O fim-de-semana traz o regresso da montanha e das chegadas em alto na Vuelta! Será que nova fuga vai ter sucesso ou teremos os favoritos a lutar pelo triunfo?

 

Percurso

A montanha regressa, num dia que pode ser dividido em duas fases. Primeiro 100 quilómetros planos e últimos 60 quilómetros com 3 contagens de montanha e outros pequenos topos. Tudo se vai decidir nos derradeiros 20 quilómetros, com duas longas subidas pela frente.



A subida à Sierra de la Pandera tem um total de 21700 metros e é dividida, pela organização, em duas ascensões distintas: primeiro o Puerto de Los Villares (10 kms a 5,5%) e, logo de seguida, a Sierra de la Pandera propriamente dita (8,6 kms a 7,5%). Esta parte final tem dois quilómetros muito duros no seu miolo, com rampas acima dos 10%, chegando inclusive aos 13%. À entrada do quilómetro final existem 500 metros em descida, antes da estrada voltar a inclinar para a chegada.

 

Táticas

Mais uma etapa de montanha na Vuelta e nova batalha entre o pelotão e a fuga. Neste momento, 4 chegadas em alto e os favoritos não venceram nenhuma, as equipas dos homens da geral têm preferido guardar-se para o final e, dessa forma, a fuga entra na derradeira subida com larga e suficiente vantagem para discutir o triunfo.

Amanhã esperamos mais do mesmo, uma luta intensa pela presença na escapada, uma primeira hora de corrida frenética, até que se forme um numeroso grupo de fugitivos. A partir daí, e depois de assegurar que nenhum nome perigoso está na frente, a QuickStep vai controlar a corrida. As restantes equipas também se encontram desfalcadas e acreditamos que a atacar de longe o façam na etapa de domingo, um dia mais duro e mais propício a mexidas de longe.

 

Favoritos

A EF Education-EasyPost necessita de uma vitória e quando mais se avança numa Grande Volta melhor para Hugh Carthy. É certo que o início plano não o favorece mas com o apoio da equipa consegue estar na frente. Esta é uma subida perfeita para o gigante britânico que gosta de finais inclinados.



David de la Cruz tende a mostrar a sua melhor versão na Vuelta e, este ano, não parece ser exceção. O espanhol tem estado muito discreto mas sempre entre os melhores e a Astana é outra equipa que necessita de um triunfo. O top-10 final pode ser objetivo e para isso quererá entrar numa fuga, onde possa ganhar tempo precioso.

 

Outsiders

Rein Taaramae é capaz do melhor e do pior, quando está bem o estónio é uma dor de cabeça para os seus companheiros de fuga. Não é ciclista de esperar pelo final, prefere atacar de longe e impor o seu ritmo. Já sabe o que é vencer na Vuelta e está numa equipa que corre sem pressão.

Remco Evenepoel deve ter o desejo de vencer uma etapa em linha com a camisola vermelha. É certo que já venceu, mas um contra-relógio não é a mesma coisa. Tem sido sempre o mais forte quando a estrada inclina, não nos admirávamos que apenas seguisse rodas e, se notasse fraquezas nos seus rivais atacasse.



Quem está em crescendo de forma é Miguel Angel Lopez. O colombiano aparece sempre em grande na 2ª metade das Grandes Voltas e na última chegada em alto já esteve perto de chegar com os melhores. Já longe de Evenepoel, o belga não deverá responder a Lopez e essa liberdade pode ser importante.

 

Possíveis surpresas

Olhando para os homens da geral, Enric Mas não vai ter liberdade, a vencer terá que ser à base da força, algo que não vemos a acontecer. Primoz Roglic também parece em crescendo, este é um final ideal para si, caso esteja a 100% pode acelerar nos metros finais e tentar começar a recuperar tempo. Veremos como está Juan Ayuso que, ontem mesmo infetado, consegui chegar com os melhores. Carlos Rodriguez não tem medo de assumir a corrida, mostrou-se ofensivo, amanhã deve fazer o mesmo. Dentro da EF Education-EasyPost, Rigoberto Uran e Mark Padun são duas sérias alternativas a Carthy, também se adaptam muito bem a este final e, ao contrário do britânico, devem ter mais facilidade no início plano. Thibaut Pinot tem estado no anonimato, está na hora do ciclista gaulês aparecer e tentar concretizar o objetivo a que se propôs. Richard Carapaz parece revigorado e, depois de uma vitória, a pressão já lá vai, as coisas podem fluir muito melhor e o campeão olímpico pode almejar novo triunfo. Para a fuga, olho, ainda, em Marc Soler, Sergio Higuita, Alejandro Valverde e Gino Mader.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Domenico Pozzovivo e Elie Gesbert.



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