Início de jornada com polémica à mistura, o pelotão da Vuelta a ameaçar parar caso continuem os protestos que põem em causa a integridade física dos ciclistas e os finais de etapa alterados à última hora. Num dia que se previa ser para os favoritos com um final bastante duro foram apenas 12 os corredores que se escaparam: Brandon Rivera, Madis Mihkels, Antonio Tiberi, Harold Tejada, Joel Nicolau, Patrick Gamper, Leandre Lozouet, Sergio Samitier, Luca van Boven, Gijs Leemreize, Timo Roosen e Jonas Gregaard, sendo que mesmo assim Harold Tejada era um perigo e uma ameaça ao top 10 ao estar a menos de 12 minutos da camisola vermelha.
A Visma decidiu controlar a corrida de perto usando os mesmos ciclistas dos últimos dias, Dylan van Baarle e Wilco Kelderman mantiveram a escapada sempre abaixo dos 2 minutos. A aproximação à subida final foi alucinante, havia alguns topos e estrada muito estreita, a fuga desfez-se e ficaram na frente Tejada, Tiberi, Samitier e Leemreize, no pelotão a Red Bull Bora impunha um ritmo diabólico com o pelotão todo esticado. Ficaram cerca de 2 dezenas de ciclistas no grupo principal e Felix Gall passou novamente dificuldades, o 6º classificado da geral.
Nas primeiras rampas do Alto de El Morredero a Visma assumiu a corrida com Ben Tulett, mas o primeiro ataque foi de Jai Hindley, uma aceleração que levou com ele Vingegaard, Pidcock e Riccitello e que colocou em dificuldades João Almeida, que seguia na companhia de Pellizzari. O italiano aproveitou um momento de hesitação para atacar a cerca de 4 kms da meta e abriu um espaço muito grande visto que a resposta de Riccitello foi marcada por Pidcock e Hindley. O líder da classificação da juventude entrou no quilómetro final com praticamente 30 segundos e com a vitória assegurada, numa boa jogada táctica.
Giulio Pellizzari estreou-se a ganhar como profissional com estrondo, numa etapa de alta montanha da Volta a Espanha e contra concorrência de peso, consolidando a liderança na juventude e aproximando-se perigosamente do pódio. Thomas Pidcock usou a sua capacidade de explosão para ganhar alguns metros e bonificar diante de Jai Hindley, Jonas Vingegaard e João Almeida, que cedeu 2 segundos para o seu rival na luta pela camisola vermelha. Na classificação geral Jonas Vingegaard alargou para 50 segundos a vantagem para João Almeida, mas Pidcock ficou a 2:28.