Depois de um merecido dia de descanso, os ciclistas regressam à estrada para uma etapa sem dificuldades. Percurso totalmente plano onde os sprinters irão voltar a batalhar pelo triunfo.

 

Percurso

A segunda semana do Tour começa com uma etapa totalmente plana. 187 quilómetros entre Orléans e Saint-Amand-Montrond, numa jornada sem qualquer dificuldade categorizada. A menos de 10 quilómetros do final há uma pequena colina mas há velocidade que será feita pelo pelotão, nem será notada durante a transmissão. Analisando o final da etapa, depois de uma longa reta, a 3500 metros do fim surge uma rotunda que pode ser ultrapassada por ambos os lados, antes de uma curva à esquerda a 2 quilómetros do fim.



Nova longa reta que os ciclistas irão ter pela frente e que continua para além da passagem da bandeira do último quilómetro. Curva para a esquerda a 850 metros, curva à direita a 700 metros e nova curva a 500 metros, antes da reta da meta com 6,50 metros de largura.

 

Táticas

Energias recarregadas por parte de todo o pelotão, prontos para mais uma semana de competição. Uma etapa tão acessível não deverá ter muito interesse na fuga, pode ser mais um dia monótono que demore bastante a passar, ainda mais se ninguém quiser ir para a fuga. As equipas dos sprinters vão querer controlar a formação da mesma, quanto menos ciclistas e quanto mais fracos forem melhor para o posterior controlo.

A Alpecin-Deceuninck ainda não ganhou e vai continuar a tentar, tem de o fazer, tem toda a responsabilidade. Para além disso, e apesar de já terem ganho, Astana e Jayco AlUla podem e devem ajudar, uma etapa acessível perfeita para os seus homens rápidos. Olhando para o final algo técnico, é necessário estar bem colocado antes do quilómetro final, devido às várias viragens. Estar entre os 5 primeiros na última viragem significa estar na luta pela vitória, mais que isso já é complicado.

 

Favoritos

Biniam Girmay – Continuo a achar que não é um puro sprinter e que estas chegadas não são propriamente talhadas para ele, perde-se facilmente do comboio e tem problemas de colocação, mas tem sido o melhor sprinter do Tour. Seria quase criminoso não o colocar aqui, também porque quando um ciclista está neste momento de forma, confiança e parece que tudo corre bem tem tendência para continuar assim.

Jasper Philipsen – Esperava-se que dominasse os sprints neste Tour e por enquanto só apanhou várias desilusões, a equipa já comprometeu na colocação, mas também já o deixou em perfeitas condições e o belga depois não teve pernas para concluir o trabalho dos seus colegas. Acredito que continua a ter capacidade para ganhar, tem de desbloquear ali qualquer coisa e nisso o dia de descanso pode ter ajudado.



Outsiders

Dylan Groenewegen – Já picou o ponto neste Tour e até foi convincente neste tipo de etapas, a Jayco já “perdeu” Simon Yates para a classificação geral e agora está mais concentrada neste tipo de jornadas onde o neerlandês é claramente um dos melhores ciclistas aqui presentes. Sabe que já não lhe restam assim tantas chances.

Mark Cavendish – Já se libertou da pressão de bater o recorde de vitórias em etapa no Tour, agora está bem mais descontraído e viu-se no triunfo que conquistou que continua a ser um perigo quando tudo corre bem, também porque acho que o nível de sprints deste Tour não está propriamente incrível.

Arnaud de Lie – Não conseguiu concretizar o trabalho da equipa na etapa 8, naquela jornada que talvez mais se adequasse às características. Tem nova oportunidade e já se viu no campeonato nacional de estrada que o grande perigo está quando o belga parte na frente para um sprint.

 

Possíveis surpresas

Fernando Gaviria – O colombiano tem sido uma agradável surpresa no geral neste Tour, já foi 2º, já foi 3º, só falta mesmo o lugar mais alto do pódio. É conhecido por lançar o seu sprint de longe, aqui nesta prova tem sido bem mais comedido e tem dado resultado.



Sam Bennett – Os sinais antes do Tour eram muito promissores e ainda penso que o irlandês poderá eventualmente fazer uma gracinha nesta Volta a França porque tem potencial para isso. Não ajuda o facto da Decathlon trazer 2 líderes e ter boa parte da equipa dedicada à classificação geral.

Arnaud Demare – Mal se tem dado pelo gaulês, ainda nem sequer conseguiu fazer um top 5 no Tour, no entanto tem lutado bastante por pontos, tanto que está em 7º nessa classificação. Não está a resultar muito bem este comboio de sprinters e não de lançadores.

Alexander Kristoff – Possui um comboio de muito poder e qualidade, até agora ainda não conseguiram colocar o poderoso norueguês numa posição primordial, este ano já se viu que precisa disso para brilhar, partindo da frente será complicado de bater.

Gerben Thijssen – Até agora tem sprintado praticamente cada um por si na Intermarche, com Girmay tão próximo de conquistar a camisola verde acredito que o foco estará cada vez mais do eritreu.

Fabio Jakobsen – Veremos se a DSM, que até tem um excelente comboio final e que tem protegido Jakobsen todas as etapas, saca mais um coelho da cartola, acho muito complicado, creio que neste momento o holandês ainda não tem nível para ganhar uma etapa aqui.

Bryan Coquard – Prefere uma chegada mais dura, não estou a ver o francês a ganhar numa etapa plana deste género

Pascal Ackermann – Também não o considero um puro sprinter, aliás, as últimas 2 etapas deram para ver bem que o alemão se sente por melhor e se destaca em jornadas mais duras e com um pelotão mais reduzido e cansaço.

Wout van Aert – Disse que está a sentir o cansaço, mas que se tem vindo a sentir cada vez melhor, acredito que terá autorização da equipa para estar na confusão e que não irá arriscar o resto da equipa ainda assim.



Phil Bauhaus – O alemão costuma ser bastante regular e já fez 2 top 10’s em chegadas ao sprint, ainda não impressionou muito e foi bastante prejudicado na classificação por pontos devido a uma penalização, vai continuar a imiscuir-se nos sprints, mas não tem grande comboio.

 

Super-Jokers

Os nossos Super-Jokers são: Jasper Stuyven e Marijn van den Berg

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