Alpecin-Deceuninck – 18

A inclusão à última hora de Jasper Philipsen revelou-se um tiro certeiro. Sem grande preparação, o belga chegou, viu e venceu, conquistando 3 etapas e fazendo 2º noutra. Com um comboio curto mas eficaz, a Alpecin-Deceuninck revelou-se uma equipa muito eficiente, fazendo valer os seus recursos. Destaque para os lançamentos de Edward Planckaert.

Dos restantes elementos, Luca Vergallito podia ter aparecido na montanha, tinha as suas oportunidades, mas cedo abandonou. Gal Glivar ainda está em clara adaptação ao World Tour, tínhamos expectativa, mas uma Grande Volta ainda é outro nível,




Arkéa-B&B Hotels – 10

Não há muito a dizer. Alessandro Verre até começou por remar contra a corrente, entrou nas fugas iniciais, envergou a camisola da montanha e pouco mais. Cristian Rodriguez até podia sonhar com um top-10 final mas perdeu muito tempo e depois abandonou ainda muito cedo.

Jenthe Biermans tentou fazer o que conseguia nas chegadas ao sprint, sozinho também não iria dar para muito mais. Mesmo assim conseguiu fazer top-5, o que é bastante bom tendo em conta a sua qualidade. O restante alinhamento era muito fraco, não havia muita expectativa.

 

 

Bahrain – Victorious – 12 

No geral, a Vuelta foi o reflexo da temporada da equipa mas, mesmo assim, acabou por ser positiva devido a uma surpresa. Antonio Tiberi e Santiago Buitrago eram os líderes mas os dois ciclistas mais experientes falharam por completo. Perderam tempo nos primeiros dias, tentaram fugas mas também não tiveram muito sucesso, uma prova para esquecer. Jack Haig continua a desiludir, mas já não é uma novidade, está noutra fase da carreira.

Por incrível que parece, acabou por ser Torstein Traeen a salvar a equipa. O norueguês é um trepador competente mas o 9º lugar final acaba por o elevar para outro patamar. Aproveitou a fuga da 6ª etapa para ganhar muito tempo e subir ao 1º lugar, envergando a camisola vermelha durante 3 dias. Depois foi-se defendendo nas montanhas e no contra-relógio, até parar num honroso 9º posto, o primeiro top-10 da carreira em Grandes Voltas.

Burgos Burpellet BH – 6

Notou-se a falta de qualidade e profundidade da equipa espanhola. Tentou ser muito combativa e valer o wildcard da organização mas para além das muitas tentativas de fuga não há muito mais a dizer. Eric Antonio Fagundez e Sergio Chumil eram as principais figuras mas os 2 juntos estiveram em apenas … 1 fuga.

O alinhamento era fraco e acabarem com apenas 4 ciclistas demonstra a dificuldade de uma Grande Volta e que muitos ainda não estavam preparados para tanta dureza.

 

 

 

Caja Rural – Seguros RGA – 12

Podemos dizer que o regresso da Caja Rural à Vuelta foi positivo. É certo que não venceram nenhuma etapa mas tentaram e conseguiram estar em muitas fugas e ainda envergaram a camisola da montanha por intermédio de Joel Nicolau, um dos mais combativos da equipa. Thomas Silva conseguiu 2 top-10 nos primeiros dias, depois foi perdendo gás, algo normal para a estreia em Grandes Voltas. Já mais experiente, Fernando Barceló não esteve ao mesmo nível.

Numa clara aposta pelos pontos UCI, os seus trepadores decidiram focar-se na geral, conseguindo garantir 200 pontos com isso. Ambos em estreia, Abel Balderstone e o nosso conhecido Jaume Guardeño (2 vezes vencedor da juventude na Volta a Portugal) conseguiram terminar em 13º e 14º, longe do top-10 mas um resultado muito interessante para o seu nível. Estreias promissoras para uma Grande Volta.

Cofidis – 5

Uma Vuelta ao nível da temporada, um desastre. Por norma, a equipa francesa costuma dar-se bem nos ares espanhóis mas este ano esteve muito mal. A idade já pesa em Jesus Herrada, o espanhol já não consegue ser tão competitivo e ficou longe dos melhores resultados, até foi Sergio Samitier a dar mais nas vistas, numa equipa que até tinha Emanuel Buchmann e Simon Carr, dois trepadores de bom nível.

A estratégia de sprintar com dois ciclistas em vez de um deles apoiar o outro foi um completo desastre. Bryan Coquard e Stanislaw Aniolkowski sprintaram cada um por si e se o francês conseguiu um top-10, o polaco saiu de mãos a abanar. Com tão poucos homens rápidos de qualidade, era preciso muito mais por parte de ambos.

 

Decathlon AG2R La Mondiael Team – 13

Felix Gall vinha com uma missão e cumpriu-a, ao terminar no top-10 final. O austríaco começou forte, até se pensou que podia ameaçar o pódio mas acabou por perder gás ao longo da Vuelta, acusando o desgaste do Tour. Começou a última semana em 5º para terminar em 8º, no entanto não deixa de ser um top-10 na Vuelta. 

Bruno Armirail voltou a revelar-se um excelente ciclista de equipa e com muita pontaria para fugas. Deu muito apoio a Gall, tentou vencer etapas, mais uma excelente prova de 3 semanas. Johannes Staune-Mittet e Jordan Labrosse apareceram a espaços, nada mal para estreia, o último até conseguiu 2 top-10 em etapas. Leo Bisiaux vinha com expectativas depois de uma boa Vuelta a Burgos, mas não teve capacidade, foi importante para ganhar experiência.

 




EF Education – EasyPost – 11

Uma equipa que vinha focada para as fugas e para as vitórias em etapas e que saiu de mãos a abanar. Sean Quinn foi muito combativo, andou em fuga 7 etapas (!), ou seja, um terço da Vuelta, não se lhe pode apontar nada. Archie Ryan tinha algumas etapas ao seu jeito e até abandonar ainda conseguiu dois top-10, acaba por ser positivo. Destaque, também, para os 2 top-10 do muito jovem Markel Beloki. Esteban Chaves era a voz da experiência, abandonou na 12ª etapa sem qualquer resultado de relevo.

Madis Mihkels continua a desiludir nas chegadas ao sprint. Não tinha muito apoio mas a qualidade dos sprinters era pouca, podia e devia ter feito melhor, é um enorme talento de demora a confirmar todo o seu potencial.

 

 

Groupama – FDJ – 13

Do céu ao inferno em pouco tempo. Guillaume Martin era o homem para a geral, foi para casa ao segundo dia e, quando parecia que David Gaudu iria assumir, apenas o fez até à etapa 6. Até lá, um pódio, um grande vitória em etapa e 1 dia de camisola vermelha. Um pequeno fogacho do “velho” David Gaudu para alegria da equipa. A partir daqui, o gaulês desapareceu do mapa, nem apareceu em fugas.

As fugas ficaram a cargo dos jovens Brieuc Rolland e Clément Braz Afonso, 4 e 3 respetivamente, com o primeiro a conseguir dois terceiros lugares. Thibaud Gruel foi aparecendo nas chegadas rápidas e Stefan Kung deu nas vistas no contra-relógio ao ser 6º. Remi Cavagna continua com a temporada para esquecer, muito fraco.

 

INEOS Grenadiers – 17

Uma equipa que vinha com um objetivo e terminar com outro. Egan Bernal nem começou mal, estava bastante bem na geral mas acabou por ter dias menos positivos, acabando por se focar nas fugas e vencer uma etapa, o regresso às grandes vitórias, muito merecido. Para trás, já estava a vitória ao sprint de Ben Turner, uma história de loucos de um ciclista que nem era para estar presente na Vuelta e ainda acaba com mais alguns top-10. A última vitória veio por Filippo Ganna no contra-relógio, vinha com esse objetivo e não falhou.

Victor Langellotti vinha com muita expectativa e pode ser uma pequena desilusão, ao passo que voltamos a ver versões ofensivas de Bob Jungels e Michal Kwiatkowski, recordando outros tempos mas mostrando que já não têm a pedalada dessa altura.

 

Intermarché – Wanty – 6

“Uma temporada para esquecer e, com este alinhamento, não esperamos milagres.” Foi assim que começamos a análise inicial e não podíamos estar mais certeiros. Louis Meintjes sem atacar, sempre na cauda do pelotão foi 16º na geral, na tentativa de somar pontos UCI. Dos restantes trepadores não se esperava muito e não conseguiram nada.

Depois podemos falar de Huub Artz, o campeão da Europa sub-23 entrou em algumas fugas na segunda metade da prova mas o terreno era duro demais para si, mostrou combatividade. Arne Marit tinha uma boa oportunidade para bons resultados nos sprints, conseguiu ser 3º e 6º, sem muito apoio não dava para muito mais,




Israel – Premier Tech – 16

A Grande Volta de afirmação de Matthew Riccitello! Sempre muito certinho, o norte-americano foi de menos a mais e na última etapa subiu a 5º e conquistou a camisola da juventude, um resultado que jamais seria de esperar no início da prova em Turim. Mesmo sem muito apoio, Jan Hirt e Marco Frigo era os únicos, conseguiu fazer um grande resultado. Frigo tentou num par de fugas, preferiu dar apoio ao seu líder quando se podia pensar o contrário.

Ethan Vernon e Jake Stewart era as apostas para as chegadas rápidas mas foi o primeiro que ficou com todas elas. No total, 4 top-10, com dois segundos lugares em destaque, foi um ciclista regular mas que ainda não mostrou conseguir ser capaz de derrotar Philipsen, um ciclista de outro planeta quando comparado com Vernon. Ficou a faltar vencer uma etapa para ser uma excelente Vuelta para a equipa.

Lidl – Trek – 15

Não deixou de ser uma Vuelta positiva para a Lidl-Trek, mas longe de ser o sucesso que pensavam que iria ser. No âmbito da classificação geral, Giulio Ciccone até começou bem, impressionou nos primeiros dias, parecia que ia estar na luta pelo pódio, mas a partir da 10ª etapa começou lentamente a cair na geral até que abdicou de vez. Tentou poupar esforços e recuperar um pouco para tentar um derradeiro esforço na Bola del Mundo, sem sucesso porque a geral ainda estava em aberto.

As coisas também não estiveram fáceis para Mads Pedersen, ainda que a camisola por pontos nunca tivesse estado verdadeiramente em dúvida. A equipa teve de esperar até à etapa 15 para ver o dinamarquês celebrar e dar a única vitória em etapa à formação norte-americana, e teve de ser numa fuga porque Pedersen mostrou-se sempre muito frágil nos sprints, relativamente mal colocado e sem grande confiança no seu comboio improvisado. Bagioli, Bernard, Verona e Kragh Andersen evidenciaram-se no apoio aos seus líderes, mostrando que a equipa corre de uma forma coesa e consistente.

 

Lotto – 7

Diria que fizeram o que puderam com o que tinham e até estiveram bem perto do triunfo no dia em que Elia Viviani viria a ser relegado, na etapa 8, para além disso o sprinter italiano também foi 4º em casa, na abertura da Vuelta em solo transalpino. Jasper de Buyst foi sempre crucial nos lançamentos e devo dizer que esperava mais de Alec Segaert, principalmente no contra-relógio porque não se viu durante quase toda a Vuelta, poupou energias para esse momento, a redução de quilometragem foi boa para ele e foi somente 8º.

Na montanha era uma formação com muitas debilidades, Sepulveda foi tentando e ainda fez um top 10.

 

 

Movistar Team – 12

Sem Enric Mas, a escolha óbvia foi lutar por etapas e um dos mais eficazes nesse campo foi Orluis Aular, incrível a consistência e evolução do venezuelano para obter bons resultados a este nível, fez 3 pódios e somou ao todo uns muito importantes 400 pontos UCI. Sempre bem colocado nos sprints, bom a passar a média montanha, sempre presentes nos momentos importantes, será um elemento crucial para a Movistar no próximo ciclo. Foi ajudado por Hessmann e Garcia Cortina nas etapas mais acessíveis.

A equipa perdeu Jorge Arcas muito cedo e Pablo Castrillo a meio da Vuelta, ainda assim Castrillo ainda foi 6º em Andorra e 2º na etapa 10, levou para casa mais de 200 pontos UCI. Cepeda foi tentando, mas nunca mostrou grande capacidade física nesta fase da época. Javier Romo teve uma Vuelta de altos e baixos, fez 2 pódios, num deles só perdeu em cima da linha de meta para Juan Ayuso e quando estava em grande forma caiu, abandonando pouco depois. A Movistar saiu sem vitórias, no entanto foi das equipas que mais lutou e mais pódios fez, sai da Vuelta com 7.



Red Bull – BORA – hansgrohe – 16

Não foi um mau resultado, creio que podia ter sido muito melhor e vou passar a explicar. A formação germânica tentou conquistar tudo, teve medo de arriscar e com isso não cumpriu nenhum dos objectivos a que se propôs e isso também se deve à escolha do alinhamento. Ao não trazer nenhum sprinter automaticamente ficou fora da luta pelo pódio e pela vitória nesses dias mesmo com um leque de sprinters relativamente fraco. Depois o bloco para a montanha mostrou-se longe do desejado, raramente vimos Finn Fisher-Black e Sobrero, Aleotti e Zwiehoff lá foram estando junto de Hindley e Pellizzari.

A Red Bull-Bora só por 1 vez aproveitou o facto de ter 2 ciclistas no top 10 e até relativamente perto do pódio, foi no dia em que Giulio Pellizzari ganhou, de resto nunca arriscaram, nunca tentaram nada de longe, nunca aproveitaram a possível superioridade numérica e por 2 motivos. Primeiro porque na luta pelo pódio pensavam que Pidcock iria quebrar, algo que nunca aconteceu e só na etapa 20 tentaram tornar a corrida mais dura para exponenciar uma possível quebra do britânico, segundo porque não quiseram perder a camisola branca de Pellizzari, algo que acabou mesmo por acontecer derivado a um dia menos bom do italiano na Bola del Mundo e uma excelente performance de Riccitello. Não é que tenha sido uma má Vuelta, fica é a sensação que poderia ter sido muito melhor em termos de resultado final.

 

Soudal Quick-Step – 11

Não foi uma Vuelta fácil, no final da primeira semana a equipa já estava reduzido a 6 elementos e com a noção de que Mikel Landa estava muito longe do seu melhor. Aí chegou-se à frente o jovem Junior Lecerf, uma das relevações desta Vuelta, pelo menos a este nível, aos 22 anos fechou em 11º, ameaçando no último dia o top 10 de Matteo Jorgenson, foi sem dúvida uma agradável surpresa.

Como já referimos Mikel Landa não se apresentou aqui na melhor condição física, lutou e tentou muito como é apanágio do espanhol e foi melhorando bastante ao longo da competição, tanto que a melhor exibição surgiu precisamente na Bola del Mundo, quando foi apanhado já na subida final e foi dos últimos resistentes. Mauri Vansevenant esteve completamente fora da corrida, sempre que esteve em fuga foi dos primeiros a ficar para trás e Louis Vervaeke ainda fez 2 top 10’s. Maximilian Schachmann foi uma desilusão porque não teve a habitual atitude combativa e mal se viu, pelo contrário ainda antes de abandonar Gianmarco Garofoli esteve presente em 5 fugas, tentou bastante.

Team Jayco AlUla – 7

Traziam Ben O’Connor para a classificação geral, um objectivo que não se cumpriu, cedo se viu que o australiano não estava na melhor forma e acabou mesmo por desistir na segunda semana, continua a ser um ciclista capaz de grandes exibições, mas inconsistente e pouco fiável. Chris Harper também abandonou a meio não conseguindo ser protagonista em qualquer etapa e quem salvou um bocadinho a imagem da Jayco foi Eddie Dunbar. O irlandês esteve em 3 fugas e foi 5º numa delas, o segundo melhor resultado em etapa da formação australiana, o que atesta bem o que foi a Vuelta deles.

Essa honra pertenceu a Anders Foldager, que foi 4º no sprint confuso de Zaragoza, o seu único top 10 na corrida, enquanto isso Bouwman desistiu muito cedo, Juul-Jensen mal se viu e Gamper esteve presentes em 2 fugas.

 

Team Picnic PostNL – 9

A ausência de Max Poole fez-se sentir e de que maneira.  A equipa neerlandesa não arranjou substituto à altura e foi Kevin Vermaerke que tentou remar contra a maré. O norte-americano mostrou-se em 6 fugas, sempre nos dias mais duros mas viu-se que não era um puro trepador e conseguiu amealhar apenas 2 top-10. Gijs Leemreize também esteve em 5 fugas mas com resultados mais discretos, ao passo que Chris Hamilton não conseguiu ser um homem de destaque. Bjorn Koerdt, em estreia, conseguiu um top-10.

Depois havia a vertente do sprint com Casper van Uden. Um sprinter muito irregular que nunca se encontrou nesta Vuelta. Abandonou depois de 9 etapas sem nunca conseguir disputar um sprint, com o seu melhor resultado a ser 16º logo na abertura. É certo que o comboio não era o ideal mas a lista de sprinters também não, esperava mais.

 




Team Visma | Lease a Bike – 20

O objetivo era claro, vencer a Vuelta a Espanha com Jonas Vingegaard e foi cumprido na perfeição. O dinamarquês nunca esteve super mas também nunca o vimos a ceder perante os seus rivais, pelo que acaba por ser uma vitória justa. Venceu duas etapas na primeira metade, depois quando ficou com a camisola vermelha focou-se em controlar João Almeida e na Bola del Mundo sentenciou a geral com a 3ª vitória parcial.

Numa equipa que cedo perdeu Axel Zingle e que ainda viu Victor Campenaerts abandonar, acabaram por ser apenas 5 os gregários de Vingegaard na parte fundamental da Vuelta. Sepp Kuss voltou a brilhar na Vuelta, parece que é aqui que consegue render mais. Sempre no mais direto apoio a Vingegaard ainda conseguiu ser 7º na geral. Matteo Jorgenson acabou por 10º mas cedia cedo nas fases finais e pouco apoio dava, acabou por ser o jovem Ben Tulett a assumir, e muito bem, esse papel, uma das confirmações. Wilco Kelderman e Dylan van Baarle também cumpriram, muitos e muitos quilómetros de trabalho na frente do pelotão.

 

Q36.5 Pro Cycling Team – 18

Quase ninguém acreditava no objetivo da classificação geral de Tom Pidcock e o que importa é que o britânico respondeu de forma positiva e terminou num brilhante 3º lugar, a estreia em pódios de Grandes Voltas. Entre etapas unipuertos que melhor se adaptam a si e muita defesa em dias mais duros, Pidcock consegue completar o objetivo a que se propunha. Só faltou vencer uma etapa, seria em Bilbao mas a organização acabou por não terminar esse dia, fica o sabor agridoce.

Com a equipa muito focada na sua grande figura, pouca foi a liberdade dada para as fugas, principalmente a David de la Cruz e Damien Howson, eram os principais apoios de Pidcock e seriam fundamentais para o mesmo. Nos finais mais rápidos ou com pouca dificuldade, Fabio Christen teve as suas chances, sai da Vuelta com 3 top-10, o que não deixa de ser muito positivo para a estreia. David Gonzalez também me imiscuiu no top-10 numa etapa.

 

UAE Team Emirates – XRG – 19

Todos sabíamos que a UAE Team Emirates não ia funcionar em bloco e esse cenário confirmou-se logo nos primeiros dias … a falta que Tadej Pogacar faz. Desde cedo se viu que João Almeida era o ciclista mais forte da equipa para a classificação geral e, mesmo assim, não teve apoio total até … ao dia da Bola del Mundo! O português fez valer o estatuto de um dos favoritos, venceu no Angliru, deu muita luta a Jonas Vingegaard e terminou em 2º. Este é melhor resultado do ciclista de A-dos-Francos em Grandes Voltas e o igualar do registo de Joaquim Agostinho na Vuelta de 1974!

Juan Ayuso chegou à Vuelta sem qualquer preparação, afastou-se da geral e, depois, focou-se em vencer 2 etapas e andar em mais fugas. Demorou até ajudar João Almeida e … pelo meio, ainda foi comunicada a sua saída da equipa. No mínimo uma situação surreal! Marc Soler também teve as suas oportunidades, quase parecia da equipa de Ayuso, várias fugas e vitória numa etapa.

Jay Vine foi o outro ciclista a ter espaço para a glória pessoal, venceu duas etapas na primeira metade, somou muitos pontos para a montanha nessa altura e venceu a respetiva classificação, o que fez com que ainda ajudasse João Almeiad na segunda metade da competição. Felix Großschartner foi um dos verdadeiros gregários, sempre nesse pael do início ao fim, defendeu-se na montanha sem ser um puro trepador. Ivo Oliveira continua a ser um ciclista valioso, muito importante no terreno plano, ainda teve as suas chances e foi 5º no contra-relógio. Domen Novak foi o sinal menos da equipa. Triunfaram na classificação coletiva.




XDS Astana Team – 10

Esperávamos mais da equipa cazaque. Lorenzo Fortunato chegava em boa forma, perdeu algum tempo logo a abrir e até recuperou numa fuga que o colocou no 2º lugar da geral. Tentou defender-se mas acabou por quebrar bastante. Nem top-10, nem etapa, nem classificação da montanha. Ainda do lado negativo, pouco vimos de Sergo Higuita até abandonar e Wout Poels passou ao lado da corrida, a idade já começa a pesar.

O mais regular e combativo da equipa foi Harold Tejada. 4 fugas, um 4º lugar e 12º da geral depois de uma boa semana final onde se via que conseguia aguentar muito com os favoritos, um resultado a rever para o futuro. Harold Martín López está a fazer uma grande temporada, mas tal como avisamos uma coisa é o circuito ProSeries, outra coisa é uma Grande Volta, ainda tem muita a aprender mas, mesmo assim, foi positivo. Por fim, mencionar a combatividade de Nicolas Vinokurov.

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