Uma das equipas do pelotão nacional já anunciou a constituição do seu plantel para 2026. Falamos da Efapel Cycling comandada por José Azevedo, que apresentou bastantes novidades depois de um final de temporada onde prometeu mais internacionalização.

A experiência na equipa e no plantel mantém-se com as renovações, continuam na estrutura 3 “trintões”, Aleksandr Grigorev (russo que já corre em Portugal desde 2018, um rolador potente que teve muitos problemas físicos no início do ano), Joaquim Silva (um dos mais experientes do nosso pelotão, consegue sempre alguns bons resultados ao longo do ano e é uma boa ajuda na montanha, foi 16º na Volta a Portugal) e Keegan Swirbul (vai para a 3ª época na equipa, integrou-se bem, curiosamente os melhores resultados foram sempre no G.P.Abimota).

Há mais 2 peças importantes que ficam. Pedro Pinto tem subido paulatinamente nos rankings e, aos 24 anos, teve uma bela época, com 1 vitória e mais 2 pódios. Entrou na Volta a Portugal com o estatuto de ciclista protegido e terminou em 12º, um corredor completo e que pode ser muito útil. Tiago Antunes teve talvez a melhor temporada da carreira aos 28 anos, 8º na Volta ao Alentejo, 7º no G.P. O Jogo, 8º no G.P. Abimota, 4º nos Nacionais, 6º no Troféu Joaquim Agostinho e 5º na Volta a Portugal valeram-lhe a convocatória merecida para os Mundiais e os Europeus. Foi visível a melhoria na alta montanha, que era uma lacuna em anos anteriores e poderá ser visto de outra forma em 2026.

Passando para os reforços, o nome mais sonante será talvez o de Lucas Lopes, corredor que regressou este ano a Portugal depois de uma aventura em Espanha e com resultados a nível internacional no escalão sub-23: top 15 na Volta a França do Futuro nos últimos 2 anos, 12º nos Mundiais, 8º nos Europeus. Internamente ganhou a Volta a Portugal do Futuro, foi 4º no G.P. Abimota e 9º na Volta a Portugal, tendo conquistado a camisola branca. A Efapel espera certamente que, aos 22 anos, Lucas Lopes continue a sua evolução e será desde já um dos líderes da equipa, tem mostrado que não tem problemas em assumir esse papel.

Da Rádio Popular Paredes Boavista vêm também mais 2 ciclistas. Tiago Leal, um ciclista combativo e completo, de 24 anos, que nas competições internas será uma carta interessante a jogar, este ano somou 15 top 10’s nas provas nacionais. Rafael Durães é bem mais jovem, ainda sub-23 com somente 19 anos, campeão nacional de juniores em 2024, representou a selecção já este ano enquanto sub-23 na Corrida da Paz. Diogo Gonçalves foi das boas surpresas do pelotão nacional este ano, representou o Feirense-Beeceler, corredor polivalente que teve um final de temporada fulgurante aos ser medalhado de bronze nos Nacionais, 4º no G.P.J.N e 5º no G.P. Anicolor.

Das contratações o outro corredor mais conhecido e talvez surpreendente é Gonçalo Tavares, de 22 anos. Ciclista da geração de Lucas Lopes e António Morgado, fez parte da incrível equipa da Bairrada que dominava o escalão de juniores, numa parelha incrível com o “Bigode voador”, chegou até a ganhar provas em Espanha à frente de Ivan Romeo. Em 2023 saiu para a Axeon e até teve um primeiro ano positivo, foi 11º na Corrida da Paz, campeão nacional sub-23, mas a partir daí estagnou um pouco, este ano ainda fez top 20 no Baby Giro, muitas vezes trabalhando para os colegas. Voltar a Portugal nesta fase da carreira é algo que faz sentido e foi um pouco o caminho que Lucas Lopes tentou fazer e curiosamente vão encontrar-se em 2026 na mesma equipa, veremos se consegue de certa forma relançar-se neste possível trampolim e dar um salto na sua evolução.

Globalmente este é um plantel que é mais equilibrado face a 2025 e que parece ir mais ao encontro da ideia original deste projecto, de potenciar jovens ciclistas portugueses cá dentro e lá fora. A grande aposta em Mauricio Moreira, um ciclista vencedor da Volta a Portugal, não correu bem, e isso parece ter mudado o chip aos responsáveis da equipa, é um elenco com a certeza da regularidade de Tiago Antunes e a relativa incerteza da evolução dos jovens talentos.