Depois de uma temporada incrível onde ficaram entre as melhores 10 equipas do ano e com isso praticamente garantiram a subida ao World Tour, a formação belga desceu à terra, o número de vitórias passou para metade, a visibilidade também baixou muito, em 2026 começa um novo capítulo com a fusão com a Intermarche-Wanty.

 

Os dados

Vitórias: 12 triunfos, menos de metade face ao ano anterior, uma equipa que até final de Abril só tinha ganho 1 corrida.

Ciclista mais vitorioso: O seu líder, Arnaud de Lie, foi responsável por 7 das 12 vitórias da equipa, uma das maior percentagens a este nível.

Dias de competição da equipa: 228 dias, o que a este nível não é assim tanto, o plantel curto em termos de qualidade e muitas lesões justificam este valor.

Idade média do plantel: 26,9 anos, apesar de ter um grande núcleo abaixo dos 26 anos teve alguns veteranos a puxar a média para cima como Viviani e Sepulveda.

Mais kms: De longe, mas muito de longe, o veterano Eduardo Sepulveda, foi o único a superar os 12 000 kms e passou inclusivamente os 13 000 kms.

Melhor vitória: A classificação geral conquistada por Arnaud de Lie no Renewi Tour, é raro vermos um sprinter conseguir levar uma geral e de recordar que nessa corrida superou Mathieu van der Poel




O mais

Esteve longe de ser uma temporada perfeita, mas Arnaud de Lie foi a luz do farol da Lotto. Começou bem o ano, eclipsou-se por completo para as clássicas e voltou em grande forma, a recuperar as melhores sensações para a segunda metade do ano, até fez um bom Tour com 4 top 5’s, depois encarrilou ao ser 2º na ADAC Classic e ao ganhar o Renewi Tour, a Bretagne Classic e mais 3 clássicas no final de Setembro. Sozinho fez 2781 pontos, não esteve muito longe de ser metade do total da equipa.

Milan Menten continua a ser um sprinter secundário consistente e fiável, alguém que fez 600 pontos UCI ao longo do ano sem dar muito nas vistas, apenas alguns pódios aqui e ali, mas voltou a mostrar o seu valor aos 29 anos.

 

O menos

Não considero propriamente Elia Viviani uma desilusão, já se sabia que o sprinter italiano estava em queda nos rankings e as expectativas não eram elevadas, o nome mais sonante e falhar é Lennert van Eetvelt. Até nem começou mal o ano, só as bordures lhe roubaram um eventual pódio no UAE Tour, esteve bem na Strade Bianche e a partir daí foi sempre a cair, já não esteve incrível na Catalunha, mal foi às clássicas e fez um Tour para esquecer, não competindo mais depois disso. Voltou a ser severamente afectado por azares e problemas físicos, o problema é que o tempo passa a correr, já tem 24 anos e o comboio do sucesso está em andamento, ele tem rapidamente de resolver estas questões.

Lionel Taminiaux e Jerno Berckmoes foram 2 corredores em destaque principalmente no panorama interno em 2024, só que em 2025 estiveram muito longe disso e baixaram muito o nível, sendo que também estava à espera de uma evolução maior por parte do super talento Alec Segaert.



O mercado

Entradas Saídas
Ciclistas Equipa de Origem Ciclistas Equipa de Destino
Milan Donie Lotto Development Team Toon Aerts Deschacht – Hens – FSP
Matys Grisel Lotto Development Team Cedric Beullens ?
Mathieu Kockelmann Lotto Development Team Logan Currie ?
Jarno Widar Lotto Development Team Jarrad Drizners Red Bull – BORA – hansgrohe
Jonas Gregaard Reforma
Arjen Lyvins XDS Astana Team
Alec Segaert Bahrain – Victorious
Eduardo Sepulveda Li Ning Star
Lionel Taminiaux ?
Jarne van de Paar ?
Brent van Moer Pinarello – Q36.5 Pro Cycling
Henri Vandenabeele Team Flanders – Baloise
Elia Viviani Reforma

Ainda não é possível fazer uma fotografia completa deste mercado da Lotto, sendo que a fusão com a Intermarche-Wanty não está a decorrer de uma forma suave, alguns conflitos, boatos e rumores. Em princípio Jonas Rutsch, Georg Zimmermann e Lorenzo Rota serão alguns corredores a fazer a transição e tendo em conta a quantidade de saídas a equipa bem precisa destes reforços. Neste campo corredores como Van Moer, Segaert e Taminiaux são ciclistas que certamente não queriam perder e será certamente um plantel bem diferente.

Em relação às contratações há alguma expectativa, primeiro porque Kockelmann mostrou ser enquanto sub-23 um ciclista muito completo, bom contra-relogista, poderoso, excelente em sprints reduzidos, segundo por Widar é um dos melhores trepadores desta geração, ganhou o Baby Giro em 2024, 2º na Volta a França do Futuro este ano, campeão europeu nesta categoria, para além de muito bom na montanha também é bastante explosivo.




O que esperar em 2026?

Ninguém sabe muito bem o que esperar desta fusão e do plantel que vai sair daqui, só com confirmações oficiais podemos ter mais certezas e tirar uma fotografia mais concreta, mas os líderes mantém-se para 2026, com a possível adição de Jarno Widar. Acredito que o super talento belga terá um calendário controlado, provavelmente nenhuma Grande Volta, começar com algumas corridas menores e depois eventualmente ir a corridas de 1 semana do World Tour, dividindo um pouco o calendário com Lennert van Eetvelt, que vai procurar recuperar as melhores sensações. Ainda assim, o apoio de montanha para estes 2 ciclistas parece bastante escasso.

Depois temos Arnaud de Lie, um ciclista a considerar nos sprints, um grande perigo nas clássicas e um possível vencedor em todas as chegadas em pequenos topos. O “touro” como é conhecido tem de ganhar outra maturidade e leitura de corrida e se calhar tentar aproveitar guerras entre os outros líderes para colher os frutos.

By admin