Dia de luta contra o relógio, com a expectativa de haver diferenças entre os ciclistas da classificação geral, quem vai sair a ganhar em Valladolid?

Percurso 

Traçado quase completamente plano, apenas há a registar uma colina de 500 metros a 7%, mas há alguma tecnicidade a notar. Há rectas bastante longas, mas também algumas curvas, principalmente na parte inicial. Em relação ao vento, será fraco a moderado, com condições quase iguais para todos, será importante gerir o esforço, vento ligeiramente frontal para um lado e ligeiramente de costas para outro.

Favoritos

Remco Evenepoel – O grande favorito para amanhã e para ganhar tempo na geral face aos rivais. Campeão do Mundo há 3 semanas, já no Giro venceu os 2 contra-relógios, no primeiro dando mais de 20 segundos a toda a gente, no segundo quando já mostrava sinais de estar doente. Parece perto do seu melhor e isso faz dele ainda mais perigoso nesta especialidade.

Filippo Ganna – Nos Mundiais perdeu por apenas 12 segundos, confesso que não esperava que estivesse tão bem. Nesta Vuelta já trabalhou para os seus líderes que entretanto já perderam muito tempo e já fez pódio num sprint. Comparativamente com Evenepoel poupou algumas energias em certas etapas e a distância é boa para ele.

Outsiders

Primoz Roglic – Sempre teve qualidade nesta especialidade, nas Grandes Voltas já teve grandes dissabores e grandes alegrias, mas sempre em contra-relógios com subidas no final. Aqui o terreno é plano, o esloveno está em grande forma e no Giro só perdeu 17 segundos para Evenepoel em 35 kms.




Jonas Vingegaard – Para termos uma boa referência de Vingegaard num contra-relógio plano mais ou menos com esta quilometragem é preciso recuar ao Dauphine de 2022, onde foi 7º. Há alguns factores que indicam que pode fazer melhor do que isso, primeiro estar numa prova longa beneficia o dinamarquês que recupera muito bem do esforço, segundo, parece ter melhorado a sua posição na bicicleta de crono, amanhã é o primeiro real teste à sua condição física para também sabermos como está relativamente ao que fez no Tour.

Nelson Oliveira – Um dos contra-relogistas mais consistentes do pelotão internacional, é incrível como está há tantos anos a fazer top 10’s nesta especialidade. Pois bem, mal se viu ainda na Vuelta possivelmente a pensar neste dia e tem alguns dos melhores resultados da carreira na Vuelta.

Possíveis surpresas

Juan Ayuso – Um super talento que se defende muito bem no contra-relógio, tal como mostrou na Volta a Suíça, onde bateu um Remco Evenepoel ainda claramente a meio gás. Diz que melhorou nesta especialidade, não seria uma enorme surpresa estar no pódio da etapa, ganhar já o seria.

Mattia Cattaneo – Faz lembrar um pouco o caso de Nelson Oliveira na sua consistência e polivalência. Tem feito uma boa Vuelta até agora e tem aqui oportunidade de mostrar o que vale, ele que ganhou na Volta a Polónia e fez 8º nos Mundiais.

Stefan Bissegger – Tremendamente inconsistente, nunca sabemos o que esperar dele. Tem andado completamente fora de forma, não faz um pódio num contra-relógio há mais de 1 ano e isso é preocupante, no entanto o traçado até é bom para ele, bem como o facto de ter tido o dia de descanso.




Matteo Sobrero – Numa Jayco super desfalcada, é a maior esperança para conquistar uma etapa. Foi para a fuga ontem, mostrou boas pernas, mas também teve algum desgaste suplementar. Ainda assim, parece estar em boa forma e nesta condição é um corredor perigoso.

João Almeida – Tem progredido bem no contra-relógio, foi 2º na Polónia, fez top 10 nos 2 esforços do Giro e no Tirreno-Adriatico, uma expectativa realista será top 10 e não perder mais de 20 segundos para a maioria dos rivais.

Aleksandr Vlasov – Até tem feito uma boa Vuelta e é alguém que nos seus dias consegue perfeitamente fazer top 10 aqui, para além disso a Bora-Hansgrohe tem melhorado.

Lennard Kamna – Ganhou ontem, será capaz de fazer uma gracinha novamente? Creio que o top 10 é o máximo que poderá conseguir.

Geraint Thomas – Afectado por quedas, está ainda longe do seu melhor e a confiança e a motivação já não são as mesmas, não acho que vá fazer top 5, não obstante o seu estatuto.

Oier Lazkano – Com um motor capaz de puxar watts quase intermináveis, o vice-campeão espanhol não se tem visto tanto como seria de esperar, será que estava a pensar neste dia?

Jan Tratnik – Um bocadinho como Lazkano, com um grande motor, a grande questão é se vai ter liberdade para fazer este percurso a todo o gás e arriscar, como é a Jumbo-Visma se calhar não.

Super-Jokers

Os nossos Super-Jokers são: Finn Fisher-Black e Rune Herregodts

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