Último dia completo em solo transalpino e primeira oportunidade para os sprinters neste Tour de France. Quem será o mais rápido em Turim?

 

Percurso

Uma grande maratona de 231 quilómetros entre Piacenza e Turim, num dia sem grandes dificuldades. Apenas três contagens de montanha de 4ª categoria, a última das quais a 50 quilómetros do fim, o Cote de Sommariva Perno (3,1 kms a 4,6%). A partir daqui, o terreno torna-se muito mais rápido e, a juntar a tudo isto, o final é relativamente simples.



Longa reta com mais de 5 quilómetros a anteceder as curvas finais. A grande velocidade, o pelotão entra no quilómetro final e, logo de seguida, têm duas curvas de 90 graus, ambas para a esquerda, a primeira a 900 e a segunda a 700 metros do fim. A 500 metros da chegada há uma ligeira curva que, à velocidade que vai ser feita, mal se vai notar. A estrada tem 7 metros de largura.

 

Táticas

Esta é uma etapa relativamente simples, não tem grandes dificuldades e o grande obstáculo será a longa quilometragem, novamente 200 ou mais quilómetros. As pernas ainda estão frescas, os interesses são muitos, ao contrário de hoje, a fuga não deverá ter muitas hipóteses. Em relação ao final, é importante estar bem colocado devido às duas curvas no quilómetro final. Desta forma, e sendo a primeira chegada ao sprint, iremos mencionar os principais comboios presentes:

Jayco AlUla: Michael Matthews-Elmar Reinders-Luka Mezgec-Dylan Groenewegen

Lidl-Trek: Ryan Gibbons-Jasper Stuyven-Mads Pedersen

Decathlon AG2R: Paul Lapeira-Dorian Godon-Sam Bennett

Bahrain-Victorious: Matej Mohoric-Fred Wright-Nikias Arndt-Phil Bauhaus

Alpecin-Deceuninck: Robbe Ghys-Axel Laurance-Jonas Rickaert-Mathieu van der Poel-Jasper Philipsen

Team dsm-fiermenich: Nils Eekhoff-John Degenkolb-Bram Welten-Fabio Jakobsen

Astana: Davide Ballerini-Cees Bol-Michael Morkov-Mark Cavendish

Uno-X: Jonas Abrahmasen-Rasmus Tiller-Soren Waerenskjold-Alexander Kristoff

 

Favoritos

Desde o Paris-Roubaix que Jasper Philipsen está a pensar no Tour, treinando especificamente para tal. O belga pode não estar a ter a temporada dominante como em 2023, no entanto continua a ser dos ciclistas mais rápidos do Mundo. Para além disso, alguns dos seus grandes adversários não estão presentes, pelo que parte com mais favoritismo. O facto de ter um dos melhores comboios, com destaque para Mathieu van der Poel é outro ponto a favor.



Mads Pedersen é um ciclista de grandes provas e, apesar de ainda estarmos cedo no Tour, os ciclistas vêm de duas etapas muito duras, o que beneficia o dinamarquês. A Lidl-Trek está muito focada no antigo campeão do Mundo, a coesão dentro da equipa é notória e isso é essencial para um bom resultado. Têm trabalhado muito bem o sprint, Pedersen pode abrir a contagem no Tour já amanhã.

 

Outsiders

Dylan Groenewegen está longe de ser um sprinter regular. Muitas vezes não confia no seu comboio e isso custa-lhe caro, no entanto vem de vencer os Nacionais nos Países Baixos, a confiança estará em alta. Ainda cedo numa Grande Volta é o ideal para o ciclista da Jayco AlUla que conta com lançadores muito experientes. Precisa de voltar a vencer no Tour.

Quatro anos depois, Sam Bennett regressa ao Tour e com a motivação em alta. É certo que ainda não venceu no World Tour em 2024, mas já leva bastantes triunfos, o que para um sprinter que pouco ganhou nas últimas épocas já é positivo. Tem algum apoio e, ultimamente, tem conseguido posicionar-se bem. Apesar de tudo uma coisa é lutar contra sprinters de 2ª e 3ª linha em provas do Europe Tour, outra coisa é o Tour de France.



Phil Bauhaus pode não ser o nome mais óbvio, no entanto quando menos se espera o alemão costuma surpreender. O Giro não correu de feição, é certo, mas Bauhaus continua a ser um ciclista bastante rápido. Um sprint em potência até o favorece e, se existir alguma confusão e hesitação melhor ainda. Nikias Arndt será essencial para o seu posicionamento.

 

Possíveis surpresas

Será que Wout van Aert se vai meter na confusão do sprint? O belga disse, à partida, que tinha as suas etapas selecionadas no entanto se se sentir bem e tiver liberdade não duvidamos que Van Aert se vai testar. Está cada vez mais perto do seu melhor nível. Alexander Kristoff optou por uma estratégia diferente, sem estágios e com muita competição e resultou na perfeição. Muitas vitórias, pódios e um comboio muito bem oleado. A Uno-X é uma das equipas mais irreverentes do pelotão, tem um líder muito experiente que, apesar de tudo, terá de ter muitos fatores a seu favor se quiser vencer tão cedo no Tour. A Intermarché-Wanty chega com Gerben Thijssen e Biniam Girmay e, amanhã, diríamos que será para Thijssen, o mais rápido dos dois numa etapa tão acessível. Por vezes o belga consegue surpreender, é muito rápido. Apesar dos 30 anos, esta é a primeira vez que vemos Pascal Ackermann no Tour. O alemão deve estar mais motivado que nunca, mesmo numa altura onde os bons resultados não abundam. A qualidade ainda está lá, veremos se os astros se alinham.

O que esperar de Mark Cavendish? Depois de dois dias muitos sofridos, o britânico deverá ter perdido muita energia, não será nada fácil, no entanto tem que aproveitar todas as oportunidades que terá para tentar a 35ª vitória. Fabio Jakobsen está longe dos tempos áureos, depois de um Giro péssimo, esperamos o mesmo, ainda para mais também tem sofrido muito nas montanhas. Outro sprinter que anda longe do melhor é Arnaud Demare, ainda não tem um único top-10 em 2024. Os alarmes já soaram na Arkea, tem que começar a mostrar resultados rapidamente, senão ainda é ultrapassado na hierarquia.

A reta da meta não é assim tão curta, mas mesmo assim não impede Fernando Gaviria de tentar os seus tradicionais sprints de longe. Raramente têm resultado, normalmente até servem de lançamento para os vencedores e sem muito apoio da Movistar ainda será mais complicado. Por fim, a etapa é acessível demais para Arnaud de Lie, Bryan Coquard e Marijn van den Berg, um top-10 já seria um bom resultado.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Alex Aranburu e Axel Zingle.



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