Quem acompanha o ciclismo há mais tempo lembrar-se-á certamente na mítica equipa Euskaltel-Euskadi, formada só por ciclistas com fortes ligações bascas durante a maioria da sua existência. Em 2013 a equipa foi forçada a contrariar esse princípio devido à falta de pontos para o ranking UCI e contratou ciclistas de outras nacionalidades que tinham consigo muitos pontos dos rankings Continentais, entre eles Ricardo Mestre. A equipa viria a fechar portas no final de 2013




Muitos se recordarão de Iban Mayo a subir ao lado de Lance Armstrong e Jan Ullrich, de Haimar Zubeldia a conquistar aquele top 10 certinho no Tour ou da eterna promessa que era Igor Anton, no ano em que ia a liderar a Vuelta caiu e foi forçado a abandonar, numa queda no meio do pelotão em que ele foi o único envolvido depois de um tronco de uma árvore estar no meio da estrada.

Pois bem, em 2018 a Fundacion Euskadi ganhou novo alento com o apoio de Mikel Landa, passando a equipa Continental. Esta estrutura já existia e corria no calendário amador espanhol, esteve no escalão Continental até 2012 como Orbea, liderada por Jorge Azanza. Como equipa Continental em 2018 iniciou com um plantel curtinho e jovem, de 12 ciclistas, sem grandes resultados até que em 2019 contou, por empréstimo da EF Education First, com Sergio Higuita, um jovem colombiano que viria a colocar a equipa a discutir grandes provas e inclusivamente ganhou na Volta ao Alentejo.

A aposta tem sido em crescendo e em 2020 irá traduzir-se numa subida ao escalão Profissional Continental, com o nome de Fundacion-Orbea, continuando com fortes raízes bascas, uma região que tanto adora e vibra com ciclismo. 10 ciclistas transitam do plantel de 2019, são eles Mikel Alonso, Jokin Aranburu, Ibai Azurmendi, Unai Cuadrado, Peio Goitkoetxea, Txomin Juartisti, Diego Lopez, Gotzon Martin, Antonio Soto e Dzmitry Zhyhunou.




Obviamente que a equipa necessitava de reforços, não só para cumprir os requisitos da UCI para este escalão, mas para conseguir competir ao mais alto nível com a concorrência. Aproveitando o fecho a Euskadi-Murias, 5 dos 10 reforços correram lá em 2019, são eles Mikel Bizkarra, Garikoitz Bravo, Julen Irizar, Mikel Iturria e Mikel Aristi. São corredores completamente distintos, Bizkarra é um trepador puro, quando mais dura a corrida melhor para ele e nas provas por etapas recupera muito bem com o passar dos dias. Garikoitz Bravo é muito regular e obtém os seus melhores resultados na média montanha. Iturria é um rolador, obteve na Vuelta uma vitória que ninguém estava à espera, Aristi é um bom finalizador, ganhou na Volta a Portugal este ano e Irizar é um ciclista de trabalho.

Depois há 2 grandes cabeças de cartaz. O primeiro é Juan José Lobato, ciclista de 30 anos que em 2013 passou precisamente pela Euskaltel, depois correu na Movistar, passou pela Jumbo-Visma num processo polémico e acabou na Nippo-Vini Fantini, que representou em 2018 e 2019, onde ganhou a Coppa Sabatini. Lobato é um sprinter que adora finais empinados e que vai do 8 ou 80, capaz de bater grandes nomes e de enormes triunfos, tem períodos sem resultados de valor quase de forma inexplicável.




O outro líder da equipa será Ruben Fernandez, que representou a Caja Rural em 2013 e 2014 e a Movistar até 2019. Fernandez não é um ciclista qualquer, já fez top 10 em provas WT como o Tour Down Under, a Volta a Polónia ou o Tour of Guangxi. Uma grande promessa do ciclismo espanhol, ganhou a Volta a França do Futuro em 2013, mas desde 2017 que tem perdido espaço na Movistar e o seu nível de resultados baixou muito. Com espaço para liderar uma equipa destas pode ganhar confiança e ser uma das grandes surpresas de 2020.

Há ainda mais 3 reforços para a equipa basca, o neo-pro Iker Ballarin Manso, o jovem Joan Bou, que também estava na Nippo-Vini Fantini e ainda António Angulo, corredor que correu em Portugal em 2017 (na LA Alumínios) e esta época, na Efapel. Ciclista com uma boa ponta final, fez top 20 na Vuelta a Castilla y Leon e na Vuelta a Aragon, sendo ainda 6º nos Nacionais de estrada. Ganhou o Memorial Bruno Neves e foi 2º no G.P. Abimota.



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