As chegadas em alto estão de regresso na Vuelta! Será que Remco Evenepoel vai, novamente, arrasar a concorrência ou teremos luta até ao fim?

 

Percurso

Salobreña acolhe a partida da 12ª etapa, numa etapa que se pode denominar um clássico na Vuelta, com o típico “unipuerto”. Sem dificuldades, os ciclistas terão 175 quilómetros acessíveis, até encontrarem a subida final que começa mesmo após o sprint intermédio.



A subida de Peñas Blancas tem um total de 19 quilómetros a 6,5%. Esta é uma subida que, numa primeira fase, é bastante irregular, tem 3 quilómetros, em fases diferentes, com inclinações superiores a 10%, estabilizando nos 6-7% nos derradeiros 9 quilómetros. O final é praticamente plano.

 

Táticas

Remco Evenepoel segue confortável na liderança da Vuelta, são quase 3 os minutos de vantagem para o 2º classificado, não vemos a Quick-Step a perseguir a fuga do dia, apesar do terreno favorecer o pelotão, ainda para mais depois do abandono de Julian Alaphilippe, peça super-importante para o líder da prova. Sem esquecer que Pieter Serry também já foi para casa.

Também as outras equipas estão desfalcadas, Primoz Roglic está sem Sepp Kuss e a INEOS Grenadiers perdeu Pavel Sivakov. As equipas que ainda estão completadas e lutam pela geral não têm a profunidade suficiente para atacar de longe e devem esperar por dias mais duros.

Desta forma, a fuga tem grandes hipóteses de voltar a vencer, de relembrar que, até agora, existiram 3 chegadas em alto na Vuelta, e nenhuma dela foi ganha pelos favoritos. O facto do início ser plano não favorece os puros trepadores, a “lotaria” para estar na frente será maior.

 

Favoritos

Richard Carapaz tem vindo a perder tempo nos últimos dias e, finalmente, deve ter liberdade para tentar a fuga. O campeão olímpico redefiniu objetivos e quer vencer uma etapa antes de deixar a INEOS Grenadiers. Com alguns problemas já ultrapassados, o equatoriano estará pronto para a luta e triunfar numa chegada em alto seria perfeito.



Mark Padun é capaz do melhor e do pior em poucos dias e, depois de alguns dias mais discretos não nos admirávamos de ver mais uma grande exibição do ucraniano. Quando está bem não tem dificuldade em integrar a fuga e a subir poucos são aqueles que o conseguem acompanhar, basta relembrar as vitórias conseguidas no Dauphiné o ano passado.

 

Outsiders

Alexey Lutsenko preenche os requisitos necessários para amanhã: bom trepador e bom rolador. Se há ciclista que não se deve importante com o início plano é o cazaque, ele que já tentou por várias vezes nesta Vuelta, tendo encontrado sempre alguém mais forte. A Astana procura um triunfo e Lutsenko quer salvar a “honra do convento”.

Neste momento de forma, Remco Evenepoel quererá aproveitar todos os metros de estrada para fazer diferença. O belga está incrível, até agora, tem sido o mais forte sempre que a estrada inclinada e esta é mais uma subida perfeita para usar a sua estratégia de sufocar os seus rivais com ritmos altos.



Juan Ayuso é um ciclista muito combativo, não tem medo de atacar e, a quase 5 minutos da liderança, terá alguma liberdade para atacar … caso Evenepoel deixe. O jovem espanhol não tem nada a perder, até agora tem sido muito consistente e tem uma boa almofada de tempo para quem está atrás de si.

 

Possíveis surpresas

Primoz Roglic não está na forma de outros anos mas também não está assim tão mal. O esloveno não tem conseguido seguir o ritmo de Evenepoel mas no contra-relógio voltou a mostrar-se muito bem. Já com mais dias de competição, veremos se o triplo vencedor da Vuelta estará melhor, numa subida que se adapta a si. Enric Mas não deverá atacar, o 3º lugar que ocupa já é muito bom para si e para a Movistar, apenas o fará se vir uma oportunidade de ouro. Já Carlos Rodriguez não tem medo de mexer, o campeão espanhol está a andar muito bem e estará no seu terreno predileto. Quanto mais avançarmos na prova, melhor será para Ben O’Connor e Miguel Angel Lopez, rendem sempre muito nas segundas metades das Grandes Voltas e adoram longas montanhas.Olhando para a fuga, é difícil deixar de fora Jay Vine, o australiano tem estado intratável mas tendo como objetivo a montanha e, numa etapa onde só na chegada se pontua, poderá resistir à tentação de ir para a fuga onde será sempre dos mais fortes. Santiago Buitrago tem estado discreto, está na hora do colombiano aparecer, o seu terreno está a chegar e a Bahrain-Victorious precisa de resultados na prova. O mesmo se aplica à Bora-hansgrohe, que pode apostar em Sergio Higuita ou Wilco Kelderman, e à Groupama-FDJ onde Thibaut Pinot é a grande aposta. O triunfo de hoje dará mais liberdade e tranquilidade a Lucas Hamilton. Vincenzo Nibali e Rigoberto Uran são alternativas dentro de equipas mencionadas noutras categorias.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Rein Taaramae e Oscar Cabedo.



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