Entramos no top-10 com uma das melhores ProTeams do ano, a Israel-Premier Tech. A equipa de Sylvan Adams teve a melhor temporada desde a sua criação, conquistando quase 3 dezenas de triunfos, muitos deles no World Tour e em competições importantes. O núcleo duro mantém-se para 2025.
Os dados
Vitórias: 29 triunfos, o melhor ano de sempre da equipa a par de 2019, com 8 triunfos no World Tour.
Pódios: 79 pódios, uma equipa que subiu bastante o nível em relação a 2023, cada vez mais regular.
Dias de competição da equipa: 246 dias de competição, um calendário baseado no World Tour e no circuito europeu.
Idade média do plantel: 29,7 anos, uma das formações mais veteranas do pelotão interncional, com 8 ciclistas acima dos 34 anos.
Mais kms: Jake Stewart é um ciclista polivalente e isso valeu-lhe 11 104 kms oficiais.
Melhor vitória: Podíamos destacar vários triunfos, no entanto a vitória épica de Stephen Williams na La Fleche Wallonne, debaixo de condições dantescas e adversas, tem de ser realçada.
O mais
Até ao início de 2024, regularidade e Stephen Williams não combinavam. Este foi o ano em que o britânico deixou para trás as lesões, os azares e se tornou ganhador. Entre com um triunfo em etapa e na geral do Tour Down Under, venceu a Fleche Wallonne e depois 2 etapas e a geral do Tour of Britain, para além de mais uma série de pódios em etapas de provas World Tour. Um dos grandes puncheurs da época! Derek Gee deixou de ser apenas um ciclista combativo para se transformar num ciclista para gerais. 3º no Dauphine antecedeu o 9º lugar no Tour de France, mais discreto que o habitual mas com maior pragmatismo.
Joseph Blackmore começou a época na equipa de desenvolvimento mas em maio já estava promovido. Ano de sonho para o jovem britânico que antes da promoção venceu a Volta ao Randa, Tour de Taiwan e Circuit des Ardennes. Entre os elites foi 4º no Brabantse Pijl, 5º no Tour of Britain e 10º na Arctic Race, tudo isto culimado com a vitória na geral do Tour de l’Avenir. Ainda falta regularidade a Matthew Riccitello mas o pequeno norte-americano já começa a mostrar cada vez mais qualidade nas etapas de montanha, só falta fazê-lo mais vezes.
Entre os sprinters, Pascal Ackermann teve uma mudança positiva. Os novos ares fizeram bem ao alemão que, mesmo não tendo ganho em 2024, conseguiu quase 1000 pontos UCI, incluindo 7 top-10 no Tour de France, onde foi dos ciclistas mais regulares. Corbin Strong continua a sua evolução e a tornar-se um corredor cada vez mais importante, a sua ponta final aliada à capacidade de ultrapassar a média montanha valeram duas vitórias e uns impressionantes 22 top-10.
O menos
Ethan Vernon até começou o ano a vencer e terminou do mesmo modo, no entanto durante a restante temporada esteve muit abaixo. Um dos principais sprinters da equipa, nunca se conseguiu afirmar como tal e os escassos resultados foram a evidência. É certo que foi ano de Jogos Olímpicos, onde se focou na pista, mas precisa de mostrar mais e melhor. A segunda passagem de Hugo Hofstetter pela Israel-Premier Tech não começou como a primeira, a regularidade não foi a mesma, com o francês a estar mais discreto no calendário europeu, onde sempre foi muito eficaz.
Os muitos veteranos da equipa já começaram a sentir a idade nas pernas. Michael Woods foi o grande exemplo desta temporada, reduzindo em cerca de metade os pontos UCI conquistados. Ainda vez cerca de 900 pontos, venceu na Vuelta e esteve relativamente bem nas clássicas de fim de ano em Itália, só que a restante temporada foi muito fraca. Se dizemos isto de Woods, o que afirmar de Jakob Fuglsang e Dylan Teuns? Não foram surpresas os maiores declínios destes ciclistas, não rendem há algum tempo. só pelo seu estatuto foram mencionados, não é surpresa nenhum os resultados que não alcançaram.
O mercado
Após várias temporadas a fazer pequenas revoluções no plantel, a equipa israelita decidiu estabilizar e pouco mexeu para 2025. Dos principais nomes, apenas sai Dylan Teuns e o belga já não estava a render conforme os responsáveis da equipa pretendiam. Rick Zabel e Guy Sagiv reformam-se, Mason Hollyman vem para a Sabgal/Anicolor e apenas Mads Wurtz Schmidt não tem destino confirmado.
Cinco saídas colmatadas com quatro contratações. Alexey Lutsenko é o principal nome no que diz respeito aos reforços. Pela primeira vez na carreira, o cazaque deixa a Astana à procura de novos voos, veremos como se adapta a uma nova realidade, ainda para mais, depois das últimas temporadas não terem sido tão positivas. Jan Hirt é um reforço interessante para o bloco de montanha, um ciclista que este ano ainda fez 8º no Giro. Matis Louvel reforça o bloco de clássicas e Pier-André Côté ganha o contrato profissional depois de se ter destacado na equpa de desenvolvimento.
O que esperar de 2025?
O núcleo duro da equipa de Sylvan Adams mantém-se, é algo muito importante. Apesar de ser uma ProTeam, a Israel vai voltar a ter um calendário de equipa World Tour, devido à grande temporada que realizou. As classificações gerais não são o foco principal, Alexey Lutsenko pode vir a ser um reforço interessante, veremos que vontade e capacidade terá, sendo que Derek Gee dve ser a grande aposta, depois da transformação que sofreu este ano. Jan Hirt pode ser um joker, entre gregário de luxo e líder para algumas competições. Para as clássicas das Ardenas, a equipa é muito forte, com Stephen Williams e Michael Woods a formarem uma dupla muito perigosa, com Joe Blackmore a correr por fora, ainda em evolução pode ser um caso sério.
Acreditamos que quando a vitória surgir, Pascal Ackermann irá soltar a pressão e pedalar para uma excelente temporada, ele que aparecerá nos sprints mas também nas clássicas, num bloco com Corbin Strong, Matis Louvel, Tom van Asbroeck, Riley Pickrell e Riley Sheenan. Vários são os sprinters de segunda linha, como Itamar Einhorn e Oded Kogut, podem vencer nas provas asiáticas. Estamos curiosos para ver se em 2025, finalmente Marco Frigo consegue transformar toda a sua combatividade numa vitória importante.