Geralmente quando há um circuito destes com vários desfechos possíveis e se espera pela última volta para realmente atacar a corrida o resultado é o que vimos hoje, aqueles que teriam hipóteses de vitória ficam a lutar pelos lugares menores e a perguntar-se o que teria sido se tivessem feito algo diferente.
De todas as equipas sem um grande sprinter, aquela que mais tentou quebrar o marasmo foi a Astana, que lançou Laurens de Vreese na fuga do dia, na companhia de Nathan Elliott e Carter Turnbull da selecção australiana, e depois na 2ª volta do circuito atacou com Davide Ballerini, que deixou Nicholas Dlamini para trás, fez a ponte para a frente, recebeu alguma ajuda do seu colega de equipa e entrou na última volta com 50 segundos de vantagem.
Mérito também para a Bora-Hansgrohe, com Schwartzmann, Postlberger e Muhlberger a trabalharem imenso e depois Daniel Oss a responder aos ataques na última subida, já com Ballerini apanhado, mas o grupo estava grande demais para Jay McCarthy e para muita gente. A partir do momento em que um grupo de 40 ciclistas passou a última colina na frente o sprint em pelotão reduzido era iminente e nem as ofensivas da Team Sky com Dylan van Baarle, Luke Rowe e Pavel Sivakov valeram de algo, prontamente marcadas pela Quick-Step e pela Mitchelton-Scott.
Michael Morkov, que lutou imenso por se manter em contacto na última passagem por Challambra, apareceu no quilómetro final para fazer mais um lançamento de ouro para o seu sprinter, já são tantos na carreira do dinamarquês. Num final ligeiramente a descer deixou Viviani a 150 metros na meta e o campeão italiano só teve de segurar a posição face a um Caleb Ewan que finalmente teve uma equipa a trabalhar para si nesta prova. O pódio ficou completo por Daryl Impey, que no final se mostrou satisfeito com este 3º lugar, o que diz muito sobre a forma como decorreu esta corrida.
A equipa belga esteve sempre atenta, sempre bem colocada, sempre dedicada a fazer com que o seu sprinter gastasse o mínimo de energia possível, usou Dries Devenyns para neutralizar ataques e depois ainda tinha em Michael Morkov um lançador de luxo.
Quanto aos ciclistas portugueses Ruben Guerreiro finalizou no grupo principal, no 15º lugar, e Ivo Oliveira não completou a prova.