A equipa australiana da Jayco AlUla desceu no ranking, ressentindo-se num ano em que os seus principais líderes tiveram uns furos abaixo do esperado. Foram outros nomes a despontar e a dar outro brilhantismo à formação liderada por Brent Copeland.

 

Os dados

Vitórias: 19 triunfos, 7 deles conseguidos no World Tour, um registo positivo.

Ciclista mais vitorioso: Paul Double fez um grande final de temporada e conseguiu terminar com 5 vitórias, melhor que os sprinters da equipa.

Dias de competição da equipa: 271 dias, dentro do normal para esta equipa, ainda para mais estando longe da luta pela manutenção.

Idade média do plantel: 29,7 anos, uma equipa muito veterana, era necessário dar uma “limpeza” no plantel.

Mais kms: Elmar Reinders, entre clássicas e parte do comboio de Groenewegen, fez 12 386 kms.

Melhor vitória: Ben O’Connor e a sua fuga épica no Tour de France para a conquista da etapa que terminou no Col de la Loze.




O mais

É impressionante como época após época e, aos 35 anos, Michael Matthews ainda consegue ser o maior destaque da equipa ainda para mais depois de um ano onde esteve de fora durante 3 meses devido a uma embolia pulmonar. 29 dias de competição, quase 1800 pontos UCI, incluindo vitória na Eschborn-Frankfurt, 4º na Milano-Sanremo, 5º na Amstel Gold Race, 8º no GP Plouay e 9º no GP Quebec. Um enorme talento independentemente da idade!

Paul Double fez um final de ano incrível, venceu uma etapa e a geral tanto na Volta a Eslováquia como no Tour of Guangxi, sendo que no início do ano tinha ganho na Settimana Internazionale Coppi e Bartali. Luke Plapp é ciclista de grandes momentos, como sempre entra bem na temporada com as corridas na Austrália e, depois viria a vencer no Giro. Mauro Schmid voltou a mostrar uma versão muito combativa, entrou a ganhar com a Cadel Evans Great Ocean Road Race, esteve perto de vencer no Paris-Nice e Tour de France e foi regular nas clássicas de final de ano. Por fim, destaques para a regularidade de Chris Harper e Felix Engelhardt.

 

O menos

Ben O’Connor foi contratado para ser o grande líder da equipa e … falhou redondamente. Um ciclista que chega com o seu estatuto e apenas vence uma etapa no Tour e é 7º na Volta a Suíça é bastante pouco. A equipa ressentiu-se com uma temporada tão fraca. O australiano não foi o único trepador a desiludir, Eddie Dunbar não conseguiu vencer etapas nem estar na luta por gerais, Filippo Zana e Koen Bouwman não mostraram a combatividade habitual.

Dylan Groenewegen foi outro grande líder a falhar. O neerlandês era o principal sprinter da equipa e quando termina com apenas 3 vitórias e nenhuma no World Tour, algo está errado. Quando chegavam os grandes momentos, Groenewegen não conseguia corresponder, falhava sempre algo, já parece em declínio. Davide de Pretto é o mais jovem da equipa, ainda tem que evoluir, mas depois de um 2024 positivo parece ter estagnado, apareceu apenas a espaços. Tem qualidade para muito mais.



O mercado

Entradas Saídas
Ciclista Equipa de origem Ciclista Equipa de destino
Pascal Ackermann Israel – Premier Tech Welay Hagos Berhe ?
Amaury Capiot Arkéa – B&B Hotels Alessandro de Marchi Reforma
Alessandro Covi UAE Team Emirates – XRG Eddie Dunbar Pinarello – Q36.5 Pro Cycling
Hamish McKenzie Hagens Berman Jayco Chris Harper Pinarello – Q36.5 Pro Cycling
Finlay Pickering Bahrain – Victorious Dylan Groenewegen Unibet Rose Rockets
Andrea Vendrame Decathlon AG2R La Mondiale Team Elmar Reinders Unibet Rose Rockets
Dries de Bondt Decathlon AG2R La Mondiale Team Michael Hepburn ?
Campbell Stewart ?
Max Walscheid Lidl – Trek
Filippo Zana Soudal Quick-Step

Mercado de muitas movimentações e de algumas dúvidas também. Saem veteranos como Dylan Groenewegen (e parte do seu comboio) e históricos como Michel Hepburn mas também corredores importantes como Eddie Dunbar, Chris Harper e Filippo Zana, três dos melhores trepadores da equipa e que ainda este ano conseguiram bons resultados. Estes já eram corredores adaptados à estrutura e não acho que tenham sido contratados reforços de qualidade para os substituir uma vez que só entra Finlay Pickering, um jovem ainda.

Pascal Ackermann chega para o sprint mas o alemão já parece numa fase descendente da carreira, mas fazer pior que Groenewegen este ano será difícil. Dries de Bondt e Amaury Capiot reforçam o bloco de clássicas e lançadores. Alessandro Covi pode vir a ser um reforço importante, veio à procura das oportunidades que não tinha na UAE Team Emirates, a Jayco faz muito o calendário italiano e lá pode brilhar, fazendo uma boa dupla com Andrea Vendrame. O italiano estava no conforto da Decathlon, sempre foi muito fiável, será importante para os pontos UCI.




O que esperar em 2026?

Fazer pior que este ano é complicado, acreditamos que possa vir a subir no ranking, para dentro do top 15. Ben O’Connor tem de voltar a render mais, todos sabemos que 2024 foi um ano à parte, mas esta temporada foi muito fraca, o australiano é capaz de muito melhor e ser mais regular nas provas por etapas. Perdeu apoio na montanha mas também nunca o vimos com muito. Pode abrir-se uma oportunidade para Paul Double, o britânico teve um final de ano incrível, está a pedir mais oportunidades. Sem grandes opções, Luke Plapp pode ganhar um protagonismo ainda maior.

A equipa espera que Pascal Ackermann volte às boas exibições, o alemão tem qualidade mas, nesta altura, talvez já tenha que escolher um calendário melhor, algo que duvidamos porque ainda deve achar que consegue ombrear com os melhores. Michael Matthews continua a ser uma referência, o australiano sabe muito de ciclismo, a qualidade continua lá, ainda continua a ser sinónimo de vitórias. Ainda para as clássicas e finais mais duros, Mauro Schmid, Alessandro Covi, Andreas Foldager, Amaury Capiot e Davide de Pretto são setas apontadas e devem ter liberdade para tal.

By admin