A elite do mundo velocipédico está de regresso às estradas portuguesas para mais uma edição da Volta ao Algarve.

 

Percurso

A Volta ao Algarve 2019 começa com uma longa ligação de quase 200 kms entre Portimão e Lagos. O terreno é um sobe e desce constante, típico das estradas algarvias. Apesar disso e de 2 contagens de montanha o desfecho deverá ser um sprint final. A cerca de 2 kms da meta há uma pequena rampa de 600 metros a 4% que pode fazer sonhar alguns puncheurs. Aqui ganhou Dylan Groenewegen em 2018 e Fernando Gaviria em 2017. É um final muito técnico por vários motivos, a aproximação à colina é feito em estradas estreitas, depois da colina há a descida com um estreitamento de estrada e mesmo antes e depois da bandeira do último quilómetro existem 2 rotundas. Portanto, só pode ganhar quem entrar nos 10 primeiros lugares dentro dos 1000 metros finais.





Com partida de Almodôvar e chegada ao Alto da Fóia temos mais uma longa etapa, com 187 kms, e que deve separar o trigo do joio em relação à classificação geral. Depois de uma primeira metade acessível, entre os 60 e os 30 kms para a meta há 4 subidas bem complicadas onde podem surgir alguns ataques de longe. O Alto da Fóia terá 7800 metros a 6,1%, um local onde ganhou Michal Kwiatkowski em 2018 e Daniel Martin em 2017. No entanto este ano a ascensão é mais parecida à de 2017, mais curta, mas mais inclinada, principalmente logo ao início. Se em 2018 25 ciclistas chegaram a 30 segundos ou menos em 2017 só mesmo 11 corredores ficaram no mesmo minuto que Daniel Martin, numa montanha atacada desde a base.

Segue-se a prova contra o cronómetro, 20300 metros com partida e chegada a Lagoa e o percurso é exactamente igual ao ano passado. Uma mistura entre partes rolantes e técnicas, com pequenas subidas inclinadas pelo caminho. Será muito complicado bater os 24:09 de Geraint Thomas em 2018, com uma média superior a 50 km/h.

Mais uma jornada muito extensa, com 198 quilómetros a separar a partida em Albufeira e a chegada em Tavira. A primeira metade da tirada nem algum sobe e desce, mas deveremos ver a última chance para os sprinters. Em termos históricos já vimos aqui Dylan Groenewegen, Andre Greipel e Marcek Kittel festejar. O fundamental é entrar bem colocado na última curva a 90 graus a 500 metros da meta, quem entrar para lá do 7º/8º lugar pode esquecer a vitória.





O Alto do Malhão será, de novo, o palco de todas as decisões. O desfecho da corrida começar-se-á a desenhar na primeira passagem pelo Malhão (2,5 kms a 9,7%) a 43 kms da meta. A contagem de 3ª categoria de Vermelhos não é muito dura, mas logo a seguir há uma colina de 1200 metros a 8,2% na aproximação à passagem final pelo Malhão. Essa passagem final terá mais 300 metros que a primeira, mas com menos % (8,8%) de inclinação média devido à parte final relativamente acessível. Lista de vencedores no Malhão desde 2012? Richie Porte em 2012 e 2014, Sergio Henao em 2013, Alberto Contador em 2014 e 2016, Amaro Antunes em 2017 e Michal Kwiatkowski em 2018.

 

Favoritos

Uma prova destas só é ganha por um corredor completo, que ganhe tempo aos seus adversários e nas chegadas em alto esteja entre os primeiros. Se for explosivo, ainda melhor, pois as duas chegadas em alto apontam para ciclistas com essas características. Se o leque de sprinters é incrível, para a classificação geral o número é menor, mas há muita qualidade presente.

Nos últimos 4 anos, a Team Sky ganhou por 3 vezes e porque não pensar em nova vitória da equipa britânica? Wout Poels começou bem a temporada, no Tour Down Under, onde foi o corredor que mais perto esteve de bater Richie Porte em Willunga Hill. O Malhão assemelha-se muito a esta subida e também a Fóia tem características semelhantes. O holandês defende-se muito bem no contra-relógio e dentro dos homens da geral será, à partida, dos melhores. Tem uma equipa fortíssima em sua volta.

Enric Mas e a Deceuninck-QuickStep estiveram bastante tempo em estágio no Algarve e isso pode ser uma vantagem para o espanhol. É verdade que o trepador faz aqui a sua estreia na temporada mas costuma começar bem as épocas. Contra si tem o contra-relógio mas nas chegadas em alto pode ganhar tempo, já que é um corredor muito explosivo e adaptado àquelas subidas.




Outsiders

Patrick Konrad continua na Península Ibérica e depois do Challenge Mallorca e da Vuelta a Murcia, onde apresentou um bom nível, segue-se o Algarve. Com uma invejável ponta final, o corredor da Bora-hansgrohe parte com alguma vantagem para conseguir pequenos cortes de tempo (já que não existem bonificações)  e conseguir corrigir a mais que provável perda de tempo no contra-relógio, onde terá que se defender ao máximo.

Quem também já começou a sua temporada e com excelentes resultados foi Valerio Conti. O italiano fez o contar-relógio da sua vida em San Juan e na chegada em alto defendeu-se muito bem, ele que é mais conhecido pela sua habilidade a subir do que contra o cronómetro. Se conseguir realizar um esforço individual ao nível de San Juan ganhará tempo a toda a concorrência e sendo um ciclista que gosta de subidas curtas e explosivas, estará na luta pelas etapas mais duras e, consequentemente, pela Volta ao Algarve.

Sam Oomen abrirá a temporada em terras portuguesas. O vencedor da classificação da juventude do ano transacto é outro corredor que vai perder tempo no contra-relógio e vai tentar corrigir nas chegadas em alto. Não será fácil, mas Oomen tem qualidade para tal, resta saber se estar a competir pela primeira vez em 2019 vai pesar nas suas pernas.




Possíveis surpresas

A Team Sky tem, como já referimos, a equipa mais completa da Volta ao Algarve, e não tem só em Wout Poels um possível vencedor da prova. David de la Cruz ainda não atingiu o nível que apresentou antes de ser contratado pela Team Sky, pois se o conseguisse fazer em Portugal seria um perigo. Também Eddie Dunbar e Tao Geoghegan Hart podem estar na luta pelos primeiros lugares. Há alguns bons contra-relogistas presentes, como são os casos de Edvald Boasson Hagen e Soren Kragh Andersen. Se o primeiro está em excelente forma, como evidenciou em Valencia, o segundo faz a estreia na temporada. No esforço individual ganharão tempo há concorrência, resta saber se se vão conseguir defender na montanha. Dentro dos trepadores, Amaro Antunes e Fabio Aru devem andar com os melhores mas o contra-relógio vai acabar com as esperanças dos dois corredores. Acreditamos ser possível as equipas portuguesas colocarem ciclistas no top 10. Vicente Garcia de Mateos já esteve perto de ganhar no Malhão e evoluiu imenso no contra-relógio, pelo que, se estiver em forma, pode conseguir tal objetivo. Já com muitos quilómetros nas pernas, Alexander Grigoriev também pode alcançar tal objetivo, ele que esteve excelente em San Juan, e, por fim, vemos João Rodrigues ou Raul Alarcon a serem as apostas da W52-FC Porto.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Dylan van Baarle e Tadej Pogacar.




Tips do dia

Arnaud Demare melhor que Christophe Laporte -> odd 1,616

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