Mais uma temporada relativamente discreta por parte da Cofidis, com a descida de divisão a ser a confirmação de um ano onde nem todos os grandes líderes estiveram à altura dos acontecimentos. Segue-se o estatuto ProTeam, com um novo manager e em busca de melhores resultados.

 

Os dados

Vitórias: 9 triunfos, quase o dobro do ano passado e, mesmo assim, um número muito reduzido.

Ciclista mais vitorioso: O sprinter Milan Fretin foi o principal abono de família, com 4 vitórias, incluindo uma na Volta ao Algarve.

Dias de competição da equipa: 289 dias, a luta pela manutenção obrigou a um calendário mais vasto, inclusive com viagens à Ásia.

Idade média do plantel: 29,1 anos, uma equipa muito envelhecida, uma das causas para os fracos resultados obtidos.

Mais kms: O maratonista da equipa foi Sergio Samitier, ultrapassando os 14000 kms, um registo raramente alcançado pelos ciclistas World Tour.

Melhor vitória: A correr em casa, Alex Aranburu conseguiu fugir a tudo e todos e conquistar a etapa 3 da Volta ao País Basco, à frente de nomes como Romain Gregoire, João Almeida e Florian Lipowitz.




O mais

Alex Aranburu pode não ter sido o reforço que se esperava mesmo assim somou mais de 1100 pontos, conseguiu uma vitória e foi o melhor da equipa. O combativo basco venceu na “sua” prova e juntou mais de uma dezena de top-10 em clássicas (incluindo algumas do World Tour), o que se revelou muito importante para as contas finais.

Milan Fretin subiu o nível, venceu por 4 vezes e, na primeira metade do ano era uma constante no top-10, muita regularidade. Viria a parar por lesão e, no final da época, já estava outra vez com bons resultados. Tiveram que ser os sprinters a salvar. Stanislaw Aniolkowski e Alexis Renard foram os outros homens rápidos em destaque, não são ciclistas a quem se podem pedir vitórias, mas conseguem estar sempre entre os melhores e isso é suficiente para muitos pontos. Cada um somou mais de 600 pontos UCI.

 

O menos

Bryan Coquard nem andou mal de todo, o francês abriu a temporada a ganhar e pensava-se que iria conseguir uma grande época mas longe disso. Continua a ser capaz do melhor e do pior em pouco tempo, já nem nos finais em ligeira subida consegue estar em destaque, o fraco posicionamento tem sido fatal para os fracos resultados conseguidos. Stefano Oldani despede-se da equipa com mais uma temporada fraca, foi contratado como vencedor de etapa no Giro e esteve longe desse registo.

O bloco de montaha falhou por completo. É certo que Ion Izagirre, Emanuel Buchmann e Dylan Teuns já não caminham para novos, ninguém seria capaz de dizer que iriam dar muitas vitórias, mas tinham capacidade para mais, numa equipa onde eram, claramente, dos ciclistas mais talhados para os percursos duros. Terminam o ano sem vitórias e os 3 juntos conseguiram … 955 pontos UCI. Muito pouco para aquilo que devem estar a auferir.



O mercado

Entradas Saídas
Ciclista Equipa de origem Ciclista Equipa de destino
Camille Charret Vélo Club Villefranche Beaujolais Aimé de Gendt Pinarello – Q36.5 Pro Cycling
Yael Joalland CIC – U – Nantes Jesus Herrada Burgos Burpellet BH
Alex Kirsch Lidl – Trek Jonathan Lastra Euskaltel – Euskadi
Hugo Page Intermarché – Wanty Nolann Mahoudo VC Pays de Loudéac
Louis Rouland Arkéa – B&B Hotels Stefano Oldani Caja Rural – Seguros RGA
Jenthe Biermans Arkéa – B&B Hotels Anthony Perez Reforma
Edoardo Zamperini Arkéa – B&B Hôtels Continentale Hugo Toumire Reforma
Eddy Finé Reforma

Muitas saídas de ciclistas em fim de ciclo, deste ponto de vista não foi um mau mercado por parte da Cofidis. Dos principais nomes, Jesus Herrada é um histórico mas está longe doutros tempos, Jonathan Lastra nunca correspondeu e Stefano Oldani foi muito irregular. Depois de vários mercados a apostar em nomes experientes, a equipa mudou de filosofia e decidiu, também, olhar para a juventude e para o circuito francês, algo que já devia ter sido feito há mais tempo.

Alex Kirsch chega para dar muita experiência, o luxemburguês será peça importante no comboio dos sprinters mas, finalmente, terá as suas oportunidades nas clássicas. Hugo Page e Jenthe Biermans são dois atletas parecidos, passam bem as dificuldades e boa ponta final, podem dar muitos pontos UCI principalmente no calendário gaulês. Por fim existe a aposta em muita juventude, da qual destacamos Louis Rouland, trepador francês que, no meio de tanta desorientação da Arkéa foi conseguindo evoluir, tendo terminar em 7º no Tour de l’Ain.




O que esperar em 2026?

A Cofidis volta a ser uma ProTeam mas para 2026 pouco se vai notar, conseguiu convites automáticos para todas as provas World Tour. No entanto, se quiser continuar com esse estatuto tem de fazer uma grande temporada, é aqui que entra a pressão do bons resultados. Cedric Vasseur já saiu, veremos se a filosofia de Raphael Jaune será diferente e, principalmente, para melhor. Umas das principais chaves do sucesso estará nos bons resultados no calendário interno.

Olhando para o plantel, as principais figuras seguem no projeto. Bryan Coquard mantém-se como uma das principais caras, o francês precisa de fazer mais, é um sprinter regular mas na hierarquia interna já foi ultrapassado por Milan Fretin e mesmo Stanislaw Aniolkowski é capaz de melhores resultados. É aqui que Alex Kirsch pode ser importante para as vitórias, para além das clássicas, onde o bloco sai reforçado com Hugo Page e Jenthe Biermans, mais dois sprinters da equipa. Alex Aranburu faz de tudo um pouco, está numa equipa onde tem liberdade, ainda é capaz de melhor que em 2025. Quando olhamos para a montanha, Dylan Teuns, Emanuel Buchmann e mesmo Ion Izagirre já não são os mesmos, não podemos esperar muito. Simon Carr poderia ser a alternativa mas é uma caixinha de surpresas depois de 2025 para esquecer. Com tudo isto, esperamos uma temporada em linha com a deste ano, talvez um pouco melhor.

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