Último dia do pelotão da La Vuelta por Itália! Com um final no topo de uma 3ª categoria, conseguirão os sprinters resistir aos ataques dos puncheurs?

Percurso

A Vuelta despede-se de Itália com uma ligação entre San Maurizio Canavese e Ceres. Apenas uma contagem de montanha até ao final de etapa, mais dois pequenos topos depois disso mas com percentagens suaves, pelo que não devem causar grandes estragos no pelotão e tudo se deve decidir na subida final. Uma 3ª categoria para terminar o dia, 2500 metros a 3,2%, onde o último quilómetro é o mais duro a 5,2%, o que pode originar uma batalha entre os sprinters e os puncheurs.



 

Táticas

Apesar do final complicado, há alguns sprinters que se adaptam a este tipo de chegada. Depois do falhanço de sábado, a Lidl-Trek e Mads Pedersen vão querer fazer mais e melhor, senão começam a ficar muito atrasados na luta pela classificação por pontos. Não nos admiravámos que também a Alpecin-Deceuninck ajudasse, se estiver bem Jasper Philipsen consegue estar na luta neste tipo de dificuldades.

Por fim temos as equipas dos puncheurs, com a Q36.5 de Tom Pidcock à cabeça, esta é, também, uma excelente oportunidade para o britânico poder brilhar. A INEOS Grenadiers também pode ter ideias de tentar endurecer a corrida, os seus “homens rápidos” precisam de uma corrida mais complicada. 

 

Favoritos

Mads Pedersen deve estar cheio de vontade de corrigir os erros que fez no sábado. O dinamarquês veio para vencer etapas e já perdeu uma grande oportunidade. Este final mais duro ainda encaixa melhor nas características de Pedersen, alguém que adora estes finais duros e que já assim venceu na Vuelta.

Orluis Aular está longe de ser um puro sprinter mas a sua capacidade de posicionamento vale sempre excelentes resultados. Amanhã pode ser mais um caso disso, o venezuelano já tem pódios no Giro e na Vuelta e ainda não teve finais tão duros como este, onde se adapta muito melhor. A Movistar veio focada em vencer etapas, tem aqui uma grande chance para conseguir o objetivo.



Outsiders

Jasper Philipsen já mostrou, noutras provas, que consegue aguentar este tipo de dificuldades. É certo que não deve estar a 100%, a preparação não foi a ideal, daí as pequenas dúvidas, mas por outro lado tem uma equipa que o vai apoiar até ao fim. Deverá colar-se na roda de Pedersen e esperar pelo sprint final, onde será difícil de bater.

Este pode ser um bom final para Jake Stewart. Em teoria, o britânico tinha estes finais para si e Vernon ficava com os mais simples, mantendo a palavra é em Stewart que devem apostar. O britânico leva duas vitórias este ano, ambas após dias difíceiss, o que lhe dará confiança.

Em caso de uma subida bastante endurecida, Tom Pidcock é o principal nome a ter em atenção. O britânico disse vir focado na geral mas não deixa de pensar nas etapas, tem aqui um final ao seu jeito. Esteve bem na Noruega e, depois de um Giro onde falhou a vitória, quererá corrigir na Vuelta e mostrar que a Q36.5 merece ser convidada.

 

Possíveis surpresas

Bryan Coquard – o pequeno francês tem de aproveitar estas oportunidades. Este é um final bem ao seu estilo, em ligeira subida e com uma chegada complicada. A Cofidis e Coquard precisam de um grande resultado.

Archie Ryan – numa EF Education focada em etapas, o irlandês tem aqui uma grande oportunidade. Puncheur muito explosivo, está a ter uma temporada muito positiva, destacando-se neste tipo de finais.

Madis Mihkels – o estónio é um sprinter mais puro que Ryan mas ainda se consegue adaptar a este final que até lhe assenta melhor que o de sábado. Tem de estar bem colocado.

Thibaud Gruel – o jovem gaulês ainda está a aparecer no panorama internacional mas se olharmos para o que tem feito nos últimos tempos, principalmente no calendário francês, é alguém a ter debaixo de olho. Não sendo muito conhecido, pode ter liberdade para surpreender.



Thomas Silva – se há etapa que o uruguaio pode surpreender é esta. A Caja Rural tem de se focar em Silva, o puncheur sul-americano adora estas chegadas, até já venceu em Portugal (com as devidas diferenças na qualidade do pelotão). Ainda ontem fez top-10 numa chegada plana, a confiança está em alta.

Andreas Foldager – outro ciclista que deve ter apontado esta etapa no livro de prova. Alguém com uma boa ponta final que se destaca em finais mais inclinados. Não deverá ter muito apoio, poderá ser prejudicial.

Jenthe Biermans – numa Arkea à procura de resultados, o belga é a aposta de amanhã. Sempre muito regular, Biermans consegue posicionar-se muito bem, o que lhe vale resultados entre os primeiros. Numa Vuelta sem grandes sprinters, pode acontecer a surpresa.

Ben Turner – talvez este final esteja no limite para o britânico, mas tem de aproveitar enquanto está em boa forma e não acusa o cansaço. Vem em boa forma já há algum tempo, tem tido uma velocidade final de grande nível.

Ethan Vernon – o britânico fez-se ao sprint intermédio, o que significa que está na luta pelos pontos. Como tal, amanhã tem de estar na luta, mesmo que a aposta seja Stewart. Foi quem mais perto acompanhou Philipsen no primeiro dia e, este ano, já venceu um sprint em subida.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Fabio Christen e Huub Artz.

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