25 quilómetros de contra-relógio individual prometem fazer mexidas na classificação geral, quem serão os principais beneficiados no final da 7ª etapa deste Tour?

 

Percurso

Este é um esforço individual onde não há praticamente um metro plano, quase só na partida e na chegada. Até aos 6 quilómetros é uma espécie de falso plano com partes a 2/3%, depois ligeira descida e ligeira subida até à principal dificuldade do dia, 1600 metros a 6,5%, que segue com mais falso plano por 3 quilómetros. Os últimos 10 quilómetros são super rápidos e contam apenas com algumas pequenas colinas, sendo que a parte mais técnica do traçado é também na partida e na chegada.

 

Tácticas

Não há propriamente, é ir de faca nos dentes de início ao fim. Qualquer contra-relógio destes, de extensão razoável, com colinas a meio e ao 7º dia seguido de competição, favorece mais os homens da classificação geral do que os puros especialistas.

 

Favoritos

Remco Evenepoel – É um dia muito importante na Volta a França do actual campeão do Mundo de contra-relógio, estamos a falar na possibilidade de aproximar a camisola amarela de Tadej Pogacar e, eventualmente, até entrar na etapa 11 ainda a escassos segundos do esloveno, porque as etapas 8, 9 e 10 são acessíveis. Para além disso estamos a falar na consolidação do pódio, aquele que era o grande objectivo inicial do belga e que está perfeitamente ao alcance neste momento, vai querer afastar a armada da UAE e Carlos Rodriguez.




Tadej Pogacar – Já provou no passado que consegue fazer de tudo, estamos a falar de um ciclista que no Giro bateu Filippo Ganna num percurso acidentado e num contra-relógio plano só perdeu 30 segundos para o italiano, que é um dos melhores especialistas do Mundo. O facto de ser só 25 kms e de ter a subida e a respectiva descida deixam-no, na minha opinião, bem mais perto de Evenepoel.

 

Outsiders

Stefan Kung – Não tem tido uma temporada por aí além, mas em termos de contra-relógio deste género só fez 1, foi 3º na Volta ao Algarve. Tem uma grande vantagem em relação aos ciclistas da geral, tem poupado forças físicas e mentais todos os dias a pensar neste momento e estará mais disposto a arriscar nas viragens, em teoria deve estar a chegar ao seu melhor momento de forma, os Jogos Olímpicos são certamente um objectivo.

Primoz Roglic – No papel diria que era muito complicado pedir um traçado melhor, relativamente curto, com uma subida que até é explosiva pelo meio, ganhou no País Basco, foi 3º no Dauphiné não cedendo muito tempo para Evenepoel e eu teoria a forma estará melhor aqui.

João Almeida – Um bom teste para aferir se sempre está na melhor forma da sua vida, no Galibier pareceu que era esse o caso, foi o trabalho dele que seleccionou muito o grupo e depois ainda teve forças para coroar o alto junto com rivais do seu líder, só perdeu tempo na descida. Tem aqui uma boa oportunidade de simplesmente fazer o seu melhor até ao fim sem pensar em Pogacar.

 

Possíveis surpresas

Jonas Vingegaard – Começou o Tour com a preparação um pouco atrasada e gostaria de ter um bocadinho mais de dureza para ganhar vantagem face à concorrência, o facto de ser um ciclista muito leve prejudica-o em certas partes, não obstante o crono inacreditável que fez no ano passado.




Wout van Aert – Também ainda está longe da sua melhor forma e neste teste contra o relógio creio que isso se vai ver, já para não falar que hoje se voltou a meter na loucura do sprint, Wout van Aert também não fez uma preparação específica para este momento.

Juan Ayuso – Sólido candidato a top 10, o espanhol tem escondido um pouco a sua capacidade física neste Tour e é um especialista bem decente, fez top 10 na Vuelta em 2023 num traçado com esta quilometragem, ganhou de forma surpreendente este ano no Tirreno-Adriatico.

Derek Gee – O Dauphiné de sonho não se está a concretizar num Tour de sonho, mas isso até era de esperar em certa medida, o canadiano não é um trepador, é um ciclista muito completo que é decente no contra-relógio, pode fazer top 10.

Bruno Armirail – Daqueles especialistas que poderia ter a vantagem de poupar energias nos primeiros dias, mas já o vimos várias vezes, já esteve em fuga, até já caiu, ainda que não pareça ainda acusar o desgaste.

Aleksandr Vlasov – Teve um dia mau no Galibier, perdeu muito mais tempo do que o expectável, em condições normais e se não tivesse perdido esse tempo todos estavam a pensar nele para um top 10 aqui.

Nelson Oliveira – Um dos especialistas em contra-relógio mais regulares dos últimos 10 anos, é incrível a consistência do ciclista português, que se prepara para mais uma participação nos Jogos Olímpicos, pode muito bem alcançar um belo resultado.

Soren Waerenksjold – Um talento enorme que parece conseguir fazer um pouco de tudo, incluindo esta arte contra o cronómetro, esta distância creio que está perfeitamente ao seu alcance.

Stefan Bissegger – Esta é uma das poucas oportunidades que vai ter neste Tour para deixar a sua marca, o suíço há uns anos parecia que se estava a estabelecer como um dos grandes contra-relogistas da actualidade, mas foi perdendo gás.

Victor Campenaerts – Outrora um belíssimo especialista, parece que deixou de treinar completamente esta vertente, ainda assim está a andar globalmente muito bem, veremos se vai tentar voltar aos tempos áureos

Yves Lampaert – A Soudal parece estar a andar muito bem e o belga ainda não precisou de fazer grandes esforços, já surpreendeu na abertura de um Tour muito por causa das condições meteorológicas.

 

Super-Jokers

Os nossos Super-Jokers são: Matteo Sobrero e Neilson Powless

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