É já no próximo sábado que tem início mais uma edição do Tour de France. Depois de uma variação ao “tradicional” no ano passado, regressa um modelo mais comum, uma primeira semana repleta de etapas planas e para puncheurs, aliás a primeira grande etapa de montanha só aparece ao 12º dia, inusitadamente tarde, até lá parece uma espécie de conjunto de clássicas. Pelas condições que aparentemente vão estar será uma primeira semana muito nervosa e é provável que não haja grandes diferenças nas primeiras 10 etapas.
A Grand Depart da 112ª edição da Volta a França será em Lille, numa rara oportunidade para um sprinter a vestir a camisola amarela tendo em conta a ausência de dificuldades neste primeiro dia. A segunda etapa será já para os “puncheurs”, com 2 colinas bem duras dentro dos 10 quilómetros finais e um quilómetro final a 4% e a 4ª tirada tem um final muito semelhante, o traçado parece estar em alternância pois, em princípio, a etapa 3 será para os sprinters. Atenção que nesta zona de França há quase sempre muito vento e estradas expostas.
Depois de algumas colinas onde dará certamente para fazer alguns cortes e diferenças vem o primeiro grande dia para a geral, um contra-relógio individual em Caen, com 33 quilómetros de extensão, num percurso perfeito para os especialistas. A etapa 6 é novamente de média montanha, 3500 metros de acumulado com um final duríssimo de 700 metros a 10,2%. Ainda não é hora da alta montanha, Mur-de-Bretagne, onde Mathieu van der Poel ganhou em 2021, na etapa 7 e 2 oportunidades para sprinters nas jornadas seguintes.
A 10ª etapa coincide com o dia da Bastilha e é talvez a primeira etapa de montanha mesmo sem uma grande subida, são 4400 metros de acumulado em 163 quilómetros que termina com 3,3 kms a 8%. Segue-se o dia de descanso em Toulouse e uma jornada com final na mesma cidade que poderá ser para uma fuga. A etapa 12 tem a primeira grande chegada em alto com o Hautacam, 13,6 kms a 7,8%, na entrada dos Pirinéus e no dia seguinte temos uma estranha curta crono escalada em Peyragudes. Segue-se a grande tirada dos Pirinéus, quase 5000 metros de acumulado com passagens pelo Tourmalet, Aspin, Peyressourde e final em Superbagneres (12,4 kms a 7,5%).
O segundo dia de descanso será em Montpellier, depois de uma jornada que parece perfeita para uma fuga. Aparentemente a 3ª semana será, como é hábito, o palco de todas as decisões e começa com o regresso do Mont Ventoux na etapa 16 e uma rara oportunidade para os sprinters na etapa 17. Talvez se possa considerar a tirada 18 como a mais dura desta edição, com 5500 metros de acumulado, passando pelo Glandon e a Madeleine antes do final no Col de la Loze. A etapa 19 também não fica atrás, apenas 130 quilómetros e 4600 metros de desnível com final em La Plagne, curiosamente a 20ª etapa será recheada de média montanha e não se sabe muito bem o que esperar, sendo que o grande final regressará a Paris e aos Campos Elíseos.
Globalmente parece uma Volta a França com um percurso variado, interessante e com jornadas que podem proporcionar um bom espectáculo. Comparativamente com anos anteriores há mais média montanha na primeira semana e o contra-relógio mais talhado para os especialistas. As dificuldades começam a aparecer com o desenrolar da competição, com a alta montanha a estar condensada na parte final. Resumindo, há 6 etapas que em princípio serão para sprinters, 1 contra-relógio individual plano, 1 crono-escalada, 5 chegadas em alto integradas em etapas de alta montanha e mais 1 com um final mais acessível. Sobram portanto 7 etapas, 4 delas serão as da primeira semana que são destinadas a “puncheurs”, as outras jornadas (11,15 e 20) parecem ser as clássicas etapas para fugas.
Percurso do Tour de France 2025: