É complicado classificar esta época da Direct Energie. Em 2018 foi a 5ª melhor equipa Profissional Continental, em 2017 tinha ficado no 3º lugar entre as equipas do segundo escalão mundial. Sem deslumbrar foi uma temporada razoável, e por isso mesmo operou mudanças grandes no plantel, que estava algo envelhecido.




Lilian Calmejane voltou a ser a grande figura da equipa, ainda que estando uns furos abaixo do esperado. Aos 25 anos, e com vitórias no Tour e na Vuelta no passado, os triunfos obtidos na Royal Drome e no Paris-Camembert pareceu pouco para um ciclista da qualidade de Calmejane, que passou um pouco ao lado do Tour, apesar de muito ter tentado. Foi perdendo gás, e a partir de meio de Abril só somou 1 pódio. Com a saída em definitivo de Sylvain Chavanel, espera-se que o seu sucessor suba mais um nível no rendimento.

Quem continua a evoluir e conseguiu esse passo em frente foi Thomas Boudat, sprinter de 24 anos. O jovem gaulês esteve próximo de vitórias na Etoile de Besseges, ganhou mesmo na abertura da Vuelta a Andaluzia, levou para casa a Cholet-Pays de la Loire e terminou bem e época, com destaque para o 3º posto na Brussels Cycling Classic. Jonathan Hivert é um corredor muito inconsistente, mas foi a espaços brilhante em 2018, 5º na Etoile de Besseges, 8º no Tour la Provence, 1º no Tour du Haut Var, 6º na Royal Drome, 1º no Tour du Finistere. Mas a cereja no topo do bolo foi mesmo no Paris-Nice, onde levou de vencida a 3ª tirada. Nota positiva ainda para Rein Taaramae, que se reencontrou em 2018, foi 4º na Vuelta Aragon, 3º no Tour de l’Ain e fez 3 pódios em clássicas no final da época.




Quanto a prestações abaixo do esperado, sabemos que isto pode ser uma repetição face a temporadas anteriores , mas o vencedor da Volta a França do Futuro em 2009 e top 15 na Vuelta em 2014 e 2015, Romain Sicard, continuou o calvário de 2017. Aos 30 anos parece condenado a ser um fiel escudeiro de Lilian Calmejane. Depois de algumas vitórias em 2017, Adrien Petit baixou o rendimento, e em termos televisivos só apareceu mesmo na frente da Le Samyn, de resto, premiou pela discrição.

Jean Rene Bernaudeau decidiu que era hora de mudar de rumo, contratou pouco, mas com muita intenção. Niki Terpstra é a grande aposta. O holandês faz “all-in” na sua carreira aos 34 anos e sai da Quick-Step Floors à procura de mais espaço. Nunca a Direct Energie teve no seu elenco um duplo vencedor de Monumentos e Terpstra optou por uma equipa que já está bem apetrechada de ciclistas para as clássicas, já que Damien Gaudin e Adrien Petit têm qualidade e muita experiência neste departamento. Terpstra escolheu também Pim Ligthart para fazer de seu escudeiro, alguém muito completo e que foi 4º na Kuurne-Bruxelles-Kuurne este ano.




Mas há outras apostas. A Direct Energie considerou que precisava de mais uma opção para os sprints e foi buscar Niccolo Bonifazio, sprinter italiano que sai pela primeira vez do World Tour aos 25 anos. Não costuma ganhar muito, mas coloca-se quase sempre bem e é capaz de somar muitos pontos. Estamos muito expectantes com o que outro reforço, Anthony Turgis, poderá fazer. Medalhado em campeonatos do Mundo de sub-23, foi vice-campeão nacional este ano. Um puncheur por natureza, tem nas colinas a sua especialidade e é alguém muito completo. Será uma alternativa a Lilian Calmejane e um possível substituto a Jonathan Hivert. Globalmente será uma Direct Energie mais forte.




 

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