Pausa na luta pela vitória final da La Vuelta com uma rara oportunidade para os sprinters! Depois de tanto sofreram, conseguirão os homens rápidos lutar pela vitória ou a fuga vai conseguir fintar o pelotão?

 

Percurso

Uma etapa sem muito a explicar. 162 quilómetros sem uma única contagem de montanha, o terreno até é bastante ondulante mas nada demais para aquilo que o pelotão está habituado. Olhando para o final, depois de atingido um pequeno topo a 5 quilómetros do fim, os ciclistas vão descer até aos últimos 2300 metros, uma descida quase sempre em linha reta, apenas com uma viragem à direita. Os últimos 2300 metros são num falso plano, rampas médias de 3%, o que pode matar as pernas de alguns. Final simples, sem curvas acentuadas, será fundamental escolher o momento certo para lançar o sprint.



 

Táticas

Pequena pausa na luta pela classificação geral com os sprinters a terem uma oportunidade depois de tanto sofrerem. Apesar de tudo, mesmo sem contagens de montanha, a etapa não é assim tão linear, tem mais de 1500 metros de desnível acumulado e, como tal, não será fácil de controlar. Desta forma, a fuga poderá ter hipóteses de vingar, se for um grupo muito numeroso e com muitas das equipas dos sprinters.

A Alpecin-Deceuninck já venceu duas etapas mas tendo Jasper Philipsen vai querer mais, no entanto sozinha não consegue anular a fuga. Terá de confiar no apoio da Israel-Premier Tech, uma equipa que ainda não venceu e tem outro grande sprinter ainda em prova. A Lidl-Trek também pode ajudar mas não nos admirávamos se tentasse a fuga, tal como a INEOS. A Lotto pode ser outra equipa a ajudar a Alpecin. Dito isto, damos favoritismo ao pelotão mas a fuga também tem as suas chances.

 

Favoritos

Jasper Philipsen andou a sofrer ao longo das últimas etapas para este momento. Se o belga ainda está em compeitção, o que para nós é uma supresa, é porque está bem e motivado. Tem o melhor comboio da prova, já vimos isso noutras chegadas, um bloco experiente que sabe esperar pelo momento certo. Philipsen adora estes finais em ligeira subida.

Ethan Vernon já esteve perto por várias vezes, o britânico já soma alguns pódios, falta-lhe um bocadinho para conseguir a grande vitória da carreira. Afirmou estar motivado para estas etapas finais, sofreu muito para cá chegar, tal como todos. O apoio de Jake Stewart na parte final será fundamental para um bom resultado.

 

Outsiders

Ben Turner é um dos poucos sprinters com vitória na Vuelta, logo na estreia, o que lhe dará ainda mais motivação. A INEOS Grenadiers tem andado muito bem, a confiança na equipa britânica está em altas. Turner confiará muito em Ganna e Kwiatkowski para o guiarem no final, foi assim que conseguiu o triunfo. A vitória foi conseguida numa chegada em … ligeira subida.



Mads Pedersen afirmou hoje que estava doente no entanto para realizar o contra-relógio que fez é porque não está assim tão mal. O dinamarquês tem a camisola verde praticamente garantida, não terá tanta pressão, mas não nos podemos esquecer que até agora não conseguiu um único resultado de relevo em chegadas ao sprint. Se melhorar o posicionamento, talvez seguindo a roda de Philipsen, estará mais perto. O final em ligeira subida beneficia-o.

Nico Denz é um especialista neste tipo de etapas. 3 vitórias em Grandes Voltas e todas elas aconteceram na segunda metade da prova, em tiradas que, em teoria, seriam para os sprinters. O alemão é um tanque, adora ir para a fuga nestes dias, e se lhe dão um metro será muito difícil de apanhar.

 

Possíveis surpresas

Orluis Aular – um dos mais regulares da Vuelta, já com vários pódios. O final em ligeira subida só o beneficia, poderá conseguir mais um pódio mas a vitória será complicado.

Jenthe Biermans – outro ciclista com muitos top-10 ao longo do ano, alguns deles já nesta Vuelta. Numa Arkea sem grandes opções, o belga vai tentar a sua sorte e dar um prémio à equipa.

Arne Marit – um dos poucos sprinters puros ainda presentes. Já conseguiu um pódio, veremos se consegue fazer mais e melhor, numa Intermarché onde o apoio não é o melhor.

Elia Viviani – já conseguiu um pódio (relegado) e um 4º, o veterano italiano tem muita experiência e isso pode vir a ser fundamental neste tipo de etapas. Contar com Jasper de Buyst será fundamental, num Viviani que já não tem a mesma ponta final de outrora.

Bryan Coquard/Stanislaw Aniolkowski – o duo da Cofidis tem feito sprints separados, em vez de se apoiarem, o que seria sempre melhor. Neste final, diríamos que Coquard é a melhor aposta, em ligeira subida e sem muitas curvas nos quilômetros finais.

Andreas Foldager – pode ser a aposta para o sprint, mas diríamos que numa fuga pode ter mais hipóteses. É um ciclista que gosta de dias mais duros, não é um puro sprinter.



Thomas Silva – o mesmo podemos dizer do uruguaio da Caja Rural. Já tem alguns top-10 em chegadas ao sprint, mas numa fuga a possibilidade de vencer é maior, tem de arriscar.

Ivo Oliveira – depois de ter sido 5º hoje, o português pode vir a ter liberdade para amanhã. Numa fuga, Oliveira será um perigo, tanto pode vencer com um ataque na parte final ou ao sprint.

Huub Artz – o campeão da Europa sub-23 está a andar bem, hoje fez um contra-relógio bastante positivo, sem ser a sua especialidade. Um ciclista muito combativo, sem medo de atacar, é assim que se vence nestes dias.

Alec Segaert – o belga é um especialista de contra-relógio, não lhe podem dar um metro senão nunca mais o veem. Já tentou por duas vezes nesta Vuelta, há terceira pode ser de vez.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Thibaud Gruel e Nicolò Buratti.

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