A semana que passou foi das mais activas no calendário internacional no que toca ao ciclismo de estrada, o nosso foco esteve naturalmente na Volta a Suíça, onde João Almeida triunfou em mais uma prova por etapas do World Tour, no entanto vale a pena ver o que aconteceu noutras paragens.

Uma das corridas mais interessantes de acompanhar foi o Giro d’Italia Next Gen, mais conhecido por “Baby Giro”, onde diversas equipas de formação e equipas de desenvolvimento do World Tour batalharam pela camisola rosa, com a presença dos portugueses Daniel Lima e Gonçalo Tavares. Matthias Schwarzbacher, da UAE Team Emirates abriu a prova a ganhar num curto contra-relógio individual e Jonathan Vervenne teve sucesso na fuga logo ao 2º dia. Na primeira chegada ao alto teve sucesso o pequeno Jarno Widar, diante de Lorenzo Finn e Adriá Pericas, alguns dos favoritos à vitória final, mas ainda havia tempo para reviravoltas.

Na 4ª etapa a escapada teve novamente sucesso, com o irlandês da Bahrain Seth Dunwoody a festejar, numa jornada feita a mais de 47 km/h antes de uma tirada decisiva. Começaram os jogos tácticos e Widar perdeu a rosa por causa da falta de equipa, Turconi, Omrzel e Tuckwell, novo camisola rosa, ganharam 2 minutos à concorrência e passaram a ocupar os lugares de pódio. Após mais uma etapa de transição (onde Daniel Lima foi 6º) havia a chegada a Prato Nevoso e o checo Pavel Novak atacou a 24 kms da meta, aproveitou a marcação entre os favoritos e ganhou mais de 1 minuto subindo a 3º na geral. Tuckwell seguia de rosa para o último dia com 11 segundos sobre Omrzel, 27 sobre Novak e 1:23 para um Jorgen Nordhagen em clara subida de forma.



A etapa de Pinerolo para fechar este Baby Giro foi mesmo espectacular, havia 2 passagens pela duríssima subida de Prarostino (2,5 kms a 12,4%) onde era cada um por si. Nordhagen deu tudo, arriscou e só mesmo Omrzel conseguiu seguir o norueguês, resistindo a todos os ataques, era o maior beneficiado na geral e com a boleia de Nordhagen, que viria a vencer a jornada, sagrou-se mesmo campeão do Baby Giro por apenas 12 segundos de vantagem sobre Luke Tuckwell, da Bora-Hansgrohe. Novak ainda manteve o lugar de pódio perante as ofensivas de Nordhagen, Gonçalo Tavares terminou em 19º e Daniel Lima em 34º. O francês Aubin Sparfel ganhou a classificação por pontos ao fazer 2 pódios e 1 top 5 em etapas que davam muitos pontos e Lorenzo Finn foi o melhor trepador.

Na Bélgica decorreu o Baloise Belgium Tour, uma corrida normalmente muito interessante, com um pelotão competitivo e equilibrado. Tim Merlier dominou nas chegadas ao sprint, venceu a abrir e a fechar a competição, só foi batido ao 2º dia por Jasper Philipsen, sendo que Juan Sebastian Molano esteve sempre no pódio. Tudo se decidia no contra-relógio de 10 kms e na jornada repleta de colinas logo a seguir, no esforço individual Ethan Hayter protagonizou uma grande surpresa ao bater Filippo Ganna por 4 segundos e ia tentar resistir às ofensivas da UAE que tinha Vermeesch em 3º e Baroncini em 4º. Numa tirada ganha pelo surpreendente Jenno Berckmoes, com Marco Frigo e Orluis Aular a ocuparem os restantes lugares de pódio, Baroncini ganhou 15 segundos na estrada e somou 6 segundos de bonificação, o suficiente para destronar Hayter, que teve de se contentar com o 2º lugar na geral. Berckmoes foi 3º, a Lotto também levou a classificação da juventude com Segaert e a classificação colectiva, Molano venceu por pontos. Rui Oliveira esteve presente, ajudou Molano nos sprints e foi 62º.



Andorra foi o palco da 1ª edição de uma nova clássica, a Andorra MoraBanc, e Enric Mas partia como grande favorito. No entanto, o espanhol da Movistar que jogava em casa não foi capaz de suster o ataque final de Mattias Skjelmose, que regressava à competição e até foi apenas 3º também atrás do compatriota Cristian Rodriguez, que dias antes tinha abandonado, decepcionado, a Route d’Occitanie. Pidcock foi apenas 10º e nota para a EF que teve Chaves (4º), Nerurkar (6º) e Ryan (8º) no top 10. A Anicolor/Tien21 esteve presente, terminaram esta dura corrida Alexis Guerin (42º) e Harrison Wood (17º), Ruben Guerreiro correu pela Movistar e foi 59º.



Fazendo a ponta para a Route d’Occitanie, depois do contra-relógio inaugural dominado pela Arkea, parecia que a equipa gaulesa tinha controlo total sobre a competição, Garcia Pierna ficou com a vitória e Cristian Rodriguez com uma boa vantagem da geral. Só que tudo fugiu ao controlo em Luz-Ardiden, onde Nicolas Prodhomme fez uma exibição memorável, continuando o grande momento de forma que trazia do Giro. Deu quase 2 minutos a Davide Piganzoli e mais de 2 minutos a Steff Cras, num dia em que Cristian Rodriguez ficou completamente a pé nas primeiras rampas da subida final e levou mais de 12 minutos. Marijn van den Berg ganhou a 2ª etapa e Thibau Gruel venceu a fechar a prova, numa chegada dominada pela Groumapa-FDJ, com 3 ciclistas nos 4 primeiros.

By admin