Terminou a temporada UCI de estrada e graças a isso podemos ter uma visão clara e inequívoca dos rankings de 2025. Apesar que um ranking é isso mesmo, é um bom retrato do que se passou na temporada, mas não é um espelho da mesma.
A nível individual o que se viu na estrada traduz-se bem nas contas finais, Tadej Pogacar fez 11 680 pontos, quase o dobro dos pontos do 2º classificado, que foi o dinamarquês Jonas Vingegaard, com praticamente 6000 pontos. O lugar mais baixo do pódio ficou para Isaac del Toro, muito por culpa da grande segunda metade de época nas clássicas italianas que tantas vitórias (e consequentemente pontos) lhe trouxeram. Houve 4 caras novas no top-10 final, para além de Del Toro, João Almeida, Tom Pidcock e Oscar Onley. Falando do português, terminou em 5º com 4331,1 pontos e o seu melhor resultado de sempre, tendo subido 20 lugares em relação a 2024.
Dos ciclistas que mais progrediram face ao ano passado também de notar Ben Healy, Giulio Ciccone, Florian Lipowitz, Kévin Vauquelin, Christian Scaroni e Paul Magnier. A maior subida em termos absolutos do top 100 é Ben Tulett, o jovem britânico da Visma|Lease a Bike fechou 2024 fora dos 1400 melhores do ranking UCI e terminou 2025 com quase 1000 pontos, no 82º posto.
Para além de João Almeida, António Morgado é o outro representante nacional no top 100, com 985 pontos em 84º. subiu de 293º para 129º e fez cerca de 750 pontos, Rui Oliveira foi o 3º melhor ciclista luso. Do pelotão português quem somou mais pontos foi Alexis Guerin, com 354 pontos, terminando no lugar 263.
Por equipas, e de forma totalmente esperada, a UAE Team Emirates vence por larga margem. A Visma-Lease a Bike volta a ser 2ª e a Lidl-Trek completa o pódio. Há 2 grandes curiosidade aqui, apenas 8 equipas do World Tour fizeram mais pontos que Tadej Pogacar sozinho, o esloveno estaria no 9º posto do ranking colectivo com uma “empresa unipessoal”. Para além disso, a UAE mesmo sem os pontos de Pogacar seria 1ª nesta classificação, e por mais de 8000 pontos, o que demonstra bem o domínio global e a presença constante nos primeiros lugares. Nas subidas, há uma formação a destacar, a XDS Astana que entrou o ano com a despromoção na mira, adotou uma estratégia de calendário alargado, sempre em muitas frentes e terminou em 4º, um resultado impensável no início de 2025. A maior queda, por larga margem, é da Groupama-FDJ, passando de 10ª para 18ª e de notar que Uno-X Mobility e Tudor Pro Cycling, 2 ProTeams, foram 11ª e 13ª, respectivamente. A melhor equipa Continental foi novamente a ATT Investments, uma equipa checa com um plantel bastante forte.
Em relação à realidade nacional, a GI Group Holding – UDO foi 191ª com 34 pontos, a Credibom/LA Alumínios/MarcosCar 144ª com 139 pontos, a Aviludo-Louletano-Loulé Concelho 136ª com 154 pontos, a Rádio Popular Paredes Boavista 135ª com 157 pontos, a Feirense-BEECELER 133ª com 166 pontos, a Tavfer/Ovos Matinados/Mortágua 129ª com 172 pontos, a Efapel Cycling 112ª com 234 pontos, a APHotels&Resorts/Tavira/SC Farense 93ª com 306 pontos e a melhor equipa portuguesa voltou a ser a Anicolor/Tien21 com 909 pontos, o que lhe valeu o 46º lugar, 26 posições melhor do que em 2023.
Por fim, no que toca ao ranking das Nações (ranking onde só contam os 8 melhores ciclistas de cada país), a vitória voltou a sorrir à Bélgica, com a Dinamarca a ficar em 2º e a Eslovénia a conquistar a conquistar o lugar mais baixo do pódio muito graças ao desempenho de Tadej Pogacar. Não houve entradas ou saídas do top 10, apesar da grande queda da Espanha de 3º para 10º. Portugal subiu 6 posições, de 18º para 12º, perfazendo um total de 6834,10 pontos.