O fim da Volta a Portugal trouxe declarações bombásticas de José Azevedo. Em declarações à Agência Lusa, o responsável máximo da Efapel Cycling afirmou que a sua equipa está desiludida com o ciclismo português e, a partir de 2026, irá apostarais no calendário internacional e, com tudo isto, poderá ser possível deixar de participar nas provas do calendário nacional.



Para José Azevedo, “não é uma decisão fácil, não é a decisão que nós, possivelmente, mais desejávamos, mas eu acho que, no contexto atual do ciclismo português, uma equipa como a nossa, que se baseia em princípios e comportamentos de ética, de rigor a nível disciplinar, não há vontade de continuar a fazer parte do ciclismo português”. Ora, está é uma clara alusão aos casos de doping que todos os anos são revelados no panorama nacional e aqueles que se comentam nos bastidores do pelotão. Em comentário mais profundo sobre este assunto, o antigo ciclista disse que “não se pode permitir que, por exemplo, no ano passado, haja corredores a ganhar provas, quando todos nós sabemos [que vão ser suspensos]. Se calhar não existe motivo para suspender os contratos, mas as equipas podiam deixá-los em casa. Para a verdade desportiva prevalecer, um corredor não deveria estar a competir quando está um processo aberto. E isso compete às equipas e à federação tomar medidas, porque se não vamos descredibilizar o ciclismo”.

Para Azevedo, tudo isto afasta os jovens ciclistas da modalidade uma vez que fica difícil convencê-los a acreditar na mesma. É esta a principal razão que vai levar a Efapel a apostar num calendário internacional que “é o ciclismo em que eu me revejo, e isso dá aos miúdos o alento de sentirem que nesse ciclismo têm futuro. Infelizmente, em Portugal não há futuro ou o futuro não se vê muito risonho”.

José Azevedo tece críticas à atual direção da Federação Portuguesa de Ciclismo, afirmando ter existido um retrocesso em todos os aspetos, insistindo a necessidade de se aplicarem os regulamentos para credibilizar a modalidade. Para além disto, afirma que os apoios dado à formação de atletas deixaram de existir, deixando a formação à derivae abandonada. Está é, mais uma razão, para a fraca atração de jovens ciclistas para o pelotão nacional.



Apesar de tudo, a Efapel pondera regressar ” um dia que isto mude, possivelmente voltamos a apostar no calendário português. Enquanto se mantiver estes moldes, não vamos estar”. Tudo isto pode levar a equipa a ficar de fora de provas como a Volta a Portugal e a Volta ao Alentejo, preferindo apostar no mercado externo. Veremos o desenvolvimento de toda esta situação, que estaremos aqui para acompanhar.

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