Último dia de competição World Tour na Austrália com um reduzido pelotão de 95 ciclistas a alinhar na Cadel Evans Great Ocean Road Race, um traçado que historicamente favorece os homens rápidos que passam bem as subidas. A prova começou de uma forma algo estranha, logo após o tiro de partida saíram do grupo principal Taco van der Hoorn e Mathis Le Berre, só que o francês abdicou desta aventura e deixou o neerlandês sozinho a passar na frente de sprints e contagens de montanha, enquanto o pelotão seguia tranquilo, com a Jayco a assumir a perseguição.

A chuva apareceu, o que chegou a provocar alguns cortes no pelotão em zonas mais técnicas e mal se chegou ao circuito final, a ser ultrapassado por 4 vezes, o ritmo aumentou substancialmente e a UAE Team Emirates pegou na corrida, com Sjoerd Bax à cabeça. Rutsch e Costiou ainda tentaram alguma coisa, mas a 40 kms da meta choveram ataques, com alguns trepadores a mexerem na corrida, nomeadamente Vine e Hindley. Foi na penúltima volta que ocorreu um movimento muito importante, a velocidade era tão alta que entre ofensivas e perseguições o pelotão ficou dividido em 2.

Na frente trabalhavam principalmente a DSM e a Quick-Step porque tinham lá os seus líderes, só que havia Caleb Ewan a bloquear um pouco as operações, ninguém queria seguir com ele para a linha da meta. Quem perseguia este grupo de 20 elementos era a Arkea-Samsic, a liderar um grupo de não mais de 30 ciclistas, com Michael Matthews lá pelo meio. A equipa francesa logrou colar à frente mesmo antes da última passagem por Challambra, aí foi Dries Devenyns o primeiro a acelerar, com resposta pronta de Marc Hirschi.




Mesmo perto do topo foi Sven Erik Bystrom a fazer a diferença e o norueguês lançou-se descida abaixo com alguns segundos sobre um grupo que tinha 30 a 40 elementos e de onde ainda saiu Mauro Schmid, que colou ao corredor da Intermarche-Wanty. O duo manteve uma vantagem de 10 segundos perante uma perseguição da Jayco que parecia não dar muitos frutos. Só que a 1000 metros da meta Luke Plapp numa tentativa desesperada de chegar à frente fez uma súbita aceleração que terminou com as chances de Bystrom e Schmid, levando o grupo principal atrás dele.

A Jayco ainda lançou Matthews só que o sprint em descida, muito rápido, favorecia quem se lançava primeiro e quem era mais poderoso. Numa prova perfeita e numa colocação ainda melhor, aproveitou o surpreendente Marius Mayrhofer, para assinar a primeira vitória como ciclista profissional, ele que não ganhava uma corrida como profissional desde os juniores! O pódio ficou completo com mais 2 “outsiders”, o francês Hugo Page e o australiano Simon Clarke, enquanto que Matthews, Ewan e Strong ficaram os 3 a ver navios fora do pódio, naquela que era a última oportunidade para brilharem em casa. O final ficou ainda marcado por uma aparatosa queda que envolveu Dorian Godon, Dries Devenyns e, indirectamente, Ethan Hayter.

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