Aí está a primeira chegada em alto! A Vuelta não muda e logo ao quinto dia surge a primeira grande oportunidade para os favoritos à vitória final fazerem diferenças.



 

Percurso

Primeiro grande teste de montanha logo ao 5º dia de prova, aqui alguns favoritos já perderão tempo e é crucial estar bem, há algumas lideranças de equipa a serem disputadas e a selecção pode-se fazer aqui.

No papel é uma tirada “Unipuerto”, mas na verdade não é bem assim, não há praticamente um metro plano e com mais de 3500 metros de acumulado os ciclistas vão chegar já cansados à subida final. O Alto de Javalambre é uma ascensão terrível, oficialmente tem 11,1 kms a 7,8%, mas tem somente 5% nos primeiros 3 kms. Praticamente metade da subida é acima dos 10% e isso inclui 500 metros a 16%, é um miolo extremamente complicado.

 

Favoritos

A Vuelta está no seu início e, apesar do sobe e desce constante, a tirada não é, globalmente complicada, pelo que acreditamos ver várias equipas a assumir a perseguição. Movistar e EF Education First viram os seus líderes muito bem na 2ª etapa e não têm medo de pegar na corrida e a Astana também o pode fazer pois quando Miguel Angel Lopez está bem a equipa cazaque aparece sempre na frente.

Primoz Roglic foi um dos grandes vencedores da 2ª etapa. Após a perda de tempo no contra-relógio coletivo, o esloveno mudou de estratégia e passou ao ataque, fazendo-o com uma classe tremenda. O ciclista da Jumbo-Visma costuma entrar muito forte nas suas provas e tem que aproveitar isso. É muito explosivo e esta é uma subida perfeita para si.



Miguel Angel Lopez é um corredor que costuma apontar à 3ª semana das provas, no entanto nesta Vuelta é preciso entrar muito forte de início e o colombiano parece tê-lo conseguido. Muito forte no sábado e no domingo, só uma distracção fez com que Roglic conseguisse sair e nunca mais o viu. Uma subida longa, acima dos 2 000 metros, chama por “Superman”.

 

Outsiders

Nos últimos anos, Nairo Quintana tem sido uma caixinha de surpresas. Tanto faz exibições de luxo como de seguida falha redondamente e perde muito tempo. Esteve incrível no domingo, seguindo com Roglic e depois atacando no plano e conseguindo vencer. No papel, a subida final é perfeita para “El Condor” que, nos anos recentes, costuma dar-se bem no início da Vuelta.

Sergio Higuita tem tido um início de Vuelta fantástico, sempre muito atento e lutando pelas bonificações. Nas poucas provas que fez EF Education First esteve sempre muito forte e esta é uma subida faz lembrar o Mount Baldy onde o pequeno colombiano foi dos mais fortes. Tem uma explosão impressionante e é um perigo para os seus adversários que ainda podem ver Higuita como um underdog.

Ficámos bastante agradados com a forma como Alejandro Valverde correu na etapa de domingo. Sempre na frente, impondo um bom ritmo, o campeão do Mundo não teve medo de assumir. É verdade que o murciano já não é o mesmo em subidas longas, no entanto esta está no seu limite e, como o início e relativamente fácil vemos Valverde na discussão. As duras rampas são a sua praia e se estiver ao mesmo nível que se apresentou no final do Tour poderá vencer.



Possíveis surpresas

A UAE Team Emirates tem em Fabio Aru e Tadej Pogacar um duo muito perigoso. Se ver Aru seguir os melhores no domingo foi uma agradável surpresa que parece mostrar que o italiano está, aos poucos, a atingir o seu velho níve, Pogacar esteve como esperávamos e tem, agora, uma subida mais ao seu jeito, longa, bastante dura, fazendo lembrar o já referido Mount Baldy, onde o esloveno ganhou. Outro duo perigoso é Mikel Nieve e Esteban Chaves na Mitchelton-Scott. O basco esteve muito bem na 2ª etapa e o colombiano procura regressar ao melhor nível, numa prova que o lançou para a ribalta. Wilco Kelderman vai correr na defensiva e irá esperar por deslizes dos seus adversários. Davide Formolo e Pierre Latour estiveram muito ofensivos na subida da 2ª etapa, mostrando excelente condição física e acreditamos que amanhã podem voltar a fazê-lo. Por fim, Rigoberto Uran e Rafal Majka nunca podem ser descorados uma vez que são dos dois melhores trepadores da prova mas raramente conseguem vencer.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Victor de la Parte e Nicolas Roche.



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