Com a temporada em pleno andamento é hora de vermos como estão as complicadas contas para o acesso ao World Tour em 2026. Este ranking do triénio 2023-2025 está a ter uma influência muito grande nas corridas, particularmente no calendário das principais figuras das equipas envolvidas na batalha pela manutenção. Estrategicamente, e apesar da reforma que a pontuação sofreu neste triénio, é mais proveitoso levar o melhor alinhamento às clássicas e colocar 2 elementos no top 10 do que lutar por etapas e apostar num ciclista no top 10.
Finalizadas as clássicas e a Volta a Romandia, e com uma nova fase da temporada a começar – as Grandes Voltas -, é altura de ver como estão os rankings e analisar os mesmos.

Se a época acabasse hoje ficariam fora do World Tour em 2026 (caso todas as equipas no top 18 quisessem a licença e reunissem as condições financeiras para tal) XDS Astana Team e Arkéa – B&B Hotels. A primeira equipa acima da “linha de água” é a Team Picnic PostNL, mas cada vez com uma margem mais reduzida para a equipa cazaque e também se viu ultrapassda pela Cofidis nas últimas semanas de competição. Após 3 anos fora do World Tour, tanto a Lotto como a Israel-Premier Tech têm praticamente garantido o regresso ao escalão máximo, muito por causa de boas temporadas em 2023 e 2024.

Acima temos o ranking no final da temporada de 2024 e, como podemos verificar, a XDS Astana Team está a ter um ano de 2025 fabuloso! A equipa cazaque estava a 4670 pontos da salvação e, neste momento, encontra-se a apenas 160. Recuperação notável! Não só as contratações foram positivas, como praticamente toda a equipa começou a render. A juntar a isto, numa estratégia de maximizar pontos, a Astana tem-se focado muito nos pontos e, nas clássicas/provas por etapas, tem colocado vários ciclistas no top-10. Para além disso, tem feito um calendário muito mais amplo, basta ver que recentemente estiveram presentes no Tour of Hainan, Volta a Grécia e Volta a Turquia. Acreditamos que a formação de Alexandre Vinokourov se vai conseguir salvar, continuando a apostar num calendário variado e com grande parte do seu plantel a conseguir resultados.
Quem estará a caminho das ProTeams é a Arkéa-B&B Hotels. A equipa francesa não tem conseguido acompanhar a recuperação da Astana e está quase à mesma distância da salvação do que estava no início da temporada. Com um plantel bastante limitado, poucas grandes figuras, não se pode esperar milagres, ainda para mais uma formação que tem o seu futuro muito incerto. Kevin Vauquelin pode ser muito talentoso mas não dá para tudo.
Depois temos os casos da Cofidis e da Team Picnic PostNL, as equipas que estão em luta direta com a Astana. A Cofidis tem conseguido manter-se à tona principalmente devido às exibições e vitórias de Milan Frentin e Alex Aranburu, ambos tem sido muito regulares e, para além disto, a equipa de Cédric Vausseur tem aproveitado o extenso calendário francês para ir somando pontos importantes nas semi-clássicas e provas de uma semana. Já a Team Picnic PostNL parece não estar muito preocupada, continua a fazer um calendário reduzido, os seus líderes não rendem e as vitórias são escassas. A equipa neerlandesa está em clara quebra e, desta forma, rapidamente, estará na zona de despromoção.

Por fim, analisemos o ranking tendo em conta apenas a temporada de 2025. Como podemos ver, a XDS Astana está num impressionante 3º lugar apenas superada pela UAE Team Emirates-XRG e Lidl-Trek e, por outro lado, não fossem 2023 e 2024 duas grandes temporadas e a Lotto estaria em muitos maus lençóis. O ranking anual é importante para saber que ProTeams terão convites automáticos para as provas World Tour. Assumindo que a Astana continua a tendência positiva, a luta está entre Uno-X, Q36.5, Tudor, com TotalEnergies e Picnic PostNL a espreitarem de muito longe. Caso a temporada fechasse agora, Uno-X e Q36.5 tinham convites para todas as provas World Tour e a Tudor garantia o acesso às clássicas.