Caleb Ewan foi a grande desilusão da jornada. Depois de ter ganho o critério local 2 dias antes do Tour Down Under, muitos esperavam que o australiano estivesse, pelo menos, na discussão do triunfo.
Mas isso não aconteceu. No quilómetro final, Ewan esteve sempre muito mal colocado e desta vez nem o gigante Roger Kluge foi ajuda suficiente. “Nas últimas centenas de metros estava mal posicionado. Estava constantemente a tentar subir no último quilómetro, tentei lançar o sprint, mas quando fiz isso sabia que não tinha mais reservas.” Disse Ewan à imprensa no final, na sua estreia com a camisola da Lotto-Soudal no World Tour.
“Sabíamos que estava vento frontal e não quisemos tomar a iniciativa muito cedo. Mas depois tornou-se realmente confuso, perdemo-nos e perdi a roda dos meus companheiros. Num sprint o factor sorte tem muito peso.” Amanhã deverá ser a segunda de 3 oportunidades para o australiano, que terminou a 1ª jornada no 23º posto.
Quem realizou um sprint de trás para a frente, com um poder de fogo impressionante e um timing perfeito foi Elia Viviani, que começou a época da melhor maneira. “O final foi caótico, mas os meus companheiros fizeram um trabalho incrível e colocaram-me no sítio certo. Estava vento frontal e se começas o sprint 50 metros cedo demais, é quase suicídio.” Viviani passou por um grande calafrio ao passar entre as barreiras e Phil Bauhaus e isso foi chave para o triunfo. “Vi o espaço pela esquerda e arrisquei, não sou maluco, se não houvesse espaço não tentaria passar.”
Depois de uma época quase perfeita, a pressão está no italiano e na equipa belga. “Foi um Inverno um pouco stressante, porque não é nada fácil repetir uma temporada como a de 2018. Tivemos azar no critério, mas estávamos na posição certa. Acredito muito em Sabatini e em Morkov, só preciso de os seguir.” Amanhã o perfil é um pouco diferente e Viviani está de pé atrás, “o final da 2ª etapa é em ligeira subida, fomos ver o final. Não é um sprint fácil e Gerrans já bateu Greipel naquele final.”
Já Jakub Mareczko foi um surpreendente 3º classificado, apesar de ter entrado mal colocado no quilómetro final e de não apreciar as condições meteorológicas. “Hoje estava calor, muito calor. Entrei no quilómetro final perto do 15º lugar, ainda me ultrapassaram, mas como estava vento frontal simplesmente esperei e depois joguei as minhas cartas. Estou feliz com este 3º lugar, feliz pela equipa, que trabalhou bem para mim e ajudou-me muito.”
O outro elemento do pódio foi Max Walscheid, conseguindo o 7º pódio em corridas do World Tour, só está a faltar uma grande vitória para a afirmação definitiva do gigante alemão. ”Estou orgulhoso da maneira como a equipa trabalhou hoje, até porque o nosso comboio é muito jovem, o Max Kanter tem 21 anos e o Cees Bol tem 23. Estava vento frontal, comecei o meu sprint muito cedo e as minhas pernas estavam mortas nos últimos 50 metros.”
Amanhã é expectável outra chegada ao sprint, na ligação entre Norwood e Angaston, mas o final é diferente, em ligeira subida, o que teoricamente favorecerá um pouco mais os puncheurs.