A última etapa de alta montanha da Vuelta a Espanha viu a fuga do dia formar-se logo nos primeiros ataques, algo pouco habitual nos últimos dias. Mais uma vez Remco Evenepoel na frente, hoje na companhia de Egan Bernal, Damiano Caruso, Julien Bernard, Lewis Askey, Lorenzo Germani, Nico Denz, Jarrad Drizners, Andreas Kron, Andrea Piccolo, Imanol Erviti, Hugo Hofstetter, Max Poole e Paul Ourselin.

Sem nenhum perigo na geral, a Jumbo-Visma controlou a seu belo prazer a etapa, a fuga foi ganhando minutos atrás de minutos e Evenepoel foi aproveitando para passar na frente as contagens de montanha. A própria dureza ia eliminando os ciclistas da frente de corrida e tudo mudou a 33 quilómetros do fim, no início do Puerto de la Cruz de Linares.



Andreas Kron atacou, Evenepoel respondeu e apenas Caruso e Poole o seguiram. Kron não aguentou o ritmo, deixou três na frente e rapidamente só ficou Evenepoel. Ao seu ritmo, o líder da montanha deixou os seus rivais para trás e, a 29 quilómetros da chegada estava isolado. Metros após metros a vantagem ia aumentando e, na primeira passagem pela meta, Evenepoel já tinha 1:30 de avanço para Poole. No pelotão, destaque para o aparecimento da Bahrain-Victorious, impondo um ritmo mais forte que a Jumbo-Visma.

Evenepoel fez uma descida sem correr risco, perdeu algum tempo mas no plano antes da subida final voltou a aumentar a sua vantagem. Pouca história para contar, diferença enorme do ciclista da Soudal-QuickStep para os restantes, controlou o seu ritmo na subida e, no alto do Puerto de la Cruz de Linares celebrou o 3º triunfo na Vuelta. Caruso foi 2º a uns longínquos 4:44 e Kron 3º a 5:10.

No grupo dos favoritos, a ação começou ainda antes da subida final. Alesandr Vlasov tentou surpreender, atacando no plano. O russo ainda entrou com uma pequena vantagem, insuficiente para sonhar com algo mais, já que era alcançado pouco depois. Vlasov apanhado e, ao mesmo tempo, João Almeida ficava para trás, ainda com mais de 7 quilómetros de subida pela frente.



Wout Poels voltou a fazer um trabalho fabuloso, que resultou no ataque de Mikel Landa. A movimentação do basco não teve efeitos práticos, apenas reduziu o grupo a Kuss, Vingegaard, Roglic, Mas, Ayuso e Landa. Ayuso e Landa atacaram várias vezes no entanto nunca se conseguiram destacar. Vingegaard comandou o grupo durante toda a subida, em claro apoio a Kuss. No final, todos chegaram juntos, com exceção de Landa e Vingegaard, que perderam 3 e 9 segundos respetivamente. João Almeida foi 17º a 57 segundos dos favoritos. Na geral, Kuss é mais líder, agora com 17 segundos de vantagem para Vingegaard e 1:08 para Roglic. João Almeida manteve o 9º posto, a 10:20.

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