Alpecin-Deceuninck

Tal como nas últimas duas edições, a equipa vem com Kaden Groves como principal ciclista e líder da equipa, pelo menos nas etapas que tenham pouca montanha. O australiano venceu em 2023, falhou no ano passado e 2025 está longe de estar a ser uma grande temporada. Não corre desde meados de Março, é uma pequena incógnita saber como chega. Vem com um comboio razoável, mas também sabemos que nos melhores dias conseguem ultrapassar as dificuldades menos extensas. Timo Kielich, Edward Planckaert, Fabio van den Bossche e Jensen Plowirght formam um comboio bastante completo. Não seria de estranhar se Kielich também podesse ter algumas oportunidades.

Juri Hollmann e Jimmy Jansens serão ciclistas de trabalho, que também podem tentar a sua sorte em fugas mas nesse capítulo a aposta recai em Quinten Hermans. O experiente ciclista de 29 anos é sempre alguém a ter em conta nas etapas de média montanha, sprinta bem em grupos reduzidos.

Previsão: Kaden Groves vai andar perto em diversas ocasiões mas vai haver alguém sempre mais forte que o australiano e a Alpecin-Deceuninck vai sair de mãos a abanar.



Arkéa-BB Hotels

Uma das equipas mais fracas desta Volta a Itália. A formação francesa aposta as suas fichas no calendário europeu em busca dos pontos UCI e para o Giro trouxe uma equipa sem grande experiência onde o italiano Luca Mozzato pode ser a peça chave. Um bom sprinter, que passa bem as dificuldades, pode ser capaz de uma surpresa, apesar de muito complicado.

Alessandro Verre, Laurens Huys, Michel Ries, Simon Gugliemi e Embret Svestad-Bardseng são os ciclistas a apontar nas etapas mais complicadas mas é difícil pedir-lhes um grande resultado, só em condições muito especiais. Estamos curiosos para ver o jovem Svestad-Bardseng, quem sabe não surpreende. Completam o elenco Giosuè Epis e Martin Tjotta, em estreia nas Grandes Voltas.

Previsão: Com este alinhamento não se pode pedir milagres. Um Giro muito discreto por parte da equipa francesa, com alguns top-10 de Luca Mozzato.

 

Bahrain – Victorious

A equipa árabe é alguém que leva o Giro sempre muito a sério e traz sempre um bloco muito forte. Antonio Tiberi é o principal líder, o italiano não vem com a preparação ideal, abandonou no Tour of the Alps devido a lesão, ele que foi 3º no Tirreno-Adriático e vai tentar melhorar o 5º lugar do ano passado. Com Damiano Caruso e Pello Bilbao, o bloco de montanha é muito experiente e, não será de descartar que ambos tentem aguentar o máximo, para ter várias opções. São dois ciclistas com muitas Grandes Voltas nas pernas e já com diversos top-10. Afonso Eulálio faz já a estreia em Grandes Voltas, uma chamada que demonstra a confiança da equipa no português que tem, a espaços, correspondido com boas exibições. 

Edoardo Zambanini faz de tudo um pouco, um corredor muito completo que até pode chances em fugas. Matevz Govekar será a aposta para os sprints, guiado por Andrea Pasqualon e Fran Miholjevic.

Previsão: Antonio Tiberi está a preparar há muito tempo este Giro e vai terminar em 4º. O foco não será apenas no italiano e, tendo liberdade, Pello Bilbao não vai desperdiçar a presente numa fuga e vai conquistar uma etapa.

 

Cofidis

A temporada da Cofidis tem sido focada em Milan Frentin e o Giro da equipa francesa é focado em … Milan Fretin. A realizar a grande época da carreira, o belga soma já 3 triunfos e muitos top-10, mostrando uma enorme regularidade. Já bateu alguns dos nomes que vai ter pela frente, a confiança estará em alta. Stefano Oldani será o seu lançador mas também terá as suas oportunidades nos dias com alguma dureza, a fazer lembrar as clássicas.

A partir daqui, as apostas serão nas fugas de média montanha, já que o bloco para a alta montanha é quase nulo. Sergio Samitier e Sylvain Moniquet são aqueles que mais luta podem dar quando a estrada inclinar. Jonathan Lastra já não está ao nível de outras épocas e não prevemos muito do espanhol. Jan Maas, Anthony Perez e Nicolas Debeaumarché vêm para trabalhar em prol do coletivo.

Previsão: Milan Fretin pode estar a fazer uma grande temporada mas entre vencer nas corridas ProSeries e numa Grande Volta ainda vai uma diferença grande. Estará perto mas não vai conseguir o objetivo pretendido.

 

Decathlon AG2R La Mondiale Team

Uma equipa com muitas opções e com o foco em vencer etapas. Sam Bennett é a grande aposta para os sprints, o irlandês ainda tem conseguido algumas vitórias, a ponta final já não é a mesma dos seus tempos áureos mas a vitória pode acontecer. Stan Dewulf, Dries de Bondt e Tord Gudmestad serão os principais apoios, um comboio bastante sólido e que tem corrido muitas vezes junto.

Dorian Godon e Andrea Vendrame são dois ciclistas muito parecidos, boa ponta final após um dia duro e com bastantes dificuldades, vão ter várias oportunidades ao longo das 3 semanas. Nicolas Prodhomme vem de vencer no Tour of the Alps, o trepador francês pode ser um perigo nas etapas de montanha, formando uma dupla muito perigosa com o experiente Geoffrey Bouchard.

Previsão: A equipa francesa chega com muitas opções e vai ter um Giro muito produtivo. Sam Bennett vai ter uma pontinha de sorte numa chegada rápida e vai conseguir a vitória. Em fuga, Andrea Vendrame mais juntar mais uma etapa do Giro ao seu palmarés.



EF Education – EasyPost

Richard Carapaz é o grande nome da equipa norte-americana. O equatoriano é um ciclista da grandes momentos, pouco rende fora das Grandes Voltas e este ano não foi exceção. Já sabe o que é ganhar o Giro e, aos 31 anos, sabe que tem aqui uma grande oportunidade para poder voltar, no mínimo, ao pódio. É daqueles ciclistas que gosta de uma corrida atacada e as incorporações de Darren Rafferty, Jefferson Cepeda, James Shaw e Goerg Steinhauser são importantes.

Muito cuidado com Rafferty e Steinhauser para as fugas das etapas de montanha, Jonathan Vaughters costuma dar liberdade aos seus ciclistas neste tipo de jornadas. Kasper Asgreen e Owain Doull serão gregários nas fases iniciais das etapas mais duras e Mikkel Honoré é um ciclista mais completo, até pode ter as suas chances numa ou noutra etapa de média montanha.

Previsão: Richard Carapaz vai falhar no seu grande objetivo e, a partir daí, o foco será nas vitórias em etapa. Numa equipa com Carapaz e Steinhauser focados em fugas, dificilmente não vão conseguir um triunfo numa etapa da 3ª semana.

 

Groupama – FDJ

David Gaudu começou bem a temporada, teve uma lesão e regressou na Romandia, é uma pequena incógnita. Teremos o Gaudu da última Vuelta ou que se apresentou antes? Nem o francês deve saber. A desconfiança deve ser grande, a equipa vem focada em si mas longe de trazer um bloco forte. Em teoria, o objetivo definido é o top-5.

Kevin Geniets é sempre muito regular e fiável, tal como Quentin Pacher e Remy Rochas mas estão longe de ser três trepadores de grande nível, apenas não comprometem. Completam a equipa 4 ciclistas mais talhados para o terreno menos acidentado: Enzo Paleni, Clément Davy, Lorenzo Germani e o experiente Sven Erik Bystrom.

Previsão: David Gaudu chega em baixo e vai ter um Giro para esquecer. Após perder tempo nas primeiras semanas, tentará redimir-se no final mas sem sucesso.

 

INEOS Grenadiers

A versão 2025 da INEOS tem sido muito atrativa de se ver, uma equipa muito mais ofensiva e que tem conseguido excelentes resultados. Egan Bernal é um antigo vencedor do Giro e volta para liderar a equipa britânica a par de Thymen Arensman. O colombiano já não é o mesmo nas Grandes Voltas mas ainda é capaz de muito espetáculo. Já Arensman encontra sempre a sua melhor versão aqui, foi 6º nas últimas duas edições, um corredor de 3 semanas, aparece sempre em grande no final.

O império britânico confia na experiência de Jonathan Castroviejo e Lucas Hamilton e na irreverência de Brandon Rivera e Ben Turner. Um bloco bastante sólido, apesar de não ter nomes sonantes, são corredores muito fiáveis em diversos tipos de terreno. Kim Heiduk e Joshua Tarling serão homens de trabalho no plano, com Tarling a ter as suas oportunidades nos contra-relógios.

Previsão: Como já referimos, o Giro é a praia de Thymen Arensman e o neerlandês vai voltar a terminar no top-10. Egan Bernal vai dar espetáculo mas a vitória em etapa será conseguida por Joshua Tarling num dos contra-relógios.

 

Intermarché – Wanty

A equipa belga está a ter uma temporada relativamente discreta e o Giro deve continuar a espalhar isso mesmo. Louis Meintjes já não é o mesmo de outros tempos, o sul-africano tem estado muito discreto e mesmo vencer uma etapa será complicado. Kevin Colleoni e Simone Petilli são os restantes ciclistas para a montanha.

Gerben Thijssen é alguém que pode surpreender. O belga é capaz de grandes sprints em certos dias, só que tem tido uma temporada para esquecer e sabemos que a confiança num homem rápido é fundamental. Gijs van Hoecke e Dion Smith vão apoiar o belga. Francesco Busatto pode ter um papel livre, jovem puncheur italiano com boa ponta final, estando na fuga certa pode surpreender. Por falar em fugas, Taco van der Hoorn tem de ser a principal seta, o neerlandês adora atacar, vai fazê-lo muitas vezes, disso não temos dúvidas.

Previsão: Gerben Thijssen até pode conseguir ter algum destaque nas chegadas ao sprint mas para vencer é preciso muito mais. Giro fraco para a equipa belga.



Israel – Premier Tech

Após ter sido 9º no Tour do ano passado, Derek Gee aposta as fichas na Volta a Itália. Com um percurso tão balanceado, o canadiano pode lutar por um top-5, ele que foi 4º no Tirreno-Adriático e 3º no recente Tour of the Alps. Parece estar a programar o pico de forma na perfeição. Acredito que Jan Hirt será o seu braço direito, um homem que rende sempre muito no Giro. Jakob Fuglsang e Simon Clarke serão as vozes da experiência, cada um no seu terreno.

Apesar deste foco em Gee, a equipa israelista também terá olho nas fugas e aí Marco Frigo tem de ser levado a sério, muito combativo, já esteve perto noutras edições do Giro. Hugo Houle e Nick Schultz são mais dois corredores completos e capazes de vencer em fuga. Por fim, Corbin Strong será a carta para os sprints, principalmente depois de dias mais duros.

Previsão: Derek Gee colocou o Giro como grande objetivo da temporada e vai finalizar no top-10. Muito cuidado com Marco Frigo, já sabe o que é vencer, estará mais motivado que nunca para conseguir o mesmo no Giro.

 

Lidl – Trek

Uma das equipas da temporada, chega com um dupla missão para este Giro. Após excelentes exibições no Tour of the Alps e Liege-Bastogne-Liege, Giulio Ciccone é a aposta para a classificação geral. O italiano nem sempre corresponde no momento da verdade e prova disso é que nunca conseguiu terminar no top-10 final. Veremos se consegue, finalmente, ser regular, será fundamental aguentar as duas primeiras semanas sem percalços. O apoio principal a Ciccone será dado por Patrick Konrad e Carlos Verona, dois experientes trepadores que sabem muito de ciclismo.

Mads Pedersen regressa ao Giro em busca de vitória e da ciclamino. A fazer uma temporada de grande nível, este é um percurso perfeito para Pedersen conseguir várias vitórias. Mathias Vacek será o seu principal gregário, no entanto o jovem checo é muito polivalente, faz de tudo um pouco. O mesmo podemos dizer de Jacopo Mosca e Soren Kragh Andersen, veremos como se apresenta o último que apenas fez a estreia na temporada no passado dia 1. Daan Hoole será um ciclista de muito trabalho nas etapas planas e na proteção a Pedersen e Ciccone.

Previsão: A equipa norte-americana não desilude nos grandes momentos. Mads Pedersen vai vencer duas etapas e conquistar a maglia ciclamino. Giulio Ciccone vai perder algum tempo, mas com a sua combatividade habitual conseguirá recuperar e terminar no top-10 final.

 

Movistar Team

Longe vão os tempos em que Nairo Quintana era um dos grandes candidatos a vencer o Giro. O colombiano tentará vencer uma etapa de alta montanha, esteve perto no ano passado, numa temporada que tem sido discreta. Einer Rubio gosta muito do Giro, já aqui venceu e terminou no top-10, é uma opção mais segura para objetivos mais concretos. Jefferson Cepeda é uma caixinha de surpresas, tanto pode fazer uma grande corrida, como passar ao lado da mesma.

A correr em casa, Davide Formolo é sempre perigoso, um corredor muito combativo nas etapas de média montanha e, estando na fuga certa, pode conseguir vencer. Nas etapas com alguma dificuldade mas que possa terminar ao sprint, Orluis Aular e Jon Barrenetxea são as cartas a colocar no tabuleiro, dois ciclistas rápidos em grupos mais restritos. Albert Torres será o lançador de serviço e Lorenzo Milesi tentará aparecer nos contra-relógios.

Previsão: “Oito” bastante discreto e, portanto, resultados discretos. Num dia de inspiração, Jefferson Cepeda ou Jon Barrenetxea podem estar perto da discussão de uma vitória, mas nada mais que isso.

 

Q36.5 Pro Cycling Team

A grande contratação da equipa, Thomas Pidcock está aqui presente, como seria de esperar naquela que é a estreia da Q36.5 em Grandes Voltas. Também é a primeira participação de Pidcock no Giro e se já naturalmente achava que não era propriamente ciclista para as 3 semanas, claramente não fez uma preparação para isso, já leva 23 dias de competição e provas bastante exigentes, está em boa forma desde Janeiro. O objectivo vai ser a conquista de etapas específicas e toda a equipa vem com esse pensamento.

Para isso, o britânico terá a ajuda do experiente Damien Howson, do enigmático Milan Vader e ainda Mark Donovan, que pode andar muito bem na montanha. O outro vector de liderança é o sprinter italiano Matteo Moschetti, que chega aqui com 4 vitórias na temporada, ainda que em provas menores, e acompanhado de Emils Liepins para o lançar. Moschetti tem somado bons resultados e muitos pontos (mais de 500), como será que se vai portar contra nomes sonantes?

Previsão: A estreia em Grandes Voltas será perfeita! Tom Pidcock terá as etapas marcadas no livro de prova e vai conseguir erguer os braços uma vez. Matteo Moschetti vai conseguir surpreender num dia de sprint confuso e também irá vencer uma etapa.



Red Bull – BORA – hansgrohe

O foco da equipa é total em Primoz Roglic, estão a fazer de tudo para levar o esloveno à conquista do Giro, que seria o 2º da carreira e a 6ª Grande Volta do currículo. Roglic tem feito uma preparação muito cirúrgica, começou mais lento na Volta ao Algarve e teve uma batalha fascinante contra um dos seus rivais aqui, Juan Ayuso, na Volta a Catalunha, onde já esteve a um bom nível. É um corredor com um conhecimento incrível dos seus limites e capacidades e sabe perfeitamente o que tem de fazer para ganhar uma Grande Volta, sabe que há 2 ou 3 dias onde tem de fazer e pode fazer diferenças.

Em termos de ajuda na montanha é talvez o melhor alinhamento de sempre da Red Bull-Bora, isto é possível porque desta vez não trazem nenhum sprinter. A estratégia é simples, Denz e Moscon para o terreno plano, Tratnik e Aleotti para a média montanha e aproximações, Pellizzari, Martinez e Hindley para quando o terreno empinar, sendo que qualquer um destes 3, noutra equipa, era candidato ao top 5. E acredito que numa fase mais precoce 1 ou 2 deles não se sacrifiquem totalmente para a formação germânica ter uma alternativa caso aconteça algo a Roglic.

Previsão:all-in feito em Primoz Roglic terá os seus frutos, o esloveno não vai desiludir e vai conquistar o Giro d’Itália pela 2ª vez na carreira, um triunfo acompanhado por uma vitória em etapa.

 

Soudal Quick-Step

Aos 35 anos, Mikel Landa continua a ser um corredor extremamente fiável para as Grandes Voltas, 8º na Vuelta e 5º no Tour em 2024, vem aqui ao Giro à procura do pódio. Fez uma preparação convencional, na Volta a Catalunha não conseguiu jogar de igual para igual com Roglic e Ayuso, veremos aqui onde é necessário ter mais capacidade de recuperação entre esforços. O problema é que não tem grande equipa para o apoiar na alta montanha.

Nesse departamento parece estar muito dependente de James Knox, sendo que o trepador britânico tem andado longe dos melhores momentos. Cattaneo não dá para tudo e Garofoli ainda não concretizou todo o potencial demonstrado enquanto sub-23. A equipa vai estar constantemente à procura de vitórias ao sprint com o duo Lamperti-Magnier, o francês mais para as etapas planas e Lamperti especialista em finais mais duros, ajudados por Ethan Hayter, um bom lançador.

Previsão: A história de amor de Mikel Landa e do Giro vai continuar e, apesar do pouco apoio, o espanhol vai voltar a subir ao pódio, terminando em 3º. O duo Lamperti-Magnier vai funcionar e o francês vai conquistar uma etapa ao sprint.

 

Team Jayco AlUla

Este é um alinhamento muito confuso, supostamente o ciclista que está à procura de um bom lugar na geral, dentro do top 10, é um regular trepador australiano Chris Harper, ele que já foi 16º no Tour. Depois Filippo Zana, Paul Double e o talentoso Luke Plapp estarão mais na caça pelas etapas, mas já sabemos como acontece nestes casos, se estiverem numa boa posição na geral a meio da corrida tudo pode alterar. Pessoalmente acho que Plapp pode ter essa ambição, mas simplesmente não a vocalizar para retirar a pressão sobre si.

Hepburn vai ajudar no terreno plano, Bouwman ajudar na montanha, enquanto que Engelhardt e Davide de Pretto são mais ciclistas de média montanha, ambos com boa ponta final em grupos reduzidos.

Previsão: Chris Harper vai acabar por ter um dia mau e, no final de contas, todos os ciclistas se vão virar para caçar etapas. A correr em casa, será Filippo Zana a salvar a honra do convento da equipa australiana.

 

Team Picnic PostNL

Uma equipa que está em grandes dificuldades este ano, com fracos resultados e poucos pontos UCI. Esta será a “última dança” de Romain Bardet, a última Grande Volta da sua carreira e acredito que o francês queira é dar espectáculo e fazer exibições memoráveis na alta montanha, não vai ter medo de atacar e prefere ganhar 1 etapa a fazer 7º ou 8º na geral. O corredor mais destinado a fazer uma boa geral pode ser Max Poole, que tem evoluído bem nesse sentido, foi 7º no Tour of the Alps e apesar de ser um jovem já fez por 2 vezes a Vuelta, tem já experiência nesse sentido.

Gijs Leemreize é uma boa ajuda na montanha e um ciclista que acredito vai lutar por etapas na montanha, ele adora esta corrida. Para os sprints haverá Casper van Uden, que tem sido uma desilusão este ano, depois de em 2024 ter tido uma boa temporada de afirmação. Edmondson, Markl e Welten estarão para os lançamentos, o comboio é bom, mas a confiança do nerlandês não estará nos píncaros.

Previsão: A despedida de Romain Bardet do Giro vai fazer-se com muitos ataques e um deles será rumo à merecida vitória. Max Poole andará perto, o britânico também é bastante combativo.

 

Team Polti VisitMalta

Serão certamente protagonistas nas etapas planas, com centenas de quilómetros nas fugas graças aos habituais Davide Bais, Mattia Bais e Mirco Maestri, e quem sabe ter uma pontinha de sorte num dos dias.

Depois resta saber o que fará Davide Piganzoli. A equipa tem aqui uma opção muito clara, ou ir para a geral e um top 10 é possível, e aí tem menos visibilidade, ou perder algum tempo de propósito e depois tentar vencer uma etapa na montanha. Por outro lado, Giovanni Lonardi, tem feito uma temporada bastante consistente e é claro candidato e top 10 em etapas ao sprint e quem sabe aquele esporádico top 5.

Previsão: Muita combatividade, a equipa italiana será das mais ofensivas e até podem ganhar alguma classificação secundária. Lonardi vai somar alguns top-10 e Piganzoli também conseguirá o mesmo em fugas de etapas de montanha.



Team Visma | Lease a Bike

É um alinhamento um pouco estranho por parte da equipa neerlandesa, um misto entre ciclistas para a geral e a conquista de etapas. Olav Kooij nos sprints puros e Wout van Aert nas jornadas mais duras e grupos mais reduzidos são fortíssimos candidatos a ganhar, principalmente tendo em conta que têm a ajuda de Dylan van Baarle e Edoardo Affini, 2 corredores de grande valia neste tipo de terreno. Wout van Aert terá um problema chamado Mads Pedersen nos sprints reduzidos, mas para mim Kooij é o melhor sprinter aqui presente.

Depois há a incógnita Simon Yates. O britânico ainda não apareceu como se esperava este ano depois de sair da Jayco, foi 14º no Tirreno-Adriatico e 9º na Volta a Catalunha, muito longe do nível desejado. No entanto é um corredor que cada vez mais é de objetivos maiores e nunca pode ser descartado para a geral. O consistente Wilco Kelderman é a alternativa para a geral, sendo que Kruijswijk e Lemmen são os apoios para a montanha.

Previsão: Algures durante a primeira semana, Wout van Aert vai conseguir vencer uma etapa e envergar a maglia rosa, o belga está a precisar de um momento destes. Olav Kooij é o grande sprinter presente, com o apoio de Van Aert, vai conquistar 3 etapas. Já na geral, a experiência é sempre importante e será fundamental para Simon Yates conseguir terminar no top-10.

 

Tudor Pro Cycling

O Tour of the Alps mostrou um Michael Storer a um nível como nunca tínhamos visto pela Tudor e pode ter mudado algumas perspectivas. O australiano foi contratado com esse propósito e agora acredita mais do que nunca que o pódio é possível, a questão é se o pico de forma não chegou cedo demais, é que a última semana será decisiva como habitualmente. Atenção que discretamente a Tudor tem uma boa equipa para a montanha, Warbasse é dos mais experientes a nível internacional, Stork e Voisard já fizeram bons resultados em provas menores e Brenner está a ter uma bela época e será o braço direito de Storer.

Depois haverá 3 elementos mais virados para os sprintrs, Krieger irá lançar Ziljaard nos sprints mais planos e Pluimers nas etapas mais duras e sprints mais reduzidos.

Previsão: Michael Storer continuará o seu grande momento e vai surpreender tudo e todos, terminando em 5º no Giro. Marco Brenner está a apresentar uma regularidade incrível e, numa etapa de média montanha, vai conseguir um triunfo.

 

UAE Team Emirates – XRG

Depois de um 2024 bem complicado, com polémica à mistura, Juan Ayuso chega ao Giro 2025 com outro estatuto, depois de mostrar outra capacidade física em virtude de uma pré-temporada bem realizada. Impressionou até agora, bem no Tirreno-Adriatico, só perdeu no duelo para Roglic na Catalunha na etapa final em Barcelona. É um dos grandes candidatos, a par do esloveno, tem de mostrar isso na estrada, ainda não o vimos e ter de defender uma liderança numa Grande Volta, por exemplo.

Em relação ao bloco de apoio, não tenho dúvidas que ciclistas mais velhos deixem tudo na estrada pelo espanhol, até porque já viram que está muito complicado fazerem pódio ou top 5 numa Grande Volta, estou a falar de Rafal Majka e até de Adam Yates. Brandon McNulty não tem tanta veterinária, no entanto já demonstrou a sua lealdade, Jay Vine é que costuma ir mais à procura de objetivos pessoais, se os cumprir cedo estará ao serviço de Ayuso até porque não é corredor para 3 semanas. A minha dúvida é Isaac del Toro, o talentoso mexicano que ganhou a Volta a França do Futuro em 2023 também subiu o nível de resultados em 2025 e não sei até que ponto a equipa não pensa nele como uma alternativa a Ayuso caso o espanhol tenha um dia mau. Igor Arrieta e Filippo Baroncini vão trabalhar mais no terreno plano e ganhar experiência.

Previsão: Juan Ayuso estará na luta com Roglic no entanto vai ceder no final e terminará o Giro em 2º, com a conquista da camisola da juventude e de uma etapa. Numa equipa com tantas figuras, McNulty irá vencer uma etapa, entre uma fuga ou um dos contra-relógios.

 

VF Group – Bardiani CSF – Faizanè

É um projecto muito interessante e que merece estar no Giro, apostam nos jovens ciclistas italianos e é recorrente aparecerem bons valores na Bardiani. Para além das muitas fugas em que vão participar, os olhos estarão em Filippo Fiorelli, um ciclista muito regular, que esteve em grande plano no Giro d’Abruzzo e é visível a crença que a equipa tem nele. Fiorelli é um ciclista com uma boa ponta final, que se nota ainda quanto mais reduzido o grupo for, é um perigo nos finais em subida.

Depois creio que Martin Marcellusi e Alessio Pinarello podem ser aqueles que mais se destacam na montanha.

Previsão: Todos os anos a Bardiani é uma das equipas protagonistas do Giro e 2025 não será exceção. Muita combativade, principalmente com os nomes já referidos que são capazes de somar alguns top-10.



XDS Astana Team

A equipa sensação de 2025 e chegamos ao cúmulo de ser uma surpresa a Astana não ganhar 1 etapa neste Giro 2025, pela forma como estão a andar. Ora vejamos, Christian Scaroni foi um dos melhores ciclistas do Mundo até Março, depois lesionou-se, voltou nas Ardenas com 2 resultados respeitáveis e na média montanha vai ser muito perigoso. Lorenzo Fortunato estava a trepar como nunca o vimos no Tour de Romandie, foi 12º aqui no ano passado e sente certamente que o top 10 está ao seu alcance.

Wout Poels é um corredor que todos sabem que nos seus dias é capaz de destruir um pelotão na montanha, ganhou 1 etapa no Tour 2023 e na Vuelta 2023, acaba de vencer a Volta a Turquia, sinal de que está em forma. O regular Max Kanter, sprinter de bom nível, acabou de vencer uma clássica na Bélgica, Diego Ulissi continua a ser um perigo nos finais em subida e Fausto Masnada não está a passar um bom momento, mas é um corredor que já fez pódio em Monumento, já ganhou 1 etapa no Giro.

Previsão: Wout Poels vem com o objetivo de completar a triologia das Grandes Voltas e vai fazê-lo com sucesso. O neerlandês é um ciclista de 3ª semana, vai vencer nessa fase e, também, conquistar a camisola da montanha. Lorenzo Fortunato está a andar melhor que nunca e, depois de ter estado perto noutras edições, vai terminar no top-10 da geral.

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