Mais uma temporada razoável da Caja Rural com os argumentos que tem, continuou a ser claramente a melhor ProTeam espanhola, a 7ª entre esta categoria. Sem grandes figuras de proa não conseguiu muitas vitórias destacando-se pela regularidade dos resultados.
Os dados
Vitórias: apenas 7 triunfos, desde 2021 que não ganhavam tão pouco.
Ciclista mais vitorioso: Thomas Silva conseguiu 3 vitórias, o único ciclista a levantar os braços mais que uma vez.
Dias de competição da equipa: 197 dias de competição, um número dentro do normal para as ProTeams que procuraram algumas oportunidades no calendário asiático.
Idade média do plantel: Com 26,3 anos, até pode parecer uma média elevada, no entanto o plantel é bastante jovem e tem apenas 1 ciclista acima dos 30 anos … Eduard Prades com 38.
Mais kms: o neerlandês Alex Molenaar estreou-se na equipa espanhol praticamente com 12 000 kms oficiais.
Melhor vitória: logo a abrir a temporada, quando Iuri Leitão conseguiu uma magnifica vitória no Trofeo Palma, arrancando ainda antes do sprint final e surpreendendo os principais favoritos.
O mais
3 vitórias, quase 10 pódios, mais de 20 top 10’s, foi este o saldo da temporada de Thomas Silva, um ciclista uruguaio que passou muito bem a montanha e teve sempre uma boa ponta final. É verdade que cerca de metade dos seus pontos UCI foram conquistados entre competições nacionais e regionais e corridas na China, mas também foi 4º no G.P. Miguel Indurain e no G.P. Morbihan, 8º na Brabantse Pilj e até ganhou 1 etapa no G.P. Beiras.
Abel Balderstone esteve boa parte da temporada bem discreto e depois com estrondo ganhou os Nacionais de contra-relógio e ainda foi 13º na Vuelta, numa corrida de muito sofrimento. Jan Castellon não era muito conhecido, ninguém dava muito por ele, mas foi muito consistente a um excelente nível, 10º na Vuelta as Asturias, 7º na Volta a Hungria, 5º na Volta a Eslovénia, 4º na Route d’Occitanie, a continuar a evoluir assim não vai ser fácil segurá-lo. Alex Molenaar conseguiu alguns bons resultados esporádicos, fez mais de 300 pontos UCI e Fernando Barceló melhorou face a 2024, muito discreto até Abril, andou muito bem a partir da Vuelta as Asturias.
O menos
Daniel Babor, sprinter checo que chegou a ganhar etapas na Volta a Portugal e Volta ao Alentejo não conseguiu nenhum top 10, justifica-se a sua saída, bem como a de Abner Gonzalez, ciclista que representou a Efapel proveniente da Movistar em 2024, havia a expectativa de eventualmente voltar a um bom nível, no entanto voltou a desiludir e sai para a equipa das Ilhas Baleares.
De resto esperava bem mais de Sebastian Berwick, um ciclista com experiência World Tour, com bons resultados nas provas asiáticas e que este ano só andou ao seu nível em Junho e Julho. Joan Bou foi uma sombra do que fez na Euskaltel-Euskadi, veremos se agora não se remete a um papel mais secundária, com tantos jovens em evolução.
O mercado
| Entradas | Saídas | |||
| Ciclista | Equipa de origem | Ciclista | Equipa de destino | |
| Gorka Corres | Caja Rural – Alea | Daniel Babor | ? | |
| Iker Villar | Caja Rural – Alea | Abner González | Illes Balears Arabay | |
| Ellande Larronde | Caja Rural – Alea | Calum Johnston | Li Ning Star | |
| Pablo Lospitao | Caja Rural – Alea | |||
| Stefano Oldani | Cofidis | |||
| José Félix Parra | Equipo Kern Pharma | |||
| Fernando Gaviria | Movistar Team | |||
Para além do que está referido na tabela fala-se que Thomas Silva e Tyler Stites devem sair, no entanto essa informação ainda carece de confirmação oficial. Teoricamente estas 3 saídas não fazem mossa no núcleo duro da equipa, Johnston foi sempre um ciclista discreto, Babor um sprinter intermitente e Gonzalez uma desilusão, portanto a grande questão é se a equipa consegue segurar o corredor que mais vitórias deu este ano, Thomas Silva. Mesmo assim pode considerar-se um bom mercado por parte da Caja Rural.
Veremos o que a equipa consegue fazer com Fernando Gaviria, o sprinter colombiano foi demonstrando que com uma boa colocação ainda se consegue imiscuir entre os melhores, no entanto é uma personagem…curiosa. A formação espanhola terá de o conseguir motivar e “colocar na linha”, ainda recentemente foi apanhado a conduzir com uma taxa de alcoolemia bem superior ao permitido na Colômbia. Stefano Oldani é um reforço mais a pensar nos pontos, um sprinter que passa bem as montanhas e que este ano fez top 10 em etapas no Giro, top 10 numa clássica World Tour e que nas corridas espanholas pode fazer bons resultados.
José Felix Parra é contratado a pensar na montanha, 17º na Vuelta em 2024, fez top 10 na Volta a Eslovénia e em 2 clássicas com imensa montanha este ano. Juntam-se a estes 3 corredores 4 ciclistas da formação de desenvolvimento, algo que esta estrutura faz muito bem.
O que esperar em 2026?
Tenho grandes expectativas para a Caja Rural em 2026, pode ser uma das melhores temporadas de sempre deste projecto pela estabilidade que tiveram, pelos reforços que conseguiram e pela evolução dos seus talentos. Ora veja-se, Francisco Penuela vai tentar seguir as pisadas de Orluis Aular (neste momento tem apenas 24 anos e já mostrou laivos do que pode fazer em chegadas duras), Jaume Guardeno fez 14º na Vuelta aos 22 anos, Iuri Leitão foi mais consistente na estrada este ano e tem apenas 27 anos, Jan Castellon é um grande talento que fez top 10 em várias corridas importantes do calendário europeu aos 22 anos, Abel Balderstone aos 25 anos foi campeão nacional de contra-relógio e 13º na Vuelta e Fernando Barceló continua a ser um ciclista muito regular.
Isto permite, juntando-se a eles Oldani e Gaviria, que haja alternância de lideranças, oportunidades para todos e que haja uma gestão de esforço para permitir certos ciclistas focarem-se em determinadas corridas e objectivos.