Regressam as dificuldades no Tour de France, com mais uma etapa acima dos 200 quilómetros. Teremos Tadej Pogacar e Remco Evenepoel novamente a testar Jonas Vingegaard?

 

Percurso

Regressam as longas etapas no Tour de France, uma maratona de 211 quilómetros. Esta é uma etapa que pode ser dividida em duas fases, a primeira até aos 164 quilómetros e, depois, os últimos 47 quilómetros. Os já referidos 160 quilómetros iniciais têm algumas pequenas subidas, incluindo duas contagens de montanha, no entanto não será nada de muito complicado para o pelotão. 47 quilómetros para o fim e início da primeira dificuldade mais importante, o Col de Neronne (3,9 kms a 8,6%, onde o seu miolo são 2 kms acima dos 10%).



Muito rapidamente, os ciclistas chegam ao sopé de Puy Mary Pas de Peyrol (5,3 kms a 7,8%). Quem olhar para a média pode achar que é uma subida “acessível”, no entanto os últimos 1300 metros são a 13,4% de média, uma parede! O topo da subida é atingido a 31 quilómetros do fim, descida de 11 quilómetros até nova subida, o Col de Pertus (4,5 kms a 8,2%), ponto da etapa onde para além de contagem de montanha será sprint bonificado. Mais uma rápida descida, que termina a 9 quilómetros da chegada e, logo de seguida a derradeira ascensão, o Col de Font de Cère (3,4 kms a 5,6%). De todas, esta é a subida menos dura mas também a que fica mais perto da meta, apenas 3 quilómetros. Após uma curta descida e fase de plano, o final é em ligeira ascensão.

 

Táticas

Após um dia de descanso e uma etapa que quase pareceu outro dia de descanso, o pelotão do Tour volta a enfrentar dificuldades. Uma longa jornada no menu que, na nossa opinião, tem tudo para sorri à fuga. Como já referimos, os primeiros 164 quilómetros são relativamente acessíveis e ideais para uma numerosa fuga conseguir ter uma grande vantagem antes das dificuldades aparecerem. Aí irá começar a luta entre os fugitivos, aqueles que querem atacar de longe e os que se irão resguardar para o final.

Não vemos uma equipa da geral, principalmente, a UAE Team Emirates a desgastar-se por causa da etapa, podem guardar energias para a fase final, endurecendo, ainda mais, a corrida. Acreditamos que os ataques entre os favoritos irão surgir, possivelmente no Puy Mary Pas de Peyrol primeiro e, depois, no Col de Font de Cère. Tadej Pogacar vai tentar, o esloveno tem tentado de todas as formas possíveis e Remco Evenepoel não deve ficar atrás. Têm sido os dois ciclistas mais ofensivos deste Tour. Para Jonas Vingegaard será mais um dia para sobreviver aos ataques dos seus rivais.

 

Favoritos

Ben Healy tem sido um corredor muito combativo mas não tem acertado o momento do ataque. Ou ataca muito cedo, ou ataca muito tarde, falta aquela pontinha de sorte. Esta é uma etapa perfeita para o ciclista da EF Education protagonizar uma daquelas arrancadas de longe que ninguém consegue seguir.



Maxim van Gils tem evoluído a olhos vistos esta temporada e, vencendo no Tour, seria o coroar de um grande 2024. O belga é um ciclista muito completo, adapta-se muito bem a estas subidas inclinadas e é um ciclista explosivo. Está numa Lotto-Dsnty que procura vencer e que, provavelmente, pode colocar mais que 1 ciclista em fuga.

 

Outsiders

Já sem pensar na geral, Simon Yates corre sem pressão e isso pode ser benéfico. O britânico é um trepador muito forte, ninguém duvida disso, falta-lhe é consistência. Sabendo que as etapas de montanha só regressam no fim-de-semana, Yates deve tentar, ainda para mais sabendo que pode vencer em diversos cenários, isolado ou num pequeno grupo.

Continuamos nos britânicos, desta vez com Oscar Onley. O jovem da dsm-fiermenich tem estado muito discreto, a equipa tem-se focado em Romain Bardet. Também é certo que as etapas ao jeito de Onley ainda não apareceram. Um corredor muito explosivo que está cada vez melhor nas subidas mais longas, só não evoluiu mais rapidamente devido às lesões.

Tom Pidcock é outro ciclista que encaixa que nem uma luva neste tipo de perfil. O britânico tentou na etapa da gravilha e quase venceu, não vai desistir até o conseguir pois tem aqui um dos objetivos da temporada. Pode atacar a subir ou … a descer.



Não há duas sem três e, por isso, falamos de Tom Pidcock, mais um britânico. O britânico tentou na etapa da gravilha e quase venceu, não vai desistir até o conseguir pois tem aqui um dos objetivos da temporada. Pode atacar a subir, onde está cada vez mais forte, ou … a descer, onde já é dos melhores do mundo. Com tanta possibilidade, será uma grande dor de cabeça para os seus adversários.

 

Possíveis surpresas

Stephen Williams é outro ciclista que encaixa que nem uma luva neste tipo de perfil. Tem estado muito discreto, resguardando-se para os seus dias, ele que sabe que tem de sofrer nas subidas mais longas pois nas restantes é um perigo, basta ver o que fez na Primavera. Rui Costa tem estado muito interventivo ao longo das 10 etapas já disputadas, mostrando grande disponibilidade física. O campeão nacional é uma alternativa na EF Education, talvez resguardando-se enquanto os seus colegas atacam. Kévin Vauquelin já venceu uma etapa, isso já é um enorme feito. Porque não pensar numa segunda? Sem pressão, os resultados surgem com maior facilidade e isso pode acontecer já amanhã. Outros franceses a destacar são o jovem Romain Gregoire, numa Groupama-FDJ que precisa urgentemente de bons resultados, e Guillaume Martin, um ciclista que deve começar a procurar as fugas para iniciar a sua recuperação de tempo a pensar na geral.

A Lidl-Trek aposta bastante nas fugas e, amanhã, pode ser o dia para Toms Skuijns. O letão tornou-se um perigo nas clássicas e, num perfil como este, tem de ser tomado em conta, já que está cada vez mais completo. Muita atenção aos muito experientes Wout Poels e Davide Formolo, sabem muito de ciclismo, estão em equipas onde têm liberdade e têm o perfil perfeito para este dia. Por fim, olho emGeorg Zimmermann, Oier Lazkano, Tobias Halland Johannessen e Alexey Lutsenko. Caso os favoritos discutam a vitória, é difícil não imaginar ver Tadej Pogacar ou Remco Evenepoel a vencer, são os que melhor se adaptam a este perfil e têm melhor ponta final.



Super-jokers

Os nossos super-jokers são Krists Neilands e Chris Harper.

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