A digressão do ciclismo pelo Médio Oriente começa com o Tour of Oman, prova com um percurso já característico e onde Rui Costa se costuma dar bem.

 

Percurso

O Tour of Oman começa com uma das etapas mais planos do calendário internacional, 136,5 kms sem qualquer elevação, mas com o grande perigo dos ventos laterais, já que será disputada sempre junto à costa. Um dia para os muitos sprinters aqui presentes.




A chegada a Al Bustan é bem conhecida de quem já correu aqui, uma 2ª metade da etapa muito complicada e que é igual a anos anteriores. Primeiro uma subida de 4 kms a 9%, e somente a 5 kms da meta está a ascensão de Al Jissah, com praticamente 2,5 kms a 7%. Segue-se uma rápida descida até à meta, com os últimos 500 metros em ligeira subida. Aqui ganhou Nathan Haas em 2018 num grupo de 15 ciclistas, Ben Hermans à frente de Rui Costa em 2017 e Bob Jungels isolado em 2016.

Na 3ª jornada teremos o final em Quriyat, que também já foi ultrapassado em outras edições. É uma chegada com alguma dureza, 3700 metros a 5,5%, mas com rampas mais duras já que tem uma fase mais plana a meio. A grande novidade este ano é a extensão da etapa, quase 200 kms, e uma primeira passagem pela meta a 42,5 kms, que poderá endurecer mais a corrida. Os últimos vencedores aqui foram Edvald Boasson Hagen em 2016 e Soren Kragh Andersen em 2017.

A 4ª etapa tem 129 kms e é muito interessante, pode provocar uma revolução na classificação geral. Na 2ª metade há 3 passagens pela subida de Al Jabal, feitas por 2 vertentes diferentes, a 1ª e a 3ª com 3100 metros a 8%, a 2ª com 4900 metros a 7,6%. A última das passagens fica a 25 kms do final. Geralmente esta tirada tem o final no Ministry of Tourism e tem as ascensões mais perto da meta. Em 2018 Magnus Cort ganhou num grupo de 20 elementos e em 2017 foi Kristoff a festejar num pelotão de 45 ciclistas.





Segue-se então a etapa rainha, a chegada à Green Mountain, uns terríveis 5,8 kms a 10,1%, com potencial de fazer muitas diferenças. Em 2018 a Astana dominou com Miguel Angel Lopez em 1º e Alexey Lutsenko, 2017 ganhou Ben Hermans à frente de Fabio Aru e em 2016 foi Vincenzo Nibali a vencer.

A última tirada tem algumas subidas, mas é previsível que acabe num sprint em pelotão compacto, já que as principais colinas estão a mais de 35 kms do final em Matrah Corniche.

 

Favoritos

É preciso ser-se um excelente trepador para levar de vencida o Tour of Oman e há aqui alguns corredores que preenchem esse requisito, apesar da lista de participantes ser mais fraca que em outros anos.

Esta é uma excelente oportunidade para Rui Costa voltar às vitórias, está quase a fazer 2 anos desde que o ex-campeão do Mundo festejou no Abu Dhabi Tour. Rui Costa conhece muito bem esta competição, foi 11º em 2015, 6º em 2015, 2º em 2017 e 10º em 2018. Em Valência mostrou estar já numa condição física bem razoável e acima de tudo está muito motivado.

Alexey Lutsenko está aqui para defender o seu título, ele que em 2018 surpreendeu tudo e todos na alta montanha, principalmente na Green Mountain, onde se pensava que fosse quebrar. Adora este tipo de provas, no final da temporada viria a ser 2º na Volta a Turquia.



Outsiders

O espanhol Jesus Herrada está em grande forma, ganhou uma das provas do Challenge Mallorca onde estava contra uma concorrência de peso. Em Valência terminou em 6º, confirmando o bom momento. É algo explosivo, o que lhe facilitará em certas chegadas em grupos reduzidos e tem uma boa equipa para o escudar. Foi 4º em 2018 e conhece o traçado.

Domenico Pozzovivo será o líder da Bahrain-Merida, após um início de temporada que não foi famoso no Tour Down Under. O italiano de 36 anos continuará aqui a sua preparação para o Giro, onde estará para apoiar Vincenzo Nibali. A Green Mountain é perfeita para um puro trepador como ele.

O jovem Ben O’Connor pode muito bem ser a grande confirmação desta corrida. No ano passado foi 11º na Volta a Catalunha, 7º no Tour of the Alps e depois foi forçado a abandonar quando seguia em 12º no Giro. Esta competição parece propícia a algumas surpresas e o australiano de 23 anos tem tudo para ser uma delas.



 

Possíveis surpresas

Nathan Haas foi 5º em 2018, mas não acreditamos que o australiano consiga defender-se tão bem na Green Mountain de modo a repetir o top 5, mas o top 10 é possível. Há equipas com várias opções, na Dimension Data para além de Ben O’Connor há Ryan Gibbons, que teve um Tour Down Under brilhante, e na Cofidis temos o colombiano Darwin Atapuma, já para não falar da Astana, com o irregular Yevgeniy Gidich. Mathias Frank tem aqui uma chance de ouro para liderar a Ag2r La Mondiale, o suíço costuma ser muito regular e já foi 7º em 2017. Estamos muito curiosos para ver o que consiga o 7º classificado na Volta a Califórnia no ano passado, o jovem de 20 anos Brandon McNulty. Alguns candidatos ao top 10 também serão Quentin Pacher, Javier Moreno, Ian Boswell, Pieter Weening, Jan Polanc ou Eliot Lietaer.

 

Super-Jokers

Os nossos Super-Jokers são Jesper Hansen e Enrico Battaglin.

 

Tips do dia

Para a geral: Jan Polanc melhor que Jesper Hansen -> odd 1,725



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