O Tour está de regresso e com mais uma chegada em alto! O mítico Mont Ventoux será o palco de mais uma batalha. Será alguém capaz de parar Tadej Pogacar?
Percurso
Quem olhasse para o perfil desta etapa sem saber a que prova pertencia ainda diria que a Vuelta tinha feito uma incrusão a França. Etapa estilo unipuerto, um dia com 150 quilómetros planos e a terminar a mítica subida do Mont Ventoux. A longa subida gaulesa tem 15,6 kms a 8,7% mas antes da subida se iniciar oficialmente os ciclistas já têm 3900 metros a 4,9%.
Falando do Ventoux, é uma subida dura no seu todo mas tem a sua maior dificuldade na fase inicial com os primeiros 8 quilómetros a raramente baixarem dos 9%, existindo, até um quilómetro com média superior a 10%. O final volta a endurecer bastante, com os derradeiros 1600 metros a serem a mais de 10%.
Táticas
Amanhã pensamos que não há muito a discutir. Dia de fácil controlo, após a jornada de descanso, perfeito para a UAE Team Emirates controlar uma fuga e preparar o terreno para Tadej Pogacar pedalar rumo a mais um triunfo. Esta é uma subida mítica e o esloveno quer colocar o seu nome na lista de vencedores, é alguém que gosta deste tipo de escaladas e, para além disso, ainda não mostrou dificuldades ao longo do Tour.
Com tudo isto, é certo que todas as outras equipas vão tentar colocar alguém na fuga, a corrida pode ser muito rápida e é aqui que Nils Politt terá um papel fundamental, controlando a formação da escapada, não permitindo que saiam nomes muito importantes e perigosos. Posto isto, apostamos numa batalha entre os principais favoritos até ao alto do Mont Ventoux.
Favoritos
Tadej Pogacar tem feito um Tour a roçar a perfeição, sempre no controlo absoluto das operações e, quando chegam as dificuldades, aranca para nunca mais ser visto. Esperamos mais do mesmo amanhã, o esloveno quer vencer mais e mais e fazê-lo no Mont Ventoux e vestido de amarelo seria incrível. Não nos admiravamos de uma preparação do ataque ainda nos primeiros quilómetros, aproveitando a fase mais dura.
Até agora, Jonas Vingegaard tem sido aquele que mais se tem aproximado de Pogacar. Entramos na terceira semana, por norma, onde o dinamarquês consegue melhores exibições. Não será uma tarefa nada fácil mas sabe que se quiser ganhar o Tour tem de começar a recuperar tempo. Tem boas recordações desta subida, foi um dos primeiros duelos com Pogacar e onde o conseguiu deixar em dificuldades, no ano de 2021.
Outsiders
Florian Lipowitz tem feito uma corrida em crescendo e já se encontra num sólido 3º lugar. Sem dar muito nas vistas, o alemão tem sido muito regular, subido na geral de forma competente e gerindo o seu esforço muito bem. A confiança que trazia do Dauphiné está a colher os seus frutos, tem mostrado ser o mais forte dos “normais”.
Felix Gall é uma pequena incógnita, tanto faz grandes exibições como aconteceu no sábado, como depois tem dificuldades para seguir com os melhores do top-10. A chegada da 3ª semana vem favorecer o austríaco, é alguém que sempre conseguiu as suas melhores exibições nesta fase das provas. É um ciclista bastante ofensivo.
Quem diria que a 3ª semana iria chegar e Oscar Onley estaria em 4º da geral. O britânico está a fazer um Tour de sonho, sempre foi um trepador competente, mas a capacidade que tem demonstrado nestas primeiras 15 etapas é outro nível. Está a correr para o pódio e sabe que tem de recuperar tempo, uma etapa sem tantas dificuldades acaba por o favorecer.
Possíveis surpresas
Primoz Roglic – sem dar nas vistas, o esloveno tem feito apenas a sua corrida. 6º na geral, longe da luta mas a realizar o Tour mais regular das últimas épocas. Entramos na 3ª semana e a experiência de Roglic pode ser importante para este tipo de dias.
Tobias Halland Johannessen – o norueguês não abranda! Finalmente a corresponder a todo o potencial, é um ciclista ambicioso que no sábado entrou na fuga, arriscando mas conseguindo manter o seu lugar. É alguém que se tiver a oportunidade vai atacar-
Kevin Vauquelin – que Tour de sonho para o francês! Parte para a semana final em 5º e a começar tem uma etapa que se adequa. Longe de ser um trepador puro, este estilo de etapa mais acessível e só com a subida final permite gerir melhor as suas energias.
Thymen Arensman – o neerlandês tem sido um dos ciclistas mais forte nas fugas das etapas de montanha. Já com um triunfo parcial, o ciclista da INEOS pode ambicionar mais, está numa forma impressionante.
Carlos Rodriguez – está em 9º, mas já muito longe, pelo que pode tentar a fuga, tal como aconteceu ontem. O espanhol não está na melhor forma, por vezes cede demasiado cedo, o dia de descanso deve ter feito bem.
Jordan Jegat – se Rodriguez estiver na fuga, possivelmente o francês também vai estar. Numa luta intensa pelo top-10, o trepador francês quererá entrar nesse lote restrito. Tem subido melhor que nunca.
Harold Tejada – o colombiano tem estado em crescendo de forma e, apesar de ter tentado poucas fugas, tem aguentado bastante no grupo dos favoritos nos outros dias. Tem de mudar a estratégia se quer ter sucesso.
Guillaume Martin – mais um francês nesta lista, mais alguém que tentou poucas fugas e devia mudar a estratégia pois só a partir de fugas pode conseguir melhores resultados e, quem sabe, subir na classificação geral.
Simon Yates – talvez a Visma não dê liberdade aos seus gregários nesta etapa, é demasiado simples mas se o fizer o britânico é a opção mais válida para tentar vencer uma nova tirada.
Lenny Martinez – com a etapa 17 a não ser adequada para si, o francês pode optar por ir para a fuga e esperar que esta resulte e somar mais pontos para a montanha. Sabe que na luta direta entre os favoritos dificilmente soma pontos.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Sergio Higuita e Einer Rubio.