Habemus Giro d’Itália! Está na hora das Grandes Voltas e, este ano, tudo começa na Albânia. A abrir, uma etapa bastante complicada onde muitos ciclistas terão a oportunidade de vencer. Quem será o primeiro camisola rosa?

Percurso

A cidade de Durrës acolhe a Grande Partenza deste ano. 67 quilómetros planos antes da primeira montanha do Giro e logo uma subida com 12,9 kms a 5,2%, a organização não foi nada amiga. Passada a subida e a respetiva descida, os ciclistas estão já na segunda metade da etapa e muito perto de entrar no circuito final em Tirana, a capital deste país dos Balcãs. Este é um circuito de 22 kms a ser percorrido por uma vez de forma completa e outra em quase toda a sua extensão.



As decisões estarão guardadas para os derradeiros 40 quilómetros, que incluiu duas passagens pela subida de Surrel. 7 kms a 4,5% nem parece uma subida dura, no entanto ainda na primeira metade existem 1100 metros a 8,8% e com rampas a 13%. Na segunda passagem, no alto ficam a restar apenas 11,5 kms que se tornam muito rápidos já que apenas os derradeiros 1000 metros são em plano.

 

Táticas

As primeiras etapas de Grandes Voltas são sempre etapas muito nervosas, amanhã não será exceção, ainda para mais num dia com montanha e que já pode provocar diferenças na classificação geral. As principais equipas da classificação geral, nomeadamente Red Bull – BORA e UAE Team Emirates vão estar sempre na frente e, a juntar a isso, as equipas com ciclistas com hipóteses de vencer também vão querer fazer o mesmo o que vai provocar uma enorme confusão. Muito provavelmente, e infelizmente, irão acontecer quedas.

Falando da subida final, a primeira deve ser feita a ritmo, para desgaste, com a segunda a ser alvo de ataques, principalmente na fase mais dura. Dos homens rápidos, apenas Wout van Aert e Mads Pedersen, portanto Visma e Lidl-Trek vão querer controlar a corrida. Apesar de tudo, ninguém os vai querer levar confortáveis, pelo que os ataques erão inevitáveis. Nem sempre o mais óbvio resulta, por vezes é uma surpresa a ganhar no início de uma competição. Um ataque no final da subida, aproveitando a desorganização no grupo e o embalo na descida pode ser o cenário perfeito.

 

Favoritos

Mads Pedersen já mostrou em 2025 que é capaz de subir como nunca o vimos. Após as clássicas, o dinamarquês preparou o Giro com afinco e sabe se quiser envergar a maglia rosa só tem uma hipótese, é vencer esta etapa. Irá sofrer com os ataques e o ritmo imposto mas tem uma equipa focada em si, especialmente com Mathias Vacek e Giulio Ciccone.

Se há ciclista que não terá medo de atacar e lançar-se na descida é Tom Pidcock. O britânico ganhou outra confiança com a mudança para a Q36.5 e parece um ciclista diferente. A estrear-se no Giro quererá entrar logo da melhor maneira para soltar a pressão. O cenário ideal será atacar no final da subida e arriscar na descida, onde muito não o farão. Memso num grupo restrito terá hipóteses devido à sua excelente ponta final.



Outsiders

Wout van Aert tem esta etapa marcada há muito tempo, só que o belga disse ontem que esteve doente na semana passada. Será bluff para reduzir as expectativas ou estará a ser honesto? Apenas o belga o poderá confirmar. Se estiver em boas condições, é certo que estará na luta, Van Aert perdeu alguma da sua aceleração mas está a subir bem. O trauma da Primavera onde perdeu alguns sprints pode aparecer no final, terá que jogar na antecipação.

A correr o Giro, Andrea Vendrame estará super motivado para entrar com um grande resultado. O italiano é um ciclista muito completo e adora estes dias mais complicados, basta ver como venceu no Tirreno-Adriático deste ano. Não deverá ter dificuldades em passar a subida na frente, tudo depende dos ciclistas rápidos que estiverem no grupo.

Nos seus melhores dias, Kaden Groves é capaz de subir com os melhores, este ano esteve bem nas clássicas, mostrando uma versão diferente. Ainda não tem vitórias em 2025, a pressão joga contra si mas sabe que tem uma oportunidade única de liderar o Giro. Numa equipa sem opções para a geral, o foco estará quase todo em si.

 

Possíveis surpresas

Corbin Strong – o neozelandês é sempre um perigo neste tipo de etapas, muito regular, no entanto dificilmente o vemos a conseguir superar a concorrência, haverá sempre alguém mais rápido.

Paul Magnier – já mostrou que consegue passar as dificuldades, só que esta parece ser longa demais para as suas características, no entanto não podemos descartar o talentoso sprinter da Soudal Quick-Step.

Olav Kooij – venceu uma etapa no Tirreno-Adriático depois de um dia duro mas as subidas estavam longe da meta. Tudo vai depender de como correr a Visma, se se focar em Van Aert o ritmo será mais elevado e o jovem neerlandês dificilmente chegará na frente. Caso contrário, é dos principais favoritos.

Dorian Godon – se Vendrame ficar para trás, o francês pode ser a aposta, é um especialista em finais em grupos reduzidos, foi assim que conquistou grande parte das suas vitórias. Até podem vir a sprintar os 2, como já aconteceu este ano.



Rick Pluimers – depois de se ter estreado a ganhar na Muscat Classic, o neerlandês alcançou resultados muito interessantes após dias duros e que terminavam ao sprint. Um nome alternativo a ter debaixo de olho.

Filippo Fiorelli – a Bardiani quer mostrar-se desde cedo e na melhor que conseguir um bom resultado na abertura. Vem de um excelente Giro d’Abruzzo, não se irá importante de uma corrida mais dura.

Christian Scaroni – entrou a voar na temporada, lesionou-se e já regressou com resultados decentes. Não será assim tão marcado, poderá atacar na subida e abrir espaço na descida.

Quinten Hermans – é a opção atacante da Alpecin-Deceuninck. Sabe que não vai ter muitas oportunidades, tem que agarrar as que tem. Alguém que já fez pódio na Liege-Bastogne-Liege, sobe bem e boa ponta final.

Jon Barrenetxea – 3º na recente clássica de Frankfurt. Numa Movistar sem opções mais sérias, o espanhol pode vir a ser uma agradável surpresa, já demonstrou em clássicas espanholas do que é capaz.

Primoz Roglic e Juan Ayuso – talvez o espanhol possa atacar, mas terá sempre resposta pronta dos seus rivais. Numa corrida muito masi endurecida, Roglic será o favorito, com Ayuso logo a seguir.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Giovanni Lonardi e Edoardo Zambanini.



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