O fim-de-semana abre com uma maratona de quase 200 quilómetros! Uma longa etapa com muita dureza e sobe e desce constante que é propícia à fuga.

 

Percurso

O fim-de-semana começa com 197 quilómetros e praticamente 3800 metros de desnível acumulado positivo. Os primeiros 50 quilómetros são os mais acessíveis de todo o dia, quase sem dificuldades. Aí começam as subidas, primeiro com Croce di Casale (8,6 kms a 4,6%) e depois alguns pequenos topos que levam à grande dificuldade montanhosa do dia, Sassotetto (13,1 kms a 7,3%). Situada a meio da etapa e com 3 kms acima dos 9%, esta pode ser uma subida marcante.



Longa descida, intercetada por uma pequena colina, e os ciclistas voltam logo a subir. Primeiro em falso plano e depois “oficialmente” no Montelago (5,5 kms a 6,9%). No topo, restam menos de 50 quilómetros para a chegada e seguem-se praticamente 20 quilómetros a alta velocidade até à colina que leva ao sprint bonificado do dia, com 1400 metros a 7,3%. Mais uma descida, esta muito mais curta, entrada nos derradeiros 10 quilómetros e Gagliole (800 metros a 8,6% mas com rampas acima dos 11%). No alto, apenas 7 quilómetros para o final em Castelraimondo, 5 em descida e os 2 finais planos.

 

Táticas

Hoje acabamos por ter um dia em que o pelotão não deu liberdade à fuga muito por culpa da Red Bull-BORA. Primoz Roglic não esteve assim tão forte, não vemos a equipa alemã a voltar a tentar amanhã, ainda para mais com as principais subidas longe da meta. A UAE Team Emirates ainda tem várias opções, não deverá sacrificar o coletivo, e a Lidl-Trek já não sonha com a rosa com Mathias Vacek, pelo que são menos duas equipas para perseguir. Roglic não se deverá importar de voltar a ceder a liderança do Giro a alguém menos cotado e importante da geral.

Posto isto, amanhã é dia para a fuga! O início deverá ser muito rápido, esperamos 50 quilómetros a alta velocidade e não seria de estranhar se a fuga se formasse apenas na contagem de montanha, o que viria a favorecer os trepadores. Apesar de tudo, amanhã é um dia para os puncheurs e ciclistas completos, é preciso alguém com uma boa ponta fifnal, será difícil chegar isolado à meta.

 

Favoritos

Edoardo Zambanini tem o perfil ideal para esta etapa, um ciclista que sobe bem e tem uma excelente ponta final. O italiano terá alguma liberdade neste tipo de etapas, a Bahrain-Victorious disse isso mesmo no começo do Giro, e depois do que fez na 4ª etapa a confiança estará ainda mais alta. Estrear o palmarés no Giro seria o sonho.

Bem mais experiente, Andrea Vendrame já sabe o que é ganhar no Giro e tem aqui uma etapa perfeita. O italiano tem estado bastante discreto, talvez focando-se em determinadas etapas, como esta. Vendrame já venceu jornadas mais complicadas, quando está em fuga é um corredor muito difícil de superar e, se tiver de chegar sozinho, também é capaz disso.




Outsiders

A INEOS Grenadiers tem sido uma das equipas mais ofensivas, Ben Turner é a opção mais fiável para amanhã. O britânico está a ter um ano sem lesões e, aos poucos, tem apresentado bons resultados. Bastante combativo, Turner é um ciclista muito completo e que está às portas de uma grande vitória na sua carreira.

Diego Ulissi é uma das raposas velhas do pelotão. Mais um italiano nesta lista, já com diversas vitórias no Giro, algumas em etapas deste género. Se há equipa que vai estar na fuga é a XDS Astana e Ulissi tem aqui uma das melhores oportunidades da prova. Todos sabemos da sua polivalência e, apesar dos 35 anos, ainda continua a ser um ciclista rápido.

Marco Frigo é um ciclista que tem estado muito discreto, algo de estranhar se considerarmos o italiano alguém muito combativo. Também é certo que ainda não teve etapas ao seu jeito, amanhã é a primeira oportunidade. Sabe que para ganhar tem de chegar sozinho, mas Frigo não tem medo de atacar e não nos admiravamos se o fizesse a 50 quilóemtros do fim.

 

Possíveis surpresas

Mads Pedersen – o dinamarquês é um ciclista multi-facetado, da forma que está a subir nada lhe vai fazer confusão amanhã, a principal dificuldade ainda está longe da meta. Terá toda a fuga contra si, seria importante ter um colega na frente.

Mathias Vacek – outra opção dentro da Lidl-Trek. Se a Red Bull-BORA quiser entregar a liderança a alguém, o checo é o ciclista ideal, está perto e não é um perigo a longo prazo. Passa bem este tipo de dificuldades e é rápido.

Filippo Fiorelli – chegou em boa forma, tem de aproveitar estas oportunidades, numa Bardiani que está sempre nas fugas. O italiano é um corredor completo, com boa ponta final, é a grande esperança da sua equipa neste Giro.

Felix Engelhardt – um ciclista ao estilo de Fiorelli, passa bem as dificuldades e boa ponta final. A Jayco AlUla tem estado atenta às formações das fugas, o alemão é uma boa alternativa.



Stefano Oldani – longe vai o ano em que o ciclista da Cofidis venceu no Giro, no entanto, aos poucos, tem aparecido. Tem uma etapa parecida à que venceu.

Quinten Hermans – numa Alpecin-Deceuninck sem homens para a geral, o foco será colocar o belga na fuga. Passando a principal subida chega o terreno de Hermans, estilo clássicas onde será dos mais fortes.

Wout van Aert – se estivesse bem seria um dos grandes candidatos a vencer, só que ainda parece longe da melhor forma.

Marco Brenner – voltamos a mencionar o jovem alemão, um ciclista bastante explosivo e que adora este tipo de terreno.

Mattia Catanneo – sem Mikel Landa, a Soudal QuickStep vai apostar nas fugas e Cattaneo é um corredor fiável. Sabe que tem de atacar de longe mas, sendo um bom contra-relogista, não será problema.

Pello Bilbao – mencionamos, novamente, o basco, desta vez numa etapa estilo clássica. Não tem medo de atacar de longe, é muito combativo e se tiver de arriscar a descer vai fazê-lo.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Davide Formolo e Martin Marcellusi.



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