É um movimento decisivo na carreira de Wout Poels, o holandês de 31 anos decidiu sair da estrutura da Team Ineos, onde estava desde 2015 e onde somou algumas das maiores vitórias da carreira.
Poels teve uma primeira fase da carreira de 2009 a 2013 na Vacansoleil, onde começou a aparecer realmente em 2011, foi 3º na Vuelta a Murcia, 4º na Volta a Polónia, 2º no Tour de l’Ain e quase ganhou 2 etapas na Vuelta, sendo 17º nessa edição. Em 2012 e 2013 voltou a obter bons resultados nomeadamente em provas de 1 semana e isso valeu-lhe a mudança para a Quick-Step em 2014.
Aí foi 10º na Vuelta ao País Basco, ganhando 1 etapa e foi 21º no Giro, o que despertou a atenção da Team Sky, uma super-potência, que viu algo de especial em Poels. E realmente o holandês revelou-se uma peça preponderante no puzzle da formação britânica. Em 5 épocas fez um total de 7 Grandes Voltas, a grande maioria delas ao serviço dos seus líderes, falhando somente o Tour em 2017. Quando teve a chance de chefiar a equipa foi 6º na Vuelta em 2017.
Um tremendo trepador e muito explosivo também, sempre disposto a sacrificar-se por um colega em melhor forma física, obteve 13 das 19 vitórias da carreira nos últimos 5 anos, período em que esteve na Team Sky. Ganhou etapas em quase todas as provas de 1 semana do WT: Dauphine, Tirreno-Adriatico, Paris-Nice, Volta a Catalunha, Volta a Polónia, mas o destaque vai, sem sombra de dúvidas, para a Liege-Bastogne-Liege, conquistada em 2016, em condições terríveis. É um corredor de grandes vitórias, ainda que algo irregular a espaços.
E qual é a equipa que vai receber Wout Poels? A Bahrain-Merida, uma formação ainda em crescimento e à procura de uma identidade, que perdeu Vincenzo Nibali e ganhou Mikel Landa neste defeso, que aposta muito na parceria com a McLaren. O contrato é válido até 2021 e Poels pode ter a oportunidade de liderar numa das Grandes Voltas, com Landa a ser o chefe-de-fila nas outras 2. Com esta base, à qual se acrescenta Dylan Teuns ou Damiano Caruso e ainda tendo jovens como Matej Mohoric, Ivan Garcia Cortina ou Mark Padun para crescer e evoluir, a Bahrain-Merida aparenta estar a construir um grande plantel para 2020.