A média montanha continua presente, tal como a imprevisibilidade do vencedor, numa chegada que já marcou, em edições passadas, a geral do Giro.

Percurso

Os puncheurs estarão a esfregar as mãos com este final na mítica vila de L’Aquila, que ficou destruída por um sismo há alguns anos. Quase no meio do nada e ainda a mais de 40 kms da meta está uma contagem de 2ª categoria enigmática, com 7900 metros a 6,2%. As colinas voltam mesmo na parte final, com 2700 metros a 5,6% já dentro dos 10 kms finais. O final em L’Aquila tem tudo para ser épico, o quilómetro final tem 7,6% e rampas de 11% e passa por um castelo.

Favoritos

Hoje a fuga teve o seu sucesso e, tal como previmos, Primoz Roglic perdeu a sua liderança. Agora cabe à UAE Team Emirates perseguir. É certo que a equipa árabe vai querer manter a maglia rosa mas também não se vão querer desgastar ao máximo, pelo que esperamos nova luta feroz pela presença na fuga que, para nós, tem, novamente, grande probabilidade de ter sucesso.

Foi um pouco estranho não ver Giulio Ciccone na fuga de hoje no entanto a etapa de amanhã é muito melhor para as características do italiano, daí ter poupado energias. Está em grande forma, como se comprovou ao ter sido o melhor tempo na subida de San Luca na 1ª etapa, e quererá aproveitá-la para ganhar uma etapa que termina numa subida explosiva e parecida com a já referida. A etapa passa por Chieti, terra natal de Ciccone.

A Androni já cumpriu com o objetivo de vencer uma etapa mas porque não vencer amanhã? Mattia Cattaneo tem sido um dos destaques da temporada na equipa de Gianni Savio e vem de ganhar o Giro dell’Appeninno e ser 4º no Tour of the Alps. Numa fuga será, sempre, um dos melhores trepadores e se apresentar a forma que mostrou no último mês conseguirá deixar todos para trás.

Outsiders

Escolhido à última hora para o lugar de Egan Bernal, Eddie Dunbar faz a sua estreia em Grandes Voltas após um muito positivo Tour of Yorkshire. Corredor muito explosivo, o jovem irlandês tem-se apresentado cada vez melhor na montanha e sendo a subida final curta são ainda melhores notícias para o corredor da Team INEOS.

James Knox deverá ter liberdade dentro da Deceuninck-QuickStep para tentar a sua sorte. Já com duas quedas no Giro, o britânico chegou bastante atrasado no dia de hoje, talvez já se guardando para amanhã. Trepador explosivo e que, a espaços, tem demonstrado a sua qualidade, Knox procura trazer para o outro lado do Atlântico o estado de graça dos jovens da equipa belga.

Sem Tom Dumoulin, Team Sunweb deve continuar a apostar na presença em fugas e amanhã pode ser o dia para Chris Hamilton. O australiano é mais um trepador explosivo, o que o torna um candidato a esta etapa. 6º no Tour Down Under, onde se passam subidas deste género, Hamilton tarda em confirmar todo o seu potencial e uma vitória aqui era importante.

Possíveis surpresas

Thomas de Gendt é sempre uma opção válida para qualquer fuga mas com uma subida no final, só o vemos a ganhar se conseguir “despachar” toda a concorrência antes, algo ao alcance do belga. Voltamos a apontar Enrico Gasparotto, enum final que se assemelha, em muito, às clássicas onde o italiano já foi bastante feliz. A Astana pode dar liberdade aos ciclistas, algo que já aconteceu noutras provas, e Ion Izagirre é a aposta mais plausível, ele que é explosivo e adapta-se perfeitamente a estes finais. Gianluca Brambilla pode ser uma alternativa a Ciccone, na Trek, e Andrea Vendrame é outra hipótese na Androni. Por fim, olho em Tanel Kangert e Alexis Vuillermoz. Não acreditamos que os favoritos venham a discutir a etapa mas se isso acontecer há alguns nomes que saltam à vista. Primoz Roglic e Simon Yates são, à partida, os candidatos mais evidentes, eles que são, também, os mais explosivos dentro dos homens da geral. Diego Ulissi, Davide Formolo, Miguel Angel Lopez e Tao Geoghegan Hart são ciclistas que podem aproveitar a marcação entre os grandes favoritos para ganhar tempo e vencer a etapa.

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Bauke Mollema e Davide Villella.

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