Será esta a derradeira transformação de Mikel Landa de líder a gregário de luxo? Os rumores que circulavam diziam que o basco de 33 anos se tinha “oferecido” à Soudal-Quick Step para ajudar Remco Evenepoel na conquista de Grandes Voltas, a estrada vai mostrar se isso era mesmo verdade.

Os 4 anos que Mikel Landa passou na Bahrain-Victorious foi o maior período temporal que passou em qualquer equipa na sua carreira, contam-se também passagens algo polémicas por Astana, Team Sky e Movistar, todas elas de apenas 2 épocas. O contrato que assinou com a Soudal-Quick Step é igualmente de 2 temporadas, talvez pensando depois retirar-se na Euskaltel, equipa de onde é originário. A questão que se coloca nesta transferência é se Landa vai para ser líder ou gregário, eu acredito que em 2024 vá para ser ambos.

O Dauphiné e o Tour não correram manifestamente bem a “Landani”, mas os primeiros meses do ano foram muito bons, fez top 10 e andou junto dos melhores em quase todas as provas em que participou, ainda em 2022 fez 3º no Giro, não terminando assim tão longe quanto isso de Hindley e Carapaz. Creio que ainda tem capacidade para dar espectácullo e disputar algumas corridas importantes, não as digo vencer porque já se viu que está bem longe do potencial a que Pogacar e Vingegaard podem chegar.




Tudo depende do que a equipa belga pondera fazer, mas acredito que em 2024 poderemos ter, eventualmente, a primeira presença do Evenepoel na Volta a França (Merlier contenta-se com o Giro ou a Vuelta, já não há plena confiança em Alaphilippe) e nesse caso o vencedor da Vuelta 2022 precisa claramente de um ciclista como Landa ao seu lado. Ou seja, a ideia poderá passar por Evenepoel fazer um calendário mais preenchido até Abril com grande foco nas clássicas das Ardenas e depois parar e descansar para fazer o Tour no seu máximo, por sua vez Landa poderá fazer Giro como líder e depois Tour como gregário ou Tour como gregário funcionando quase como aquecimento para uma Vuelta como líder, no entanto acredito que esta segunda opção poderá ser mais o calendário de Ilan van Wilder. Não havendo nesta fase já muitos gregários de luxo no mercado terá sido a solução possível (Jorgenson e Sivakov por exemplo já foram contratados).

Em termos pessoais Mikel Landa não sacrifica grandes ambições, acho que ficará satisfeito com a possibilidade de liderar em algumas provas, tendo nessas corridas até talvez mais protegido do que na Bahrain, onde muitas vezes tinha lideranças partilhadas. Na perspectiva da Bahrain não será assim uma perda tão impactante, continuam a ter Bilbao, Caruso e Haig e talvez ainda contratem alguém para o lugar que o espanhol deixou vago. Caso a Soudal-Quick Step queira fazer mesmo o Tour com Evenepoel e um bloco em redor dele poderá ser um desenho com Landa, van Wilder, Vervaeke, Cattaneo, Asgreen, Lampaert e eventualmente Vansevenant.

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