Mais um dia de montanha nesta Vuelta e, apesar das dificuldades longe da meta, os favoritos terão de estar atentos. Teremos João Almeida novamente ao ataque e a tentar deixar os rivais para trás?

 

Percurso

Laredo acolhe a partida da 12ª etapa da Vuelta, um dia que começa com 32 quilómetros planos. Aí surge a primeira subida do dia, o Puerto de Alisas (8,6 kms a 5,9%). Após o alto, o pelotão faz a descida e entra num longo vale até uma subida não categorizada. Estamos a cerca de 50 quilómetros do final, quando aparece o Alto de Hijas (3,1 kms a 6,4%) e 20 quilómetros depois os ciclistas já estão na primeira subida do dia, sendo que antes têm uma primeira passagem pela meta.

A subida de Collada de Brenes inicia-se a 30 quilómetros do fim e são 7 kms a 7,9%, no entanto há 3 kms acima dos 9% ainda na primeira metade. Uma subida que pode levar a ataques! Feita a subida, restam 23 quilómetros, 12 em descida e 11 planos, portanto terreno muito rápido até à chegada em Los Corrales de Buelna.



 

Táticas

Este é um perfil perfeito para mais uma fuga resultar! Duas subidas duras demais para os sprinters, até podem fazer diferenças para os homens da classificação geral mas até ao final ainda restam muitos quilómetros e, para além disso, sexta-feira é dia de Angliru e sábado La Farrapona. Com isto, esperamos que as equipas dos principais ciclistas se poupem tendo em conta os dias importantes que têm pela frente e, possivelmente, apenas testarem-se na última subida.

Posto isto, é mais um dia para a fuga, um grupo que apenas se deve formar na primeira contagem de montanha, local onde existe mais dificuldade e onde os trepadores conseguem, com mais facilidade estar na frente. Esperamos uma primeira hora de corrida muito rápida, tal como tem acontecido nos últimos dias.

 

Favoritos

Santiago Buitrago apareceu pela primeira vez na Vuelta no dia de hoje. O colombiano teve o azar do pelotão querer uma corrida dura e acabou apanhado mas são boas indicações para o que resta. Buitrago é um ciclista bastante fiável quando tem de apostar nas fugas, raramente falha os dias importantes. Não se importará de fazer os últimos quilómetros em solitário.

Pablo Castrillo já tentou por diversas vezes, ainda ontem foi 2º. Já só lhe falta chegar ao resultado mais alto do pódio, uma tarefa que não se avizinha fácil, não parece tão forte como no ano passado. A Movistar precisa de ter várias opções na frente, seria uma forma de guardar Castrillo para um ataque na última subida.



Outsiders

Marco Frigo aparece mais uma vez na lista, ele que tem estado mais discreto que o habitual. O italiano tem mais uma etapa ao seu jeito antes da chegada da alta montanha, sabe que é uma oportunidade de ouro. É daqueles ciclistas que não tem medo de atacar, até o poderia fazer ainda antes da subida final.

Jay Vine tem mais um dia importante para a montanha, já esteve em 3 fugas e em 2 delas acabou a vencer. Apesar de ter esta classificação mais ou menos controlada, quanto mais cedo a garantir melhor. Tem sido um dos mais fortes da Vuelta na montanha e, com a sua capacidade de contra-relogista, não tem receio de chegar isolado e fazer um longo esforço individual.

Temos vista uma versão mais ofensiva de Michal Kwiatkowski, um ciclista que já merece voltar aos grandes momentos depois de tanto trabalhar para a equipa. A última subida até pode ser muito dura para si, mas na descida e na fase final de plano terá vantagem, se não perder muito tempo estará na luta.

 

Possíveis surpresas

Juan Ayuso – após um dia calmo, teremos o espanhol de volta ao ataque? Se estiver na frente, será muito complicado alguém o seguir, é um dos melhores trepadores daqueles que já perderam tempo. Quererá provar aos críticos que está forte.

Marc Soler – muito ofensivo no dia de hoje, acabou por perder muito tempo e dizer adeus à geral. Chegamos ao cenário onde o espanhol é mais perigoso, a tentar as fugas e procurar vitórias. Numa UAE Team Emirates sem muita organização, não seria de estranhar nova fuga.

Kevin Vermaerke – um bom puncheur que vê estas subidas no seu limite. Vai ter que sofrer para não perder muito tempo para os trepadores e recuperar nas descidas. É um ciclista rápido em grupos restritos.



Lorenzo Fortunato – mais um que esteve nos primeiros lugares da geral e está totalmente afundado. O italiano é um excelente caça-etapas, basta vermos o que fez no Giro deste ano. Sabe que para vencer tem de chegar isolado.

Ben O’Connor – dia para esquecer para o australiano, perdeu 18 minutos e afundou-se na geral. Está na hora da versão fugitivo, onde costuma escolher certos dias e nesses mesmos consegue estar muito forte.

Eddie Dunbar – outra alternativa na Jayco AlUla, um ciclista que ainda no ano passado andou tão bem na Vuelta. O irlandês é muito ofensivo e, até agora, tem estado muito discreto, talvez esperando pelos dias mais duros.

Andrea Bagioli – para quem não é um trepador, o italiano está a subir bastante bem, talvez numa das melhores formas da carreira. Se estiver na frente será um ciclista a temer, será um dos mais rápidos do grupo.

Tom Pidcock – está em grande forma, a aposta na geral está a correr muito bem, quem diria. Estará ainda mais motivado depois de hoje ter sido o mais forte e não ter podido disputar a vitória, quererá “vingança”.

Jonas Vingegaard – uma subida mais longa vai favorecer o dinamarquês comparativamente a Pidcock. Por outro lado não vemos Vingegaard a tentar chegar sozinho, vêm dias importantes.

João Almeida – tem estado muito ofensivo mas ainda não conseguiu descolar os principais rivais. Amanhã é uma nova oportunidade, deverá atacar e tentar reduzir o grupo ao máximo. Num grupo restrito é rápido.

Giulio Ciccone – é outro dos homens da geral que é bastante rápido. Não está ao nível dos 3 acima mencionados, baixou um pouco comparativamente à primeira semana mas se houver junção pode sonhar.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Brandon Rivera e Jordan Labrosse.



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