Após uma caótica etapa plana, regressam as tiradas mais complicadas. Num final em tudo idêntico ao 2º dia, é expectável termos os mesmos protagonistas na luta, podem-se fazer pequenas diferenças. Teremos Mathieu van der Poel a vencer de amarelo?

 

Percurso

Amiens acolhe a partida de mais uma etapa do Tour, um dia que se pode resumir aos derradeiros 50 quilómetros. Nesse momento surge a primeira subida do dia, o Côte Jacques Anquetil (3,6 kms a 3,4%) mas, apesar disto, a corrida só deve animar nos últimos 30 quilómetros. Logo após o sprint intermédio aparece o Côte de Belbeuf (1300 metros a 9,2%) e menos de 10 quilómetros depois o Côte de Bonsecours (900 metros a 7%). Ultrapassada a subida restam 20 quilómetros e ainda várias dificuldades.



Primeiro o Côte de la Grand’Mare (800 metros a 4,8%) e, por fim, a Rampe Saint-Hilaire (800 metros a 9,1%). Da última colina até à meta restam somente 5000 metros, grande parte deles feitos em descida até ao quilómetro final. Este é em ligeira subida numa fase inicial, antes da inclinação aligeirar e ser plano para o risco de meta em Rouen.

 

Táticas

Esta é uma etapa em tua idêntica à 2ª tirada, um final com subidas curtas e explosivas, a única diferença é o final ser bastante mais simples que ontem. Apesar de tudo, esperamos ver uma corrida muito atacada na parte final, as últimas subidas são muito duras e será de esperar ver a Visma|Lease a Bike a impor ritmos fortes. A UAE Team Emirates tem corrido mais na defensiva mas se sentir a oportunidade não vai desperdiçar e, ontem, vimos uma Groupama-FDJ interventiva, fazendo um endurecimento sério.

Depois há a Alpecin-Deceuninck de Mathieu van der Poel, uma equipa muito mais fraca, pelo que o neerlandês deverá ficar cedo isolado. A partir daqui caberá ao líder do Tour saber como e quando responder aos ataques. Não irá responder a todos, terá de escolher os momentos certos e é aqui que pode surgir a oportunidade para um ataque tardio ter sucesso, ao contrário do que não aconteceu ontem.

 

Favoritos

Mathieu van der Poel esteve perfeito ontem! O neerlandês tinha como objetivo vencer a etapa e envergar a camisola amarela e cumpriu. Agora está na hora de defendê-la e, numa Alpecin-Deceuninck, focada em si deverá voltar a corresponder. As subidas são ideais para si, o problema será estar isolado no final, o que levará a fechar espaços. Por vezes, a melhor defesa é o ataque.

Kévin Vauquelin bem tentou distanciar-se nas subidas mas nunca o conseguiu. O jovem francês terá de correr de uma forma mais inteligente, guardando a energia para um forte ataque, uma vez que não será assim tão marcado. Num grupo sem os principais nomes será dos mais rápidos, terá de aproveitar as hesitações no grupo.



Outsiders

Tadej Pogacar tem estado mais calmo que o habitual, talvez reservando energias para momentos mais importantes. Esta é mais uma etapa ao seu jeito, a UAE tem um bloco capaz de endurecer a corrida ao máximo e se o esloveno sentir que tem a oportunidade para vencer não vai despediçar. Sabe que dificilmente derrota Van der Poel mas com o campeão do Mundo tudo é possível.

Romain Gregoire foi um dos poucos que conseguiu seguir os aliens nas subidas de ontem. O francês até meteu a sua equipa ao trabalho o que demonstra a confiança que tem. Este é o tipo de terreno que Gregoire gosta, estilo clássica, se o final for mais tático que na etapa 2 poderá aproveitar para escapar para o triunfo.

Julian Alaphilippe atreveu-se a atacar na parte final de ontem, não esquecendo o seu espírito combativo. Já não é o mesmo de outrora mas desde a Volta a Suíça tem mostrado uma versão que há muito não víamos, terá de aproveitar. Voltar a vencer no Tour e com a camisola da Tudor seria um sonho. Tem de ter um dia perfeito.

 

Possíveis surpresas

Oscar Onley – o britânico tem de aproveitar este tipo de etapas, é aqui que pode brilhar. Está a andar bem desde o início do mês passado, tem de saber gerir o momento. Se tiver de atacar também o fará, é um ciclista muito combativo.

Jonas Vingegaard – parece mais explosivo que nunca, no entanto no duelo direto com Van der Poel e Pogacar sabe que não terá hipóteses e dificilmente o vemos a chegar isolado.

Matteo Jorgenson – numa marcação entre os grandes favoritos, o número 2 da Visma poderá aproveitar para escapar, tal como chegou a acontecer na etapa 2, faltou colaboração. Caso isso aconteça, é um perigo.

João Almeida – o mesmo podemos dizer do português no entanto estas não são as subidas ideais para si, terá de sofrer. Almeida tem fibra de campeão, se sentir a oportunidade vai querer aproveitar.



Florian Lipowitz – o alemão tentou escapar perto do quilómetro final mas foi apanhado. Não nos admirávamos que voltasse a tentar, tem um espírito muito combativo e sabe que em duelo direto não tem hipóteses.

Tobias Halland Johannessen – em teoria esta é uma boa etapa para o norueguês que chega em excelente forma. A Uno-X é uma das equipas mais ofensivas do pelotão e Johannessen parece estar melhor que nunca.

Axel Laurance – não esteve assim tão mal como o resultado aparente. Esteve perto de seguir os melhores e depois “rebentou”. Se conseguir gerir melhor o esforço, o francês é um perigo, é um ciclista muito rápido.

Neilson Powless – numa EF focada em vencer etapas, o norte-americano é a melhor aposta para amanhã, um corredor ofensivo que gosta destes dias estilo clássica e que não será muito marcado pelos principais favoritos.

Thibau Nys – a queda logo a abrir parece ter debilitado o jovem belga que, caso contrário, teria mais uma grande oportunidade. Tem várias etapas apontadas no seu livro de prova, esta tem de ser uma delas.

Mattias Skjelmose – ainda dentro da Lidl-Trek, o dinamarquês é uma série alternativa se a corrida for mais endurecida. Um ciclista muito explosivo e combativo.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Jhonatan Narvaez e Clement Champoussin.



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