Após um final marcado por quedas, os homens rápidos voltam a ter nova oportunidade em Castelo Branco. Quem será o mais forte?

 

Percurso

Na Volta a Portugal não há etapas fáceis e, amanhã, não foge à regra. Com partida em Espanha, mais concretamente em Badajoz, até ao quilómetro 80 as dificuldades não existem, surgindo aí o Monte Paleiros (3,9 kms a 5,5%), sendo que para trás estão metas volantes em Campo Maior e Portalegre. O terreno torna-se muito rápido até aos 50 quilómetros finais, onde aparecem 2 contagens de 3ª categoria.



A Serra de São Miguel (4,7 kms a 3,9%) e Retaxo, que basicamente é um longo falso plano, com 13,7 kms a 2,3%, são as dificuldades, com a última a terminar a 22,5 quilómetros do fim. Como já é habitual nas chegadas em Castelo Branco a parte final empina ligeiramente (3200 metros a 2,6%) e, para além disso, a chegada é bastante técnica. A juntar a tudo isto, o final é em empedrado.

 

Tácticas

Este final em Castelo Branco é muito traiçoeiro, e nem sempre é garantido que resulte em sprint. Indo um pouco ao histórico podemos ver que Kyle Murphy ganhou isolado no ano passado, que Daniel Mestre superou Clement Russo e August Jensen em 2019 e que Samuel Caldeira ganhou em 2017. Uma coisa é certa, o pelotão nunca chega completo à parte final e por hábito há muitas quedas, especialmente na aproximação.

A WildLife ganhou hoje, mas tem o problema de não ter equipa para perseguir. O problema não será a fuga do dia, aí a Glassdrive já se viu que não se importa de sacrificar Afonso Eulálio e Fábio Costa, a questão é os ataques que costumam surgir nos falsos planos de aproximação. Com a hesitação das equipas dos sprinters, como hoje, um ataque nos quilómetros finais tem alguma chance de sucesso, a menos que equipas como a Burgos ou a Euskaltel se organizem.

 

Favoritos

Voltamos a mencionar Juan José Lobato para um final deste género, o basco está com boas pernas, apenas precisa de resolver o problema de colocação, mas para isso também é preciso mais organização dentro da Euskaltel-Euskadi, algo que não aconteceu hoje. Lobato é perfeitamente capaz de ultrapassar estas dificuldade.

Hoje vimos uma Kelly/Simoldes/UDO mal colocada na parte final, dentro dos últimos 10 kms e o seu ciclista protegido, Luís Gomes, acabou por ficar na queda. Luís Gomes não caiu, está em boa condição física e se ainda pensa na classificação por pontos tem de fazer pelo menos um pódio aqui. Conhece a chegada e já fez top 5 neste final.

 

Outsiders

Consideramos Scott McGill mais um puro sprinter, mas aqui em Castelo Branco já ganharam corredores bem possantes. A tendência é para o ritmo da etapa não ser muito elevado, o que favorece bastante o norte-americano, que vai ter de confiar bastante em Noah Granigan, como hoje. Desta vez será muito mais marcado e todos vão querer a sua roda.



Xavier Canellas foi outro que não disputou o final hoje em Elvas, muito por culpa do seu posicionamento aquando da queda. O espanhol tem uma equipa relativamente fraca com ele, apesar de ser dos melhores sprinters aqui, algo que é exponenciado pelo facto da etapa ser mais selectiva do que a de hoje. Vai ter de jogar à lotaria e escolher uma roda, rezando para que seja a certa. No lugar do espanhol escolheríamos …. Maurício Moreira.

Por falar em Maurício Moreira, o uruguaio parece ter recuperado a forma da Volta a Portugal do ano passado e hoje vimo-lo sprintar para o 3º posto, se existissem bonificações seriam 4 segundos ganhos. O uruguaio sempre foi alguém com uma boa ponta final e certamente vai entrar bem colocado em Castelo Branco, quem sabe não vai tentar surpreender os rivais depois de seguir na roda de Rafael Reis.

 

Possíveis surpresas

Um ataque de longe a resultar seria uma relativa surpresa e a Human Powered Health, à falta de um sprinter poderá tentar qualquer coisa Robin Carpenter ou Joey Rosskopf. Das equipas portuguesas a que melhor conseguiu organizar um comboio na parte final foi a Tavfer-Mortágua-Ovos Matinados, mas João Matias ficou fechado na última curva e isso impediu-o de fazer pódio. Se a formação liderada por Gustavo Veloso conseguir fazer o mesmo e voltar a acertar no timing, Matias pode perfeitamente ganhar. Depois de um 3º lugar no prólogo e de um 2º posto hoje de Oliver Rees já esperamos tudo, o britânico está claramente em boa forma e menos sprinters na luta é bom para ele. Entre os portugueses César Martingil entrou muito mal posicionado hoje e Rafael Silva nem foi capaz de disputar o sprint final. De resto olho nos elementos da Electro Hiper Europa, Thomas Armstrong e Pablo Alonso, e no espanhol Oscar Pelegri. Para um ataque que surpreenda os sprinters é preciso estar atento a Txomin Juaristi, Alexander Grigorev e o combativo Hugo Nunes.

 

Super-Jokers

Os nossos Super-Jokers são: Joaquim Silva e Tiago Antunes




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