Se há 3 ou 4 anos se questionassem sobre o que era mais improvável qual seria a resposta? As opções seriam “Miguel Angel Lopez vai correr por uma equipa Continental em 2023” e “Oscar Sevilla ainda vai correr no pelotão internacional aos 46 anos”. Eu diria que a opção mais plausível seria a de Oscar Sevilla, que está a replicar o exemplo do seu compatriota Francisco Mancebo. Praticamente impossível nessa altura seria visualizar, quase como num Diagrama de Venn, que Miguel Angel Lopez iria correr na mesma equipa de Oscar Sevilla em 2023.
Pois, mas vai mesmo acontecer, ontem foi oficializada a contratação de Miguel Angel Lopez por parte da Team Medellin. O colombiano de 28 anos estava sem equipa depois da Astana ter rescindido o seu contrato dia 12 de Dezembro por alegadas ligações a Marcos Maynar, um médico que tem um histórico muito grande relacionado às substâncias dopantes, na altura falámos disso e podem ler aqui. O 3º classificado do Giro e da Vuelta em 2018 ficou portanto sem equipa quando a maioria dos plantéis já estavam fechados.
A juntar a isto, toda esta recente polémica certamente afectou a reputação de Lopez e afastou potenciais interessados na sua contratação até porque a sua carreira está a cair a pique depois da conturbada saída da Movistar no final de 2021. Uma ProTeam seria uma possibilidade, só que Lopez já é um ciclista bastante caro e não havia a mínima garantia de disputar as principais corridas mundiais, portanto praticamente a única saída que tinha era esta, ficar mais pela Colômbia, treinar em casa e representar a Team Medellin, naquela que poderá ser uma época de transição.
A Team Medellin é uma equipa Continental colombiana que para além de Miguel Angel Lopez irá contar com Oscar Sevilla, Aldemar Reyes ou Fabio Duarte em 2023, sendo um dos blocos mais forte daquela região. Faz todo o calendário sul-americano, o que permitirá que o “Superman” se estreie já com as suas novas cores em Janeiro, na Vuelta a San Juan, onde também vai estar a formação portuguesa do AP Hotels & Resorts/Tavira/SC Farense. Veremos se Lopez vai cumprir o seu contrato com a Medellin até ao fim ou se haverá algum interessado na sua contratação a meio da temporada, independentemente disso é muito possível o vermos na Europa, a Medellin participa com alguma regularidade na Vuelta as Asturias e corridas similares e até correu a Volta a Portugal em 2019. Para a organização da “Grandíssima” seria uma excelente opção para ter na edição deste ano por toda a visibilidade internacional que poderia dar à prova.