados nos primeiros quilómetros de uma jornada que, teoricamente, é perfeita para os sprinters. Um início em subida e uma 3ª categoria nos primeiros quilómetros podem dar ideias a certas equipas para incorporar ciclistas na fuga, as formações dos homens rápidos têm de se certificar que a mesma não tem muitos elementos. Depois há uma descida de praticamente 30 quilómetros em direcção à bonita costa transalpina onde os últimos 100 quilómetros não têm praticamente 1 subida. O final é tudo menos técnico, 3600 metros de recta da meta, um luxo. O tempo vai estar quase perfeito para a prática da modalidade, 20 a 25 graus, pouco ou nenhum vento e na recta da meta a brisa vai estar lateral aos corredores.



Tácticas

Creio que vai ser uma etapa muito curiosa, a fuga tem hipóteses dependendo da sua composição, no entanto é muito provável uma chegada ao sprint. E esse sprint tem tudo para ser confuso, com comboios cansados e um pouco delapidados. Hoje houve uma debandada de sprinters e isso talvez reduza um pouco a confusão, Dainese perdeu o seu lançador, a Astana ficou com comboio mais curto, a Visma está sem sprinter e a Israel também. Muito vai depender do que faça a Lidl-Trek, pelo que temos visto nos últimos sprinters, têm o melhor comboio.

 

Favoritos

Jonathan Milan – Já tem 1 vitória e 2 pódios, o ciclista que o bateu em Nápoles já não está em competição e esta combinação Stuyven-Consonni-Milan tem provado sem muito perigosa. Um triunfo amanhã praticamente garantiria a camisola por pontos visto que aumentaria para mais de 70 pontos a diferença para o rival mais directo, permitindo-o gerir essa luta de outra forma.

Tim Merlier – O belga tem denotado bastantes dificuldades na montanha, basta forçar um bocadinho o ritmo e fica quase imediatamente para trás, portanto esta é uma das últimas oportunidades e ele sabe disso, até porque está a ficar cansado, no limite e é claramente mais eficaz numa primeira semana de Grandes Voltas do que no resto da competição.

 

Outsiders

Kaden Groves – Está a fazer um Giro de trás para a frente, tanto ele como a equipa estão a demonstrar ambição constantemente e a melhorar essa colaboração. O australiano é claramente mais forte num grupo reduzido, mas também dá a ideia que tem ganho confiança e sensações ao longo do Giro.



Phil Bauhaus – Um dos sprinters com menos comboio, mas também um dos homens rápidos que melhor se consegue colocar quase sozinho, vai contar com a ajuda de Andrea Pasqualon desta vez. Ainda só esteve no pódio 1 vez e na etapa de Napóles não transmitiu grandes sensações, veremos.

Juan Molano – Dos homens rápidos que melhor passa montanha, mas também daqueles que mais desgaste tem tido a trabalhar para o seu líder. A UAE e Pogacar vão querer oferecer um triunfo ao rápido e inconformado colombiano como prémio e vão dar liberdade tanto a ele como a Rui Oliveira.

 

Possíveis surpresas

Fernando Gaviria – Será que vamos ver mais um clássico sprint lançado a 400 metros? Pode ser que assim o colombiano tenha sorte e que ninguém responda de imediato, às vezes ganha-se sprints assim.

Caleb Ewan – Já começam a escassear as oportunidades do australiano para aproveitar o excelente lançador que é Luka Mezgec. Ewan tem de confirmar o investimento feito nele num ano decisivo para a sua carreira, ficar em branco no Giro seria um enorme falhanço.

Alberto Dainese – Já ganhou no Giro e estamos a chegar à altura onde em anos anteriores mais brilhou em Grandes Voltas. A perda de Marius Mayrhofer é um golpe nas suas aspirações, mas ainda tem o veterano Matteo Trentin para o lançar.

Madis Mihkels – Um ciclista muito possante, talentoso e pesado, que tem aqui algumas oportunidade de ouro graças à queda de Biniam Girmay. Está a chegar a território desconhecido com 11 dias de competição, veremos como o corpo reage.

Hugo Hofstetter – Numa Israel quase a cair aos pedaços, só com 4 ciclistas ainda sobra o pequeno francês que vai fazer as vezes de Ethan Vernon e tentar chegar pelo menos a um top 10.

Tobias Lund Andersen – Já caiu, esteve doente nos últimos dias, acho que pode haver dias melhores para ele neste Giro.



Stanislaw Aniolkowski – Tem passado muito despercebido, já fez 1 top 10 e 2 top 20, costuma colocar-se bem e a Cofidis já não tem a pressão de obter uma vitória

Davide Ballerini – Sem Max Kanter a Astana estará totalmente focada em Davide Ballerini, ainda que tenha de proteger Lorenzo Fortunato. Ballerini tem muito mais hipóteses num pelotão mais reduzido.

David Dekker – Um sprinter muito perigoso principalmente nestas condições de longa recta e possível confusão, o holandês é muito possante.

 

Super-Jokers

Os nossos Super-Jokers são: Filippo Ganna e Giovanni Lonardi.

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