Uma jornada que prometia e que não defraudou de maneira alguma os amantes da modalidade, atacada do início ao fim. Desde cedo se formou uma fuga perigosa, com Pierpaolo Ficara, Hugo Sancho, Daniel Freitas, Luis Gomes, António Carvalho, Ricardo Mestre, Luis Fernandes, Márcio Barbosa, Leandro Oyola, Antonio Soto e Txomin Juaristi. A Efapel nunca permitiu mais de 3 minutos de avanço a este grupo, até porque António Carvalho e Luis Fernandes estavam à partida a menos de 3 minutos de Joni Brandão.
A corrida ameaçou mudar no Alto da Barra, Samuel Caldeira tentou fazer a ponte para a frente sem sucesso e mudou completamente no Barreiro, quando Edgar Pinto atacou uma e outra vez até se destacar na companhia de Henrique Casimiro, Marco Tizza e David Rodrigues. Entretanto lá na frente isolavam-se Luis Fernandes e António Carvalho, enquanto no grupo principal perseguia Alejandro Marque pelo Sporting/Tavira.
António Carvalho e Luís Fernandes passaram no Barreiro com 1 minuto sobre o grupo perseguidor com Edgar Pinto, David Rodrigues, Henrique Casimiro e quem tinha ficado para trás da fuga original e 2 minutos sobre o grupo principal. Na descida, este grupo era alcançado pelo grupo principal, com a Rádio Popular-Boavista a assumir a corrida, começando a reduzir bastante a diferença para o duo da frente, que entrou na subida para a Senhora da Graça com apenas 35 segundos.
Nas primeiras rampas do Monte Farinha, António Carvalho partiu em solitário ao passo que no grupo dos favoritos voltava a ser Alejandro Marque a trabalhar. O ciclista da W52/FC Porto conseguiu manter e até alargar a sua vantagem. Daniel Silva atacou entre os favoritos a 5 quilómetros da chegada e quando Marque saiu da frente, foi a fez de Edgar Pinto, testar por duas vezes os seus rivais, reduzindo, ainda mais, o grupo. Estes ataques anularam Daniel Silva, que passou a ser quem trabalhava no grupo.
António Carvalho foi fazendo uma excelente subida, entrando com 10 segundos de vantagem nos derradeiros 2000 metros para o grupo principal. João Benta esboçou um ataque mas foi Joni Brandão a lançar uma ofensiva mais forte, perto já do quilómetro final. Apenas João Rodrigues, Frederico Figueiredo, João Benta, David Rodrigues e Edgar Pinto conseguiram seguir o camisola amarela.
Joni Brandão puxou o grupo subida acima mas António Carvalho mantinha-se na frente. David Rodrigues e Frederico Figueiredo tentaram sair mas quem o conseguiu foi o camisola amarela que arrancou a 300 metros, trazendo consigo João Rodrigues que mesmo perto do final o conseguiu ultrapassar e abrir um pequeno corte de 1 segundo. No entanto, este esforço final não foi suficiente para a vitória em etapa já que essa ficou para António Carvalho, que fez uma etapa para mais tarde recordar. João Benta, Frederico Figueiredo e David Rodrigues chegaram a 6 segundos, Edgar Pinto a 9 e Gustavo Veloso a 24.
Na classificação geral, uma situação pouco vista na Volta em Portugal e pouco normal no mundo do ciclismo. Joni Brandão e Joni Rodrigues vão empatados para o contra-relógio final de amanhã, com o ciclista da Efapel a manter a camisola amarela devido às centésimas de segundo. Gustavo Veloso é 3º a já 40 segundos.
Foto: EsCiclismo