Temporada de altos e baixos para a equipa neerlandesa. Conseguiu alternar grandes exibições, com exibições muito sofríveis, com destaque para Fabio Jakobsen, a grande contratação para 2024 e que passou ao lado da época. É preciso fazer mais e melhor na próxima época.

 

Os dados

Vitórias: 22 triunfos, com 3 triunfos no World Tour, sendo que 2 deles foram em Grandes Voltas.

Pódios: 57 pódios, nem sempre foi fácil transformar os pódios em triunfos.

Dias de competição da equipa: 293 dias de competição, a luta pela manutenção começou a apertar e a equipa neerlandesa começou a fazer viagens ao continente asiático.

Idade média do plantel: 27,4 anos, uma equipa que apesar dos muitos jovens provenientes da equipa de desenvolvimento também tem praticamente uma dezena de ciclistas acima dos 30 anos.

Mais kms: Vários ciclistas passaram os 13000 kms, com o jovem pavel Bittner a terminar com 13 768 kms percorridos.

Melhor vitória: Romain Bardet na 1ª etapa do Tour de France, não só pelo trabalho de equipa fabuloso mas pelo francês ter conseguido fazê-lo no seu último Tour da carreira, tendo também envergado a camisola amarela.



O mais

Num ano sem grandes azares, Oscar Onley conseguiu, finalmente, atingir um nível altíssimo. O jovem britânico entrou a ganhar no Tour Down Under (4º à geral), 3º no GP Miguel Indurain, 8º na Volta a Suíça, 10º na Volta a Polónia, 2º no Tour of Britain e no Tour of Guangxi. Mostrou, ainda, ser muito combativo, falta-lhe só ganhar mais experiência para saber ler a corrida. O mesmo podemos dizer de Max Poole. O britânico foi um dos mais combativos da Vuelta, acabou com 4 pódios, mas a vitória não lhe sorriu. Viria a ganhar uma etapa e a geral do Tour of Langkawi, sendo que no início de 2024 foi 7º no UAE Tour. Dois trepadores muito explosivos, estão a evoluir a olhos vistos.

A veterania de Romain Bardet trouxe excelentes resultados. O francês pode já não ser o ciclista que era para provas por etapas mas entre abril e junho foi muito bom ver laivos da qualidade de Bardet: 5º no Tour of the Alps, 2º na Liege-Bastogne-Liege, 9º no Giro d’Italia e vencedor da etapa inaugural do Tour de France. Combativo como sempre. Na ausência de grandes trepadores na equipa, Kevin Vermaerke apareceu nas provas do calendário europeu, muitos top-10 em gerais de provas de 1 semana e ainda foi a tempo de ser 4º na Classica San Sebastian. Na estreia no World Tour, Frank van den Broeck de muito boa conta de si, alguém a ter debaixo de olho. Por fim, Pavel Bitnner salvou os sprinters da equipa de um autêntico fiasco, foi de menos a mais e acabou o ano com 3 triunfos, incluindo uma vitória na Vuelta. Tobias Lund Andresen também apresentou um bom nível.

 

O menos

Fabio Jakobsen era a grande contratação da equipa e passou completamente ao lado da temporada. Vencer apenas uma vez em 2024, tendo acontecido na Volta a Turquia, é muito pouco para a estrela neerlandesa. Eram mais as imagens de ver Jakobsen a sofrer na cauda do pelotão sempre que a estrada inclinava do que o ver a disputar chegadas ao sprint. Muito a melhorar.



Casper van Uden nem realizou uma temporada má, subiu o nível em relação a outros anos, só que quando se espera muito de um ciclista e este tarda em confirmar o seu potencial é sempre algo negativo. 4 vitórias em 2024, as primeiras como profissional, no entanto podia ter conseguido muitas mais, peca muito pela colocação, muito fraco nesse capítulo, mesmo com um bom comboio no apoio. Nils Eekhoff dividiu-se entre as clássicas e os comboios de sprint e acabou “contaminado” com uma temporada relativamente discreta, apareceu apenas a espaços. Os tempos áureos de Warren Barguil já lá vão, o francês até abriu o ano a ser 6º no Tour of Oman mas este acabou por ser o melhor resultado do ano em provas por etapas. Numa equipa sem grandes homens para a montanha, tinha de estar mais presente.

 

O mercado de transferências

Até agora, poucas foram as movimentações efetuadas. Patrick Bevin retira-se um ano mais cedo que o previsto, com Emils Lieins e Martijn Tusveld a também deixarem a formação dos Países Baixos. Numa clara aposta na juventude, ainda só existem 2 nomes confirmados para 2025. O primeiro é Robbe Dhondt, chega da equipa de desenvolvimento, belga de 20 anos com boa capacidade para a montanha e que, este ano foi 12º no Alpes Isère Tour. Bjoern Koerdt provém de uma equipa francesa, também com 20 anos, um corredor mais talhado para os finais explosivos e para as clássicas.




O que esperar em 2025?

A manutenção no World Tour parece estar, mais ou menos garantida, só um descalabro irá fazer com que desça de divisão, pelo que deverão andar por volta do top 15 do ranking em 2025. Apesar de tudo, deverá apostar num calendário mais eficiente, apostando nas viagens à Ásia, como já realizou na ponta final de 2024, de forma a maximizar o máximo os pontos. A aposta em Fabio Jakobsen não resultou, o neerlandês estará ainda mais pressionado em 2025 e não parece ser um ciclista que se dê muito bem sob pressão. O comboio que tem não é mau, com Tobias Lund e Bram Welten, no entanto os melhores resultados de Jakobsen já parecem estar para trás, por isso talvez faça mais provas em busca dos pontos.

Romain Bardet vai querer despedir-se com boas exibições, os melhores resultados costumam aparecer quando corre sem pressão. Oscar Onley, Max Poole e Kevin Vermaerke serão, ainda mais, as principais setas da equipa para as provas por etapas, deverão dividir calendários. Casper van Uden tem que se tornar mais regular, senão arrisca-se a ser ultrapassado na hierarquia por Pavel Bittner, o checo realizou um final de temporada incrível, chega muito motivado a 2025. Tobias Lund Andresen e Nils Eekhoff podem subir, ainda mais, o nível, não sendo tão amarrados aos seus líderes, conseguindo resultados interessantes nas clássicas e provas com algumas dificuldades.

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