Ano de altos e baixos para os comandados de Marc Madiot. Após perderem figuras importantes, o jovem Romain Gregoire afirmou-se como a grande figura da Groupama-FDJ, num ano em que os mais experientes estiveram abaixo do esperado. Tudo isto refletiu-se com uma considerável descida no ranking, de 11º para 18º.

 

Os dados

Vitórias: 15 triunfos, apenas dois conseguidos no World Tour.

Ciclista mais vitorioso: O talentoso Romain Gregoire conseguiu levantar os braços por 6 vezes.

Dias de competição da equipa: 289 dias, a luta pela manutenção obrigou a um calendário mais vasto, inclusive com viagens à Ásia.

Idade média do plantel: 27,9 anos, um misto de veterania com a juventude que todos os anos é trazida da equipa de desenvolvimento.

Mais kms: Paul Penhoet chegou a estar lesionado e mesmo assim ultrapassou os 12 600 kms na temporada.

Melhor vitória: David Gaudu na etapa 3 da Vuelta a Espanha. Não só a vitória, que só por si já é importante, mas também conseguiu envergar a camisola vermelha nesse dia.




O mais

Aos 22 anos, Romain Gregoire assumiu-se como a grande figura da equipa. O talento francês mostrou o porquê de ser um dos grandes talentos da sua geração, conseguiu 6 vitórias, incluindo uma na Volta a Suíça e as gerais do Tour of Britain e Volta ao Luxemburgo. Gregoire está um corredor cada vez mais completo e perigoso, nas Ardenas fez top-10 em duas das 3 provas, um sinal para as próximas épocas.

Lewis Askey aproveitou o sub-rendimento dos líderes das clássicas para se mostrar, fez 6 top-10 durante a Primavera, vencendo uma prova do calendário francês e ainda foi 2º nos Quatro Dias de Dunquerque. A Paul Penhoet só faltou um triunfo para coroar a temporada, o jovem francês é um sprinter muito regular, terminou o ano com uns impressionantes 22 top-10, 13 deles no World Tour e alguns no Tour de France. Falta a pontinha de sorte para a grande vitória. Já Thibaud Gruel teve um primeiro ano de luxo, com 2 vitórias, maximizando ao máximo o calendário com diversos lugares honrosos. Muito completo, está a nascer um novo talento na equipa gaulesa.

Com 32 anos, já não podemos esperar muito mais de Guillaume Martin. O francês chegou, venceu algumas clássicas, somou alguns top-10 aqui e ali, terminando como o 2º melhor da equipa em termos de pontos. Discreto mas eficaz.

 

O menos

David Gaudu até entrou a ganhar na temporada, parecia que estava de volta às grandes exibições mas foi sol de pouca dura. Lesionou-se a, a partir daqui, nunca mais foi o mesmo tirando nos primeiros dias da Vuelta onde andou de vermelho e venceu uma etapa, camuflando uma temporada muito fraca. Valentin Madouas foi outro líder a desiludir, um ano muito fraco para alguém que era sempre um destaque nas clássicas e provas de uma semana, só 1 pódio e numa clássica francesa, muito pouco.

Stefan Kung foi uma sombra de si próprio. É certo que terminou no top 10 do Tour de Flandres, E3 Saxo Classic e Dwars door Vlaanderen, tem-se focado mais nas clássicas que noutros parametros, mas o contra-relógio já não é uma arma e a combatividade não esteve lá. Quentin Pacher e Rudy Molard foram outros históricos da Groupama-FDJ com anos muito fracos, a veterania já começa a pesar nas pernas.



O mercado

Entradas Saídas
Ciclista Equipa de origem Ciclista Equipa de destino
Clément Berthet Decathlon AG2R La Mondiale Team Lewis Askey NSN Cycling Team
Bastien Tronchon Decathlon AG2R La Mondiale Team Sven Erik Bystrom Uno-X Mobility
Maxime Decomble Equipe continentale Groupama-FDJ Clément Davy ?
Titouan Fontaine Equipe continentale Groupama-FDJ Stefan Kung Tudor Pro Cycling Team
Axel Huens Unibet Tietema Rockets Eddy le Huitouze ?
Josh Kench Li Ning Star Lars van den Berg Reforma
Matteo Milan Lidl – Trek Future Racing Matthew Walls ?
Ewen Costiou Arkéa – B&B Hotels

Logo à primeira vista, Stefan Kung destaca-se como a grande saída, um dos históricos da equipa. O helvético era um dos líderes para as clássicas e deixa a equipa sem um grande nome para esse tipo de provas, ainda para mais com Lewis Askey a acompanhar na saída. O bloco de clássicas saiu muito penalizado, talvez seja uma mudança dentro da equipa francesa, apostndo mais nas clássicas e provas por etapas porque, no geral, os restantes setores sairam reforçados.

Para a montanha e provas acidentadas entram Clément Berthet, Axel Huens, Josh Kench e Ewen Costiou, tudo nomes interessantes e ainda com alguma margem para evoluir e se tornarem corredores importantes dentro da equipa. Matteo Milan poderá ter algumas oportunidades nas corridas francesas, é rápido mas ainda não mostrou o potencial do seu irmão Jonathan. Bastien Tronchon é sempre um ciclista fiável nas provas francesas, pode dar algumas vitórias em clássicas. Por fim, a formação não é descorada na Groupama-FDJ e são promovidos dois atletas, com destaque para Maxime Decomble, apenas 20 anos mas que já correu bastante com a equipa profissional este ano. Muito completo, destaca-se pelo contra-relógio mas também sobe muito bem, foi 5º no Tour de l’Avenir, venceu o Paris-Tours sub-23, 2º nos Europeus sub-23, 3º nos Mundiais de contra-relógio sub-23 e 4º na mesma especialidade nos Europeus.




O que esperar em 2026?

Com a saída de Stefan Kung e Lewis Askey, dois dos principais elementos para as clássicas, Marc Madiot está a definir o rumo da equipa: Romain Gregoire será, cada vez mais, a cara da Groupama-FDJ. O jovem francês é um talento puro, não tardará até ganhar uma grande clássica e, com a regularidade apresentada, vai continuar a ser uma das principais referências. Com o calendário certo, Paul Penhoet pode ganhar confiança e continuar a evoluir, acredito que vai conquistar algumas vitórias e fazer subir o número da equipa. O mesmo podemos aplicar a Thibaud Gruel e Bastien Tronchon, com cuidado para o calendário francês.

David Gaudu é sempre uma incógnita, nunca sabemos o que esperar, ele que continua a ser um dos principais trepadores, a par de Guillaume Martin. As vitórias estão caras, mas acredito que seria melhor focarem-se nisso do que tentarem top-10 nas gerais, está visto que ainda e mais complicado. Valentin Madouas tem de render mais, sem um líder para as clássicas também vai ser chamado. Por fim, estou expectante com Maxime Decomble, enorme talento mas que ainda tem de crescer, fazendo o calendário certo, tem de ser bem gerido para não ser lançado às feras muito cedo. Em suma, espero um 2026 um pouco melhor que este ano, a posição no ranking não deve alterar muito, a rondar o 15º/20º.

 

 

 

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