Longe de ter sido uma temporada perfeita, a AG2R Citroen viu os homens da classificação geral não desiludir. Apesar de tudo, a grande figura da equipa esteve uns furos abaixo e é preciso mais e melhor. 2024 vê a chegada de um novo patrocinador, novo nome e novos ciclistas, em busca dos bons resultados.

 

Os dados

Vitórias: 9 triunfos, um registo muito modesto para uma equipa World Tour.

Pódios: 38 pódios, mais um número escasso que mostra a pouca eficácia da equipa gaulesa.

Dias de competição da equipa: 261 dias de competição, um calendário muito focalizado no centro da Europa.



Idade média do plantel: 28,1 anos, uma equipa de extremos com 3 ciclistas acima dos 37 anos e 7 abaixo dos 24 anos.

Mais kms: Oliver Naesen fez praticamente 14 000 kms.

Melhor vitória: Felix Gall na fabulosa etapa 17 do Tour de France com passagem pelo Col de la Loze.

 

O mais

O salto qualitativo que Felix Gall deu em 2023 foi incrível. O austríaco assinou exibições impressionantes na alta montanha, indo de menos a mais na temporada. 10º no País Basco, 9º no Tour of the Alps, 8º na Volta a Suíça e no Tour de France. Venceu nestas últimas duas provas e não fosse o péssimo contra-relógio e tinha terminado mais à frente. Aspeto a melhorar.

Ben O’Connor voltou a cumprir. Líder muito regular quando as dificuldades apareciam, foi 3º no Criterium du Dauphine, 6º no Tour Down Under e 7º no GP Montreal. É certo que falhou no Tour, mas teve um papel importante para Gall e ainda se mostrou combativo. Aurelien Paret-Peintre voltou às boas temporadas, venceu no Giro, foi muito combativo nas provas francesas, mesmo ao seu estilo.

Dorian Godon somou duas vitórias importantes, as primeiras no nível ProSeries e fora de França, pode ser sinónimo que vai dar o salto e atingir outra regularidade. Regularidade é a base de Andrea Vendrame, o italiano não vence mas somou mais de uma dezena de top-10. A Clement Venturini

 

O menos

Benoit Cosnefroy é a grande figura da equipa francesa e não conseguiu corresponder. Não chega aparecer entre os melhores esporadicamente, tem que ser mais regular e conseguir destacar-se nas provas World Tour. O melhor que conseguiu foi ser 3º na Brabantse Pijl.



O bloco de clássicas voltou a falhar. É certo que a veterania já começa a pesar mas Oliver Naesen e Greg van Avermaet tinham obrigação para mais, nem que fosse aparecer. Em conjunto somaram apenas uma vitória e oito top-10. Muito pouco para o estatuto que têm. Esperava-se mais de Marc Sarreau, sprinter habitual do calendário francês, nem aí conseguiu ser muito regular e somar pontos.

 

O mercado

Um mercado algo agitado para a equipa francesa. Existe uma pequena redução no número de ciclistas, com 8 saídas e 6 entradas. Relativamente às saídas, Greg van Avermaet, Michael Schar e Mikael Cherel vão reformar-se, Clement Venturini e Marc Sarreau trocam de equipas em França, ingressando na Arkea e Groupama, respetivamente. Lawrance Naesen e Antoine Rangel ainda não têm destino conhecido. Por fim, Alex Baudin encontra-se suspenso preventivamente.

Do lado das contratações, chegam dois grandes nomes, pelo menos no papel. Falamos de Victor Lafay e Sam Bennett. A estes juntam-se Dries de Bondt, Sander de Pestel, Gianluca Pollefliet e Bruno Armirail. Todas as contratações da equipa foram analisadas num artigo único, pelo que pode consultar aqui.

 

O que esperar em 2024?

A chegada da Decathlon veio dar uma maior capacidade financeira à equipa de Vincent Lavenu, no entanto é na estrada que se cumpre. Esta época tem de ser deixada para trás rapidamente e os resultados têm de melhorar. Para já, a manutenção não está em risco no entanto as equipas que estão atrás da futura Decathlon AG2R La Mondiale também sabem disso.



Benoit Cosnefroy terá um ano importante, tem que aparecer nas principais clássicas e, agora com Victor Lafay pode formar uma dupla muito perigosa. Felix Gall e Ben O’Connor são garantias sólidas para as provas por etapas, são ciclistas muito regulares e capazes de grandes exibições como se viu nas últimas temporadas A chegada de Sam Bennett vem dividir o bloco para o Tour de France, veremos se o irlandês corresponde às expectativas, algo que duvidamos seriamente que possa acontecer.

Dries de Bondt com liberdade nas clássicas será um perigo, o belga deu entrevistas e está muito motivado para apresentar resultados. Dorian Godon, Aurelien Paret-Peintre e Andrea Vendrame serão fundamentais para somar pontos UCI no vasto calendário francês.

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