Os nossos leitores decidiram e elegeram Fabio Jakobsen como o melhor sprinter de 2022. Num total de 209 votos (obrigado pela participação), e numa votação muito mas muito renhida, o campeão da Europa recebeu 68 votos, o que equivaleu a 33%. Wout van Aert foi 2º, com 63 votos e Jasper Philipsen completou o pódio com 34 votos. Ainda hoje, sairá a 3ª sondagem, onde vamos eleger a confirmação do ano.

Após os nossos leitores terem dado a sua opinião, é hora das 3 pessoas que colaboram neste projeto também irão deixar o seu ponto de vista fundamentado em relação à sua escolha.




André Antunes – Jasper Philipsen

Não foi o sprinter mais vitorioso, mas foi um dos que ganhou mais e contra rivais de peso. Foram 9 triunfos, quatro em corridas World Tour, sendo que dois deles foram conquistados no Tour de França. Apesar de não ter ganho a camisola verde, ficou em segundo lugar, apenas atrás de Van Aert, com o circuito a favorecer claramente o homem da Jumbo-Visma.

Para além disso, o sprinter da Alpecin-Deceuninck ganhou com categoria na chegada aos Campos Elísios, sendo o único sprinter puro a ganhar mais do que uma vez nesta edição do Tour. A minha escolha podia muito bem ter sido Fabio Jakobsen, por ter sido o mais vitorioso, com 13 vitórias e por ter conseguido vencer na prova de estrada do Campeonato da Europa, mas Philipsen mostrou-se mais capaz de ganhar, mesmo sem a ajuda dos seus lançadores. Foi um ciclista regular durante toda a temporada, tendo começado bem no UAE Tour e a acabar a um bom nível nas clássicas belgas e francesas.

 

André Esteves – Jasper Philipsen

Dos 7 nomes destacados na sondagem, em minha opinião, há 3 a destacar: Jasper Philipsen, Fabio Jakobsen e Arnaud Demare. É certo que Arnaud de Lie e Dylan Groenewegen somaram muitos triunfos, mas foram todos ou quase todos em provas de menor dimensão; Mads Pedersen teve a sua melhor temporada no que diz respeito ao sprint mas onde se destacou mais foi em finais inclinados (uma especialização dentro do sprint); e Wout van Aert venceu muito mas quase sempre isolado ou em grupos restritos (por exemplo, a camisola verde foi conquistada devido à sua regularidade).

Arnaud Demare focou-se no Giro e venceu 3 etapas e a camisola por pontos, fazendo, depois, um calendário alternativo o que lhe valeu mais alguns triunfos e muitos pódios, mas quase todos em provas do calendário europeu. Fabio Jakobsen foi o que mais venceu dentro destes 7 nomes (13 triunfos), no entanto apenas 2 foram no WT, onde esteve muito mais discreto, porque a concorrência era sempre maior e os finais mais caóticos faziam-no perder o seu comboio.



Confirmando o grande 2021 e consolidando-se em 2022, Jasper Philipsen é, para mim, o sprinter do ano. O belga está numa equipa perfeita para ter as oportunidades que quer, tem um grande comboio com Jonas Rickaert à cabeça e, mesmo quando está sozinho, consegue colocar-se como poucos. Conseguiu 9 triunfos, 4 deles no World Tour mas o impressionante são os mais 5 pódios conseguidos, num calendário onde as competições World Tour não abundaram, foram escolhidas a dedo. Nas restantes vitórias bateu os nomes já referidos o que, só por si, reforça a escolha apresentada, isto apesar de ser uma decisão complicada entre Philipsen e Jakobsen.

 

João Crespo – Jasper Philipsen

Num exercício de restringir ainda mais, retirei desta luta Arnaud de Lie (falta de vitórias no World Tour) e Dylan Groenewegen (ganhou no Tour, mas de resto muito irregular). Mads Pedersen foi o melhor sprinter do Mundo em pequenos topos, ganharia nessa categoria, mas não nesta. E Wout van Aert para mim não merece ganhar esta sondagem porque ao longo do ano só venceu 2 corridas num sprint entre 50 ou mais ciclistas (2 etapas no Dauphine, contra a fraca concorrência de Jordi Meeus e Ethan Hayter), apesar de ter triunfado na camisola verde do Tour.

Sobram então 3 nomes e a escolha não foi fácil. Indo aos números, Jakobsen registou 13 vitórias, 3 delas no WT se contarmos com o Europeu, mas apenas mais 1 pódio. Philipsen teve 9 vitórias, 4 delas no WT e mais 14 pódios para além disso. Já Demare somou 7 vitórias, 4 delas no WT e 9 pódios para além disso.

Escolhi Philipsen pela regularidade que teve ao longo de 2022 e pela dificuldade e concorrência que teve de superar em alguns triunfos, veja-se no Tour, onde ganhou nos Campos Elísios ou no UAE Tour onde está sempre a nata do sprint. Mesmo os triunfos fora World Tour não foram fáceis, bateu Jakobsen, De Lie, Groenewegen ou Demare aí também. Outro factor importante também é o facto de, dentro destes 3 ciclistas Philipsen ser aquele que melhor se coloca quando o comboio falha, daí também a sua consistência. Isso faz com que não a equipa não tenha de gastar tantos recursos com ele comparativamente à Groupama-FDJ com Demare por exemplo. Estive dividido entre Philipsen e Jakobsen, optei pelo ciclista da Alpecin-Deceuninck pela consistência.

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