Isto é a Vuelta, terceiro dia de competição e primeira etapa de montanha, uma chegada em alto a Andorra que prometia desde já testar as pernas dos ciclistas da classificação geral. No entanto, havia também a sensação no pelotão de que a fuga poderia resultar, por isso mesmo demorou quase 1 hora para a fuga se formar e quando isso aconteceu era relativamente grande e com nomes perigosos.

Lennard Kamna, Damiano Caruso, Jasha Sutterlin, Eduardo Sepulveda, Emanuel Ghebreigzabhier, Andrea Vendrame, Rune Herregodts, Pierre Latour e Jon Barrenetxea formaram a fuga inicial, aos quais ainda se juntaram José Manuel Diaz e Mathias Le Berre. Inicialmente a EF ainda se mostrou interessada em controlar a diferença, mas viu que não tinha capacidade para tal e quando a vantagem chegou aos 5 minutos chegaram-se à frente Jumbo-Visma e Ineos-Grenadiers, com a ajuda da Soudal-Quick Step um pouco mais tarde.




As formações dos principais candidatos tinham de fazer alguma coisa, Caruso e Kamna eram ciclistas que já tinham top 10 em Grandes Voltas no currículo, o intervalo de tempo foi diminuindo e à passagem do sprint intermédio em Andorra la Vella era de 3:20. José Manuel Diaz abriu as hostilidades na fuga e depois sucumbiu ao ritmo de Caruso, Sepulveda e Kamna, que seguiram resistindo na frente da corrida.

No pelotão, de forma, surpreendente, foi a Team DSM a colocar ritmo com Chris Hamilton e já perto do topo houve o ataque de Romain Bardet, com resposta de Wilco Kelderman e teve de ser a Quick-Step a chegar-se à frente no pelotão. Sepulveda venceu o sprint pela montanha, mas perdeu o contacto com Kamna e Caruso na descida, o duo entrou com 1:20 para o pelotão na subida final, mas estenderam essa vantagem quando reinou o marasmo e a desorganização no grupo principal.

Finalmente foi a UAE a pegar na corrida a 5 kms da meta, o ritmo de Jay Vine rebocou todo o grupo e deixou muitos elementos para trás, Ayuso abriu as hostilidades mesmo antes do quilómetro final, numa altura em que Kamna e Caruso foram apanhados. Sepp Kuss ainda ameaçou ganhar a etapa com um contra-ataque, mas foi apanhado graças à resposta de Marc Soler.




Com vento frontal mais ninguém atacou e João Almeida, que até esteve um pouco para trás, recolou a tempo do sprint final, que foi entre cerca de 15 ciclistas. Remco Evenepoel arrancou primeiro, a mais de 200 metros da meta, e com uma grande capacidade física e conhecimento deste final, triunfou por larga margem (até com um corte de 1 segundo), diante de Jonas Vingegaard e de Juan Ayuso, que também conseguiram as bonificações.

Numa Vuelta marcada por insólitos, hoje houve mais um, Remco Evenepoel ficou com um feio corte na cara após cair já depois da linha da meta, um choque contra, aparentemente, uma jornalista. Graças a estes resultados o campeão belga é o novo líder da Vuelta, com 5 segundos sobre Enric Mas e 11 para Lenny Martinez, a concorrência a mais de 30 segundos. João Almeida ficou no top 10 da etapa e subiu muitos lugares na geral. A maior prejudicada foi a Ineos-Grenadiers, ninguém no grupo dos favoritos, Thomas perdeu quase 1 minuto, contra 4 ciclistas da UAE e 4 da Jumbo-Visma no primeiro grupo.

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